quarta-feira, 18 de maio de 2016

Idoso luta com crocodilos após amigo se afogar


Um homem de 72 anos disse a equipes de resgate que usou uma chave inglesa e velas de ignição para afastar crocodilos que cercavam seu bote após ver um amigo se afogar no norte da Austrália. Os dois estavam caçando caranguejos de manguezal quando um dos répteis virou o barco, de 3 metros. O incidente ocorreu na terça-feira, em Darwin. Um dos pescadores se afogou após ficar preso tentando retornar ao barco. O outro conseguiu retornar ao bote e afastar as investidas dos crocodilos usando a chave inglesa durante as três horas que durou o incidente. O homem se escondeu nos mangues antes de a maré, ao mudar, permitir que ele voltasse para terra firme. Pescadores profissionais ouviram os gritos da vítima e partiram em seu socorro. O homem recebeu atendimento de uma ambulância aérea. Um inquérito sobre um caso semelhante - um homem foi morto por um crocodilo enquanto pescava em Kakadu - já havia chamado a atenção para o risco que corriam pescadores em barcos pequenos. No mês passado, o prefeito de uma cidade da região havia solicitado o abate de crocodilos após um episódio em que um homem acampado teve seu pé mordido por um crocodilo que havia entrado em sua barraca. Estima-se que existam, no norte da Austrália, entre 100 mil e 200 mil crocodilos de água salgada adultos.

Milhares de exemplares de peixe-leão foram eliminados das águas da Flórida


Um total de 14.067 exemplares de peixe-leão, uma espécie não nativa que se transformou em uma grave ameaça para o ecossistema da Flórida (EUA), foram eliminados neste ano do litoral americano, informaram nesta quarta-feira as autoridades. Só entre os dias 14 e 15 deste mês, data destinada à conscientização sobre a importância de erradicar a população do peixe-leão, 8.089 exemplares foram eliminados do litoral de Pensacola, no noroeste do estado. Estas conquistas são resultado do plano iniciado pela Comissão para a Conservação da Fauna e a Pesca (FWC, por sua sigla em inglês) da Flórida, que inclui um programa de prêmios em nível estadual com o qual procura incentivar a colaboração cidadã nesta urgente tarefa. "Estes números são um grande exemplo dos esforços da agência por instruir à população e conseguir seu envolvimento na erradicação desta espécie invasora", destacou em comunicado Jessica McCawley, direção da FWC. O FWC explicou que esta espécie de "picada venenosa, tem um impacto muito negativo na vida e no habitat das espécies nativas", por isso que é fundamental "reduzir os impactos deste peixe na zona de recifes" do litoral da Flórida. O peixe-leão ("Pterois antennata") alcança um máximo de 20 centímetros de comprimento e tem como habitat natural os recifes, onde se refugia durante o dia e caça camarões e caranguejos durante a noite. Charles Meyling, um submarinista que participou neste ano do torneio de captura de peixes desta espécie, bateu o recorde do exemplar de maior tamanho capturado em águas da Flórida, um peixe-leão de cerca de 44,5 centímetros. Espécie originária do Pacífico, sua presença foi detectada pela primeira vez em meados do anos 80. Em anos recentes, o número de exemplares de peixe-leão aumentou de forma alarmante e sua população se estendeu por águas do Caribe, do Golfo do México e do litoral atlântico.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Mais de 20 baleias morrem encalhadas em praia mexicana


Um grupo de 27 baleias ficou encalhado em uma praia da Baixa Califórnia, no norte do México, e apenas três conseguiram sobreviver, informou a Procuradoria de Proteção do Meio Ambiente (Profepa), no domingo (15) Por quase 15 horas, as autoridades tentaram salvar os animais, mas a maré baixa não ajudou. Da espécie Piloto (Globicephala macrorhynchus), sob proteção especial no México, as baleias ficaram encalhadas em uma praia de San Felipe, no município de Ensenada. Funcionários da Procuradoria, militares e pescadores tentaram devolvê-las às águas profundas entre a tarde de ontem (14) e a madrugada deste domingo. Com a maré atingindo seu mínimo na madrugada e os cetáceos continuando a buscar a costa, "somente foi possível resgatar duas baleias-piloto adultas e um filhote com vida", declarou a Profepa em um comunicado. As autoridades ainda investigam as causas do episódio, mas "estima-se que as baleias estavam desorientadas, porque nenhum dos exemplares apresenta danos, ou lesões visíveis, e tampouco são detectadas lesões por redes, artigos de pesca, ou atividades antropogênicas que possam ocasionar, ou influenciar, o evento do encalhe". A Profepa lembrou que as baleias dessa espécie "têm uma coesão social forte", porque "não abandonam outras baleias que estão em perigo, mesmo que isso signifique a morte".

