Uma toninha (Pontoporia blainvillei), espécie de golfinho de menor porte, foi encontrada com um lacre que a impedia de se alimentar, próximo à orla de Praia Grande, no litoral de São Paulo. Segundo o instituto que o resgatou, o animal já estava morto, com sinais de desnutrição e com plásticos no sistema digestório.
A localização ocorreu durante o fim de semana por um pescador, depois que a toninha, já sem vida, ficou presa acidentalmente na rede que ele havia jogado no mar. Tratava-se de um macho adulto, que foi entregue à equipe do Instituto Biopesca, responsável por fazer o monitoramento costeiro daquela região.
Segundo o veterinário responsável do instituto, Rodrigo Valle, essa espécie de golfinho corre risco de extinção. Segundo ele, o animal estava visivelmente magro, o que indica que ele não conseguia se alimentar há algum tempo, em razão do lacre em forma de argola preso ao rostro (estrutura que se assemelha a um bico).
Além disso, ao ser submetido a exame necroscópico, a equipe do instituto também verificou que não havia qualquer alimento, além de pedaços de plástico, no sistema digestório da toninha. Para Valle, a morte desse animal evidencia o impacto humano diante do ecossistema marinho dessa região do estado.
"Tivemos [ocorrências] com diferentes espécies. O lixo é principalmente plástico, e a situação é bem preocupante", declarou. No descarte de lacres, por exemplo, recomenda-se que, além de fazê-lo em locais adequados, a pessoa também os corte, para evitar que se prendam a animais.
O Biopesca integra uma rede de projetos que monitoram a costa, como condicionante para a exploração do pré-sal da Bacia de Santos. Em dias de alta temporada, 110 brinquedos e 155 óculos já foram recolhidos da orla, em um intervalo de 48 horas. Os objetos, em boas condições, foram doados para serem reaproveitados.
Aproximadamente 70 animais encalham (a maior parte já sem vida) e são resgatados por mês, em 80 quilômetros de praias, em quatro cidades da região, pela equipe do instituto. Das tartarugas, um levantamento mostra que em 90% delas foram encontrados resíduos plásticos no sistema digestor.
No mar profundo, nas profundezas dos oceanos, rios e lagos, peixes, crustáceos, corais, moluscos, mamíferos, peixes abissais, em um mundo ainda bastante desconhecido.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
terça-feira, 4 de dezembro de 2018
'Nunca esquecerei o choro delas’: o relato da jovem que encontrou 145 baleias encalhadas em praia da Nova Zelândia
"Foi a pior noite de toda a minha vida." Foi assim que Liz Carlson descreveu a descoberta de 145 baleias encalhadas em águas rasas e morrendo em uma praia remota da Nova Zelândia.
Blogueira de viagem americana, com 30 anos, Liz estava com um amigo fazendo uma caminhada de cinco dias na ilha Stewart quando elas se depararam com a cena trágica.
O que seria um longo e bonito trecho de praia deserta havia se tornado o local de uma desesperadora batalha pela vida: 145 baleias-piloto, encalhadas na maré-baixa, lutavam em agonia nas ondas suaves de uma área rasa.
"Foi um daqueles momentos de cair o queixo", relatou para a BBC. "Nós chegamos na praia por volta do pôr do Sol e avistamos algo nas águas rasas. Quando nos demos conta de que eram baleias, nós largamos tudo e saímos correndo em direção ao mar."
Liz já havia visto baleias selvagens antes, mas "nada pode prepará-lo para algo assim, foi horrível".
Os dois amigos imediatamente buscaram encontrar alguma forma de ajudar, de puxar as baleias de volta para águas mais profundas. "Mas você rapidamente percebe que não pode fazer nada. Elas são muito grandes."
"A futilidade da situação foi o pior. As baleias estavam chorando umas para as outras. E nós não podíamos fazer nada para ajudá-las."
Incapazes de levar as baleias de volta para águas mais profundas, os amigos buscaram desesperadamente pensar em outras maneiras de ajudar. A ilha Stewart é remota, ao sul da principal e maior ilha da Nova Zelândia. E a praia específica onde eles estavam escalando é ainda mais deserta.
Nos últimos dois dias de trilha, a dupla não tinha visto mais ninguém no local. Mas eles sabiam que a cerca de 15 km ali havia uma cabana onde ficavam alguns guardas-florestais.
