sexta-feira, 26 de abril de 2013

Projeto de universidade monitora golfinhos em Rio Grande, no RS


O encontro das águas da Lagoa dos Patos com as do Oceano Atlântico, em Rio Grande, na Região Sul do Rio Grande do Sul, tornou-se um território sagrado para diversas espécies. É nesta região que vive um grupo de cerca de 90 golfinhos. Também chamados de botos, desde 1974 eles são identificados e monitorados por pesquisadores da Universidade Federal de Rio Grande (Furg), que tentam preservar a espécie, como mostra a reportagem do Jornal do Almoço, da RBS TV. O projeto Botos da Lagoa envolve biólogos, oceanógrafos e alunos da universidade. Desde 2005, o trabalho é feito ate três vezes a cada mês. Trata-se de um grande esforço para ajudar na preservação da espécie conhecida como nariz-de-garrafa. Os animais parecem pequenos quando vistos de longe, mas podem chegar a quatro metros de comprimento e pesar até 300 quilos. O oceanógrafo Rodrigo Cesar Genoves é um dos participantes do projeto e, desde 2004, percorre o local monitorando “Nosso intuito é sempre monitorar porque é uma região de alto impacto. Há um grande tráfego de navios e muitas indústrias associadas à área costeira. Monitorando esses animais, podemos usá-los como um fator de proteção, porque são animais carismáticos. Então, utilizando esses indivíduos, podemos proteger todo esse ambiente de uma maneira fácil”, explica Genoves.

Fotógrafo clica jacaré abocanhando tartaruga nos Estados Unidos


O fotógrafo Patrick Castleberry, especializado em registrar animais selvagens, passou 15 minutos assistindo a um jacaré tentando romper o casco de uma tartaruga no pântano Okefenokee, na Geórgia. "Eu estava tirando fotos de uma garça-real e vi pelo canto do meu olho algo que parecia ser uma bola quicando na água", explica Patrick. Patrick rapidamente percebeu que era uma batalha entre um jacaré e uma tartaruga, e se preparou para registrar o momento final da captura. Ao ver que o jacaré havia deixado o local, Castleberry foi até o local da luta, pensando encontrar a tartaruga morta. No entanto, ficou surpreso ao encontrá-la viva e intacta.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Genoma do peixe-boi será mapeado em parceria entre Brasil e Japão



O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) anunciou nesta quinta-feira (18) a realização de um projeto de mapeamento do genoma do peixe-boi da Amazônia. Um acordo de cooperação firmado entre Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA) e o Centro de Pesquisa de Vida Selvagem (WRC – sigla em inglês), da Universidade de Kyoto (Japão), vai permitir a realização de pesquisas mais detalhadas sobre a reprodução e desenvolvimento da espécie na região. O projeto é pioneiro com mamíferos aquáticos no Brasil, segundo o Inpa. De acordo com o Instituto, o processo em Manaus é coordenado pelo Laboratório de Mamíferos Aquáticos. Ainda segundo o Inpa, os primeiros trabalhos de levantamento de dados dos animais começaram a ser realizados em fevereiro deste ano, com a coleta de sangue de dois peixes-bois machos vivos do plantel (Lote de animais) do Inpa. Segundo a pesquisadora da Coordenação de Biodiversidade (CBio/Inpa) e do LMA, Vera Silva, pesquisadores japoneses acompanharam o processo em Manaus e realizaram ainda a extração do DNA dos dois animais. O material coletado será utilizado para sequenciar o genoma do peixe-boi da região. "Esse estudo vai aumentar o conhecimento sobre a espécie. Vamos saber mais sobre que tipos de alimentos são melhores ou prejudiciais a eles, com que tipo de vírus podem ser afetados, e toda e qualquer coisa que possa afetar externamente esse animal", explicou. Após o mapeamento do genoma, segundo a pesquisadora, será possível ampliar ainda mais o nível de pesquisas e conhecimento sobre a biologia e ecologia do animal no seu ambiente natural. Os pesquisadores acreditam que isso pode identificar com mais facilidade doenças, ocorrência de parasitas, hábitos alimentares, entre outros. "Quando a gente estuda o código genético de uma espécie, da mesma forma que se investiu no passado para estudar os dos seres humanos, descobrimos mais sobre ela. Será possível começar a estudar e trabalhar melhor com as questões de doenças que essa espécie pode ter, uma vez que todos os genes diferentes ou estranhos serão detectados", disse.