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Lama ameaça a desova de tartarugas gigantes em Regência


Com apenas um ponto de desova regular no Brasil, as tartarugas gigantes começam a chegar a Regência, Linhares, no Norte do Espírito Santo, em setembro, mas a preocupação de pesquisadores e ambientalistas já existe. A pesquisadora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Sarah Vargas, disse, nesta segunda-feira (9), que um monitoramento da área de desova, em parceria com o Projeto Tamar e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vai ser iniciado nas próximas semanas. Depois da chegada da lama vazada da barragem de Mariana, em Minas Gerais, o comportamento de desova e os ninhos das tartarugas gigantes precisam ser observados, para verificar se houve qualquer efeito direto dos rejeitos de minério. “Nossa ideia é monitorar, a longo prazo, o que vai acontecer, se vai mudar muito o comportamento, se vai mudar as taxas de eclosão, se vai ter filhotinhos nascendo mortos. Então, vai ser um monitoramento constante agora, para comparar com o que era antes do desastre”, disse a pesquisadora. Antes da chegada da lama, já havia a pesca como fator de risco para a vida dos animais. “Todos os anos, a gente tem relatos de tartarugas encontradas mortas, com indício de que foi rede de pesca. É uma grande causa, tanto em alto mar, quanto próximo às praias, de morte de tartarugas marinhas”, destacou Sarah. Apesar de a mancha ter diminuído, a pesquisadora falou que o impacto na biodiversidade não foi reduzido. “Isso pode estar causando uma morte na biodiversidade marinha, o que pode ser um efeito a longo prazo. A gente não sabe, agora, o que vai acontecer, mas imagina que a lama esteja evitando que o sol penetre e a vida marinha fique em equilíbrio”, falou.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Pesquisadores filmam água-viva com 'beleza deslumbrante' no Pacífico


Pesquisadores descobriram uma água-viva de aparência bizarra, que apresenta longos tentáculos, durante uma exploração perto da fossa das Marianas, que é local mais profundo dos oceanos, com uma profundidade de mais de 11 mil metros. Os cientistas identificaram a água-viva como um hidrozoário pertencente ao género Crossota. A equipe disse ter se surpreendido pela beleza deslumbrante da água-viva, que foi filmada enquanto os pesquisadores exploravam o local com um veículo operado remotamente. Publicado no YouTube no dia 24 de abril, o vídeo recebeu mais de 1,1 milhão de visualizações. A fossa das Marianas fica no oceano Pacífico.

Mortandade de estrelas-do-mar na costa do Pacífico nos EUA termina


Depois da morte de milhões ao longo da costa do Pacífico dos Estados Unidos desde 2013, a população de estrelas do mar voltou a aumentar há um ano, comprovaram os pesquisadores. Esta mortandade em massa, provocada por uma doença, havia atingido 20 espécies de Asteroidea da costa mexicana de Baja Califórnia ao Alasca, de acordo com um estudo divulgado na quarta-feira pela revista PLOS ONE. Os sinais mais frequentemente observados nos animais marinhos doentes eram lesões superficiais brancas que se espalhavam rapidamente, seguidas por um amolecimento do animal, a perda de seus braços e uma desintegração do seu corpo que o levava à morte alguns dias após o início dos sintomas. Entre o início de 2014 e final de 2015, os pesquisadores realizaram quase 150 análises e observações de espécies de estrelas do mar ao longo da costa do Oregon, particularmente afetadas pela epidemia. A doença, que chegou em abril de 2014, espalhou-se por toda a costa noroeste dos Estados Unidos em junho, infectando 90% das estrelas do mar, explicou Bruce Menge, pesquisador da Universidade Estadual do Oregon, o principal autor do estudo. A epidemia afetou principalmente adultos. Os pesquisadores constataram no início de 2015 que as populações de estrelas do mar começavam a subir novamente.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Austrália planeja usar herpes contra infestação de carpas predadoras