Sem sinal de celular, eles esperavam que houvesse algum rádio na cabana. Então, o amigo de Liz, Julian Ripoll, começou a correr em direção ao local para pedir ajuda.
'Meu coração ficou despedaçado'
Assim, Liz ficou sozinha com as dezenas de baleias que estavam morrendo encalhadas naquela longa praia.
"Eu nunca vou me esquecer do choro delas, da forma que elas me observavam enquanto eu ficava sentada ao lado delas na água, e de como elas tentavam desesperadamente nadar, mas acabavam afundando ainda mais na areia, por causa do seu peso", escreveu Liz no Instagram.
"Meu coração ficou completamente despedaçado."
Liz então avistou uma baleia bebê, menor e menos pesada, e tentou ajudá-la a voltar para a água. "Eu fiz tudo o que pude para colocar a bebê de volta na água, mas ela continuava a voltar para a praia por conta própria", contou para a BBC. "Depois que Julian saiu em busca de ajuda, eu fiquei ali sentada com a bebê."
"Você pode sentir o medo dos animais enquanto eles olham para você. Eles observam. E seus olhos são muito humanos".
Nas horas seguintes, não havia mais o que fazer, exceto esperar. "Eu sabia que elas iriam, inevitavelmente, morrer", escreveu Liz no Instagram. "Eu ajoelhei na areia, gritando de frustração e chorando, com o som de dezenas de baleiras morrendo ao meu lado, completamente sozinha".
Algumas horas depois, Julian chegou com um grupo de guardas-florestais. Eles puderam avaliar a situação, mas, quando caiu a noite, estava claro que não havia mais nada que pudesse ser feito. A maioria das baleias estava na praia. A maré ainda estava subindo.
Então, Liz e Julian foram para seu local de acampamento, desejando que, durante a noite, ao menos as duas baleias pequenas conseguissem voltar para o oceano.
Mas, na manhã seguinte, a situação era muito pior. A maré estava baixa novamente e as baleias estavam encalhadas na areia seca. Algumas já tinham morrido e outras estavam em agonia, sendo queimadas pelo sol.
"Elas tinham lágrimas nos olhos", conta Liz. "Parecia que elas estavam chorando e fazendo sons muito tristes." Estava claro que nenhuma das baleias poderia ser salva.
Era preciso cinco pessoas para mover uma única baleia. Mas, como a ilha era muito remota, não havia esperança de trazer mais pessoas para ajudarem a tempo. A população da ilha inteira soma poucas centenas de pessoas.
Então, os guardas-florestais tiveram que tomar uma decisão de "cortar o coração", como eles próprios definiram: fazer eutanásia nas baleias remanescentes. A única alternativa seria deixá-las morrer, uma morte lenta e dolorosa que poderia levar vários dias.
O Departamento de Conservação da Nova Zelândia (DOC, na sigla em inglês) afirmou que deixaria os corpos dos animais exatamente onde eles estavam, de modo que a natureza seguisse seu próprio curso.
Segundo o órgão, não está claro porque as baleias foram parar ali. É comum ver baleias encalharem sozinhas, mas um evento massivo como esse é raro, diz o departamento.
Pode ser que o grupo acabe se confundindo com a inclinação muito rasa da praia e acabe se aproximando da costa. Outra possibilidade é que esteja afetado por alguma doença.
As baleias-piloto são muito sociais. Então, diz o DOC, é possível que uma baleia tenha encalhado e, em seguida, "as demais tenham nadado em sua direção para ajudá-la".
Fotos: Liz Carlson
terça-feira, 27 de novembro de 2018
A Natureza Chora - Não jogue lixo no mar!
Muito mais do que uma questão de educação, é uma questão de sobrevivência. Hoje a natureza chora, amanhã ela, certamente, cobrará com juros todo a falta de cuidados que o homem, vem tendo com ela. Não jogue lixo em lugar algum que não sejam as corretas lixeiras, mas principalmente não jogue lixo nos mares, o desastre ambiental é certo.
sexta-feira, 23 de novembro de 2018
Como esforços na Amazônia brasileira estão salvando tartarugas da extinção
Esforços comunitários e vigilância da população local, os ribeirinhos, contra caçadores estão permitindo que as praias fluviais da Amazônia voltem a ficar cheias de tartarugas.