Grupo de cientistas decodifica DNA do peixe pré-histórico celacanto


Uma equipe internacional de cientistas conseguiu decodificar o genoma dos celacantos, uma façanha que ajuda a explicar a estranha aparência deste peixe e permite levantar o véu de mistério sobre a emergência dos vertebrados terrestres, inclusive os humanos. Este fóssil vivo, testemunha do surgimento dos primeiros vertebrados terrestres há 365 milhões de anos, fascina os cientistas, mas continua sendo pouco conhecido. Durante muitos anos foi considerado desaparecido já na antiguidade até que um pescador sul-africano conseguiu capturar um exemplar vivo em suas redes em 1938. 

O evento é considerado uma das maiores descobertas da zoologia no século 20. Foi necessário esperar outros 15 anos para que outro exemplar fosse capturado e desde então apenas 309 indivíduos foram descobertos. Cientistas de 40 institutos de pesquisa de 12 países diferentes participaram dos estudos sobre o sequenciamento do genoma do celacanto africano, aproximadamente 3 bilhões de "letras" do DNA, segundo reportou nesta quarta-feira (17) a revista científica britânica "Nature". A análise confirmou aquilo que os cientistas suspeitavam há tempos: os genes deste peixe evoluem mais lentamente do que os de outros peixes e vertebrados terrestres. 

Os pesquisadores trabalham com a hipótese de que os celacantos não precisaram evoluir porque viviam nas profundezas, onde poucas coisas mudaram em milênios. "Não é um fóssil vivo, mas um organismo vivo", afirmou Jessica Alfoldi, do Broad Institute, nos Estados Unidos, uma das encarregadas do estudo. "O celacanto não vive em uma bolha de tempo, mas no nosso mundo, e por isso é tão fascinante descobrir que seus genes evoluem mais lentamente do que os nossos", disse. O genoma do celacanto permitiu também aos cientistas abordar a questão da evolução dos primeiros vertebrados terrestres de quatro patas, os tretrápodes. O animal apresenta vestígios da passagem do peixe para as criaturas terrestres: espaços para membros em quatro de suas nadadeiras e uma bolsa de ar que seria um pulmão primitivo. 

Os pesquisadores compararam vários conjuntos de genes: os dos celacantos, os de outro peixe estranho que também possui nadadeiras similares a patas e os pulmões, conhecido com o nome de Protopterus annectens (dipnoicos), e de outras 20 espécies de vertebrados. Segundo o estudo, os tetrápodes parecem mais estreitamente ligados aos dipnoicos do que aos celacantos. O problema é que o genoma dos dipnoicos, com 100 bilhões de letras, é muito mais complexo para conhecer sua sequência correta. A sequência mais modesta dos celacantos se revelou útil para proporcionar indícios preciosos sobre as mudanças genéticas que permitiram aos tetrápodes, como os membros e dedos, assim como a placenta. O estudo comparativo do genoma dos celacantos com os de animais terrestres permitiu descobertas originais. 

Os cientistas se concentraram em grandes regiões genéticas que poderiam ter desempenhado um papel na formação de elementos inovadores dos tetrápodes, como os membros e os dedos, assim como a placenta. Também constataram um importante número de modificações ligadas ao sistema imunológico. Estas mudanças poderiam constituir uma resposta aos novos agentes patogênicos encontrados em terra. "É apenas o começo de muitas análises sobre aquilo que os celacantos podem nos ensinar sobre a emergência dos vertebrados terrestres, inclusive os humanos", disse Chris Amemiya, outro autor do estudo. Para aprender ainda mais sobre a vida dos misteriosos celacantos, uma equipe franco-sul-africana desenvolve atualmente pesquisas em profundidades marinhas no Oceano Índico, na costa leste da África do Sul.