O político australiano que declarou guerra contra os cachorros do ator Johnny Depp tem um novo alvo: as carpas. O vice-primeiro-ministro do país, Barnaby Joyce, disse que a única forma de se livrar do peixe "lamacento" é usar o vírus da herpes contra ele. O programa de erradicação de 15 milhões de dólares australianos (R$ 40 milhões), apelidado de "carpocalipse" pelo governo, tem como objetivo eliminar a carpa da bacia de Murray-Darling, no sudeste do país. O peixe foi introduzido na Austrália em 1859, mas sua população aumentou exponencialmente nos anos 1960, depois que uma variedade criada em cativeiro foi acidentalmente liberada na natureza. Estima-se que a carpa responda por 80% a 90% da biomassa de peixes nesta bacia, onde está localizada a mais importante região agrícola australiana. As carpas se reproduzem facilmente e competem com peixes nativos. Por terem mandíbulas sem dentes, elas precisam se alimentar no fundo dos rios, o que gera erosão e torna a água mais turva, piorando sua qualidade. Joyce disse que a espécie invasora está custando 500 milhões de dólares australianos (cerca de US$ 375 milhões) por ano. O governo federal quer liberar no rio Murray um tipo de vírus da herpes que afeta estes animais, o Cyprinid herpesvirus, surgido primeiro em Israel, para matar cerca de 95% dos animais. O ministro de Ciência, Christopher Pyne, disse que o vírus não impacta humanos, mas que a operação de limpeza do ecossistema terá um alto custo, já que milhares de peixes morrerão após ele ser liberado. "De repente, haverá centenas de milhares ou até mesmo milhões de toneladas de carpas mortas no rio Murray", disse Pyne.

Esperma de crocodilo pode servir para entender infertilidade masculina


Cientistas australianos descobriram que o esperma dos crocodilos de estuário pode servir como modelo para estudar a infertilidade nos seres humanos, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (4) pela revista científica britânica "Proceedings of the Royal Society B". "Esperamos utilizar o crocodilo como modelo para entender as funções do esperma em níveis básicos e ver se podemos aplicar (este conhecimento) para tratar a infertilidade em nossa própria espécie", disse Brett Nixon, biólogo da Universidade de Newcastle na Austrália e líder do estudo. Nixon explicou que muitos casos de infertilidade masculina estão vinculados a defeitos no esperma, que em condições normais emerge dos testículos em uma forma imatura e deve se expor a certas condições nos sistemas reprodutivos do homem e da mulher antes de poder fertilizar um óvulo. "Antes de serem ativados, parecem normais, mas não têm a capacidade de nadar e acreditamos que não tenham a habilidade de reconhecer um óvulo e participar da fertilização", explicou Nixon à emissora local "ABC". Até o momento, achava-se que o processo do amadurecimento do esperma era único nos mamíferos e que no caso dos crocodilos era similar ao das aves, ou seja, que uma vez que saíam dos testículos eram capazes de fertilizar. No entanto o estudo sobre o esperma dos crocodilos de estuário da Austrália revela que este se comporta de forma parecida aos espermatozoides dos mamíferos, inclusive dos seres humanos. Para este estudo, os cientistas colheram o esperma de vários crocodilos de estuário australiano, que estavam sedados, e os incubaram em condições similares aos de um sistema reprodutor feminino. Assim foi identificado um grupo de proteínas que permitem que o esperma se movimente e reconheça os óvulos e que são similares às que estão presentes no esperma humano. Os pesquisadores acreditam que também identificaram uma interseção química, na forma de íons de bicarbonato, no sistema reprodutivo feminino que contribuem para ativar as proteínas.