No caso da Podocnemis expansa, gigante e sensível espécie chamada popularmente de tartaruga-da-amazônia, os números impressionam: de 1977 para cá, a cada ano são 70 mil filhotes a mais que conseguem nascer nas áreas monitoradas às margens do Rio Juruá, um importante afluente do Amazonas.
Comparado a 40 anos atrás, nove vezes mais tartarugas estão realizando a desova nas areias da região.
Os dados, resultados de uma pesquisa realizada pelas universidades inglesas de East Anglia e Anglia Ruskin e das federais brasileiras de Alagoas e do Amazonas, estão publicados na edição desta terça-feira do periódico científico "Nature Sustainability".
"Após declínios populacionais severos e de longo prazo causados pela superexploração histórica, as praias de nidificação de tartarugas, localmente conhecidas como tabuleiros, têm sido sistematicamente protegidas da captura de ovos e adultos por guardas informais das comunidades locais e, ao mesmo tempo, monitoradas com sucesso para a nidificação, especialmente para a Podocnemis expansa, espécie de alto valor e dependente da areia", ressaltam os pesquisadores, no artigo.
Além da tartaruga-da-amazônia, resultados positivos também foram observados em espécies como a tracajá (Podocnemis unifilis) e a pitiú (Podocnemis sextuberculata). E nem só quelônios têm sido recuperados. Graças aos trabalhos de conservação, populações do jacaré-açu (Melanosuchus niger), do boto (Inia geoffrensis), da iguana verde (Iguana iguana) e de muitas aves e peixes também estão sendo beneficiadas.
"Nossa pesquisa destaca o valioso serviço de conservação fornecido pelas comunidades locais não apenas para as tartarugas, mas para o ecossistema mais amplo. Reconhecer a importância desse trabalho nos mostra o potencial para ações de conservações eficazes, mesmo fora de áreas formalmente protegidas", afirma o pesquisador Joseph Hawes, da Universidade Anglia Ruskin.
No caso da tartaruga-da-amazônia, a população passou a ter uma quantidade consistente de exemplares sobretudo nos últimos 15 anos. No mesmo período, de acordo com os pesquisadores, 19 praias não protegidas foram reportadas como sendo locais de declínio de espécimes de tartaruga.
Quanto aos ninhos recentemente verificados pelos pesquisadores, foram encontrados 584 da tartaruga-da-amazônia nas praias protegidas e apenas 10 nas não participantes do projeto de conservação. Das outras espécies de tartarugas, foram 786 contra 161.
Após se recuperarem em Rio Grande, pinguins são liberados no mar para voltarem à Patagônia
Após um longo inverno, em que se recuperaram de uma exaustiva viagem da região da Patagônia até a costa gaúcha, oito pinguins tomaram o rumo de volta para casa, liberados do Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram), na manhã desta quarta-feira (21), em Rio Grande, Litoral Sul do RS.
As aves, da espécie conhecida como pinguim-de-magalhães, são migratórias e costumam aparecer nas praias do Sul e do Sudeste durante o outono e o inverno, conforme a coordenadora do Cram, Paula Canabarro. "O nosso trabalho tenta dar uma segunda chance para esses animais voltarem para o seu ciclo de vida", diz.
Os animais apareceram na costa gaúcha magros, alguns com lesões e um deles coberto por óleo. No CRAM, receberam os tratamentos necessários. Agora, devem fazer o caminho de volta para a Patagônia, justamente quando inicia a época da reprodução e troca de penas, durante o verão.
Conforme Paula, os oito pinguins libertados têm menos de um ano, e por isso ainda não se reproduzem. Mas mesmo assim precisam trocar as penas, segundo Paula, que é formada em Oceanologia.
Outros dois pinguins seguem no centro, ainda em recuperação, segundo o diretor do Museu Oceanográfico da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Lauro Barcellos.
O peixe mexicano que pode guardar o segredo para reparar corações danificados
As taxas de sobrevida de pessoas com insuficiência cardíaca praticamente não mudaram nos últimos 20 anos, e a expectativa de vida de pacientes com esta condição é pior do que a daqueles que têm muitos tipos de câncer.
A doença, que atinge milhões de pessoas e muitas vezes se manifesta depois de um ataque cardíaco, faz com que o coração não consiga bombear o sangue como deveria, causando fraqueza e fadiga - uma caminhada curta, por exemplo, pode virar uma tarefa extremamente cansativa.
Uma das promessas de cura está guardada nos genes de um pequeno peixe mexicano, o Astyanax mexicanus, capaz de regenerar o tecido cardíaco sem deixar cicatrizes.