Nova espécie de peixe transparente é descoberta no Rio Negro, no AM





Uma equipe formada por três pesquisadores brasileiros e um alemão conseguiu descobrir uma nova espécie de peixe na Amazônia. Em meados de novembro de 2011, uma expedição de 15 dias, na região do município de Santa Isabel do Rio Negro, a 846 quilômetros de Manaus, possibilitou a captura de um peixe transparente denominado Cyanogaster noctivaga. Com dois centímetros de comprimento, o animal nunca havia sido identificado na literatura científica, de acordo com a líder da expedição, a bióloga Manoela Marinho. O objetivo do grupo era capturar peixes de pequeno porte. Durante três turnos diários, os pesquisadores se deslocavam a diferentes áreas do Rio Negro, no município de Santa Isabel (AM). Marinho, que atua no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), contou que o tamanho, a cor e a transparência do pequeno peixe chamaram atenção. "Em diferentes momentos da expedição, a espécie nova só foi capturada à noite. Daí concluímos que se trata de um peixe de hábitos noturnos", afirmou a bióloga. A pesquisadora disse que as características do peixe obrigaram à definição de uma nova espécie. "Consultamos a literatura científica e vimos que esse peixe tinha um conjunto de características que eram tão únicas que faziam dele uma espécie nova. Então criamos um gênero novo, para melhor classificar esse peixe”, acrescentou. A denominação Cyanogaster noctivaga faz referência à coloração e aos hábitos do peixe. Enquanto o primeiro nome “Cyanogaster” significa “estômago azul”, “noctivaga” faz menção ao “vaguear noturno” da espécie.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Tubarões são influenciados pela Lua, aponta estudo liderado por brasileiro


Fatores ambientais como as fases da lua ou a temperatura da água afetam o comportamento de uma espécie de tubarão, aponta um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Ocidental da Austrália liderados pelo cientista brasileiro Gabriel Vianna, da mesma instituição. A pesquisa foi publicada no periódico "PLoS One", informaram agências internacionais nesta terça-feira (16). Junto com a equipe de Vianna, trabalharam cientistas do Instituto Australiano de Ciência Marinha, ligado ao governo do país. Eles passaram quase três anos monitorando tubarões-cinzentos-dos-recifes (da espécie Carcharhinus amblyrhynchos), na costa de Palau, no Oceano Pacífico. Foram etiquetados 39 tubarões. Os pesquisadores também usaram telemetria acústica para segui-los, e descobriram que os animais permaneciam em águas profundas durante a lua cheia e subiam para águas mais rasas na lua nova. Padrões similares já tinham sido registrados em outras espécies de peixes, como o peixe-espada (Xiphias gladius), o albaroca-da-laje (Thunnus albacares) e o atum patudo (Thunnus obesus), sugerindo que o comportamento do tubarão-cinzento-dos-recifes estaria relacionado com a alimentação. Segundo a pesquisa, o comportamento também pode ser uma resposta aos predadores. 

Os animais podem evitar a luz próxima da superfície para que não se tornem presas fáceis de outros tubarões. "Também descobrimos que o comportamento do tubarão-cinzento-dos-corais está relacionado com a temperatura da água", explicou Gabriel Vianna à AFP. Os animais estudados, em sua maioria fêmeas adultas, mergulharam a uma profundidade média de 35 metros no inverno, ficando em uma região mais rasa quando águas profundas eram mais mais frias. Já na primavera, com a elevação das temperaturas em geral, eles se arriscaram mais fundo e foram a 60 metros. No verão, quando a camada mais quente da superfície da água se expandiu, os tubarões tenderam a se mover em profundidades variadas. Para os pesquisadores, devido ao fato de serem animais de sangue frio, os tubarões podem preferir águas mais quentes para poupar energia. 

O estudo também mostrou que a hora do dia pode influenciar o mergulho dos animais. "Nós ficamos surpresos ao ver tubarões indo cada vez mais fundo durante a manhã e o padrão exatamente inverso à tarde, gradualmente subindo em direção à superfície", relatou Vianna. Para o pesquisador brasileiro, o estudo tem implicações na preservação da espécie, pois o comportamento dos tubarões ao mergulhar pode evitar que sejam capturados em diferentes horas do dia. "Em lugares como o Palau, que depende fortemente do turismo marinho e onde os tubarões são uma atração turística, a pesca de algumas dezenas de tubarões em populares áreas de mergulho poderia ter um impacto muito negativo na economia nacional", explicou.