Quando o coração sobrevive a um infarto, por exemplo, seu tecido é reparado, mas fica com cicatrizes que impedem que o músculo cardíaco se contraia adequadamente.
Este fator reduz drasticamente a capacidade do coração de bombear sangue para o corpo - e pode gerar a insuficiência cardíaca.
Os pacientes são forçados a viver com a doença por toda a vida, e os casos mais extremos exigem um transplante de coração.
Um estudo financiado pela Fundação British Heart, liderado pela pesquisadora Mathilda Mommersteeg e sua equipe na Universidade de Oxford, aponta que o peixe tetra, que vive nos rios do norte do México, pode indicar um caminho para o desenvolvimento de um tratamento eficiente para essa condição.
Isso porque a capacidade de regeneração do tecido cardíaco que é típica dessa espécie estaria ligada, entre outros componentes, a genes que também estão presente nos seres humanos.
Os cientistas descobriram que três partes do genoma desses peixes estão envolvidas em sua capacidade de regenerar o tecido cardíaco.
Para realizar a pesquisa, a equipe de Mommersteeg estudou dois tipos de peixes tetra mexicanos: aqueles que vivem nos rios e têm a capacidade de autoregenerar o coração e aqueles que viveram nas cavernas há cerca de 1,5 milhão de anos atrás e, com a evolução, perderam essa habilidade.
Ao compararem os dois tipos de peixe, os pesquisadores descobriram que dois genes (lrrc10 e caveolina) se tornavam muito mais ativos nos peixes de rio após uma lesão cardíaca.
Ambos os genes estão presentes em humanos, e sabe-se que a lrrc10 está relacionada a uma condição cardíaca chamada cardiomiopatia dilatada.
Os autores do estudo, publicado no periódico Cell Reports, acreditam que um dia poderá ser possível regenerar corações humanos modificando artificialmente o funcionamento deste e de outros genes.
Isto poderia ser feito com medicamentos ou através de técnicas de edição genética.
"Acho que este peixe pode nos dizer, em algum momento, como podemos realmente reparar o coração humano. É cedo, mas estamos incrivelmente entusiasmados com esses peixes extraordinários e com o potencial para mudar a vida de pessoas com corações danificados", diz Mommersteeg.
Serão necessárias ainda mais pesquisas para encontrar outros genes-chave que possam estar envolvidos na regeneração do coração.
sexta-feira, 26 de outubro de 2018
'Galinha monstro sem cabeça' é filmada pela 1ª vez no mar da Antártida
Um pepino-do-mar de águas profundas, também conhecido como "galinha monstro sem cabeça", foi visto pela primeira na costa leste da Antártida. A espécie Enypniastes eximia só tinha sido encontrada até agora no Golfo do México.
A criatura marinha foi filmada por pesquisadores australianos, que usaram uma câmera subaquática para captar as imagens.
Este pepino-do-mar raramente vive em profundidades acima de mil metros no mar.
As imagens serão enviadas agora à Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos do Antártico, órgão internacional que administra o Oceano Antártico.
Projeto Tamar prevê recorde de ninhos de tartaruga em temporada de desova no ES
A temporada de desova das tartarugas marinhas da espécie cabeçuda (Carretta carretta) já começou e a expectativa do Projeto Tamar é que haverá recorde de ninhos no Espírito Santo. Outras áreas prioritárias de desova estão localizadas nos estados da Bahia, Sergipe e litoral norte do Rio de Janeiro.
Conforme informações do Centro Tamar, do Instituto Chico Mendes (ICMBio), já houve este ano registros de ninhos ou tentativas por fêmeas na Praia da Costa, em Vila Velha, e na Ilha do Boi, em Vitória.
“Mesmo sabendo que a tartaruga marinha costuma ter uma fidelidade em relação à praia onde desova, e há predomínio no caso do Espírito Santo dessas desovas se darem no Norte do estado, especialmente na região da foz do rio Doce, pode eventualmente ocorrer das fêmeas fazerem seus ninhos em outras praias, colonizando outras praias que foram perdidas no passado pela captura das fêmeas que as frequentavam ou pela alteração do ambiente”, explicou a coordenadora regional do Projeto Tamar, Ana Marcondes.
Com isso, a coordenadora reforça a importância da participação social nesta temporada 2018-2019, que segundo ela “já está com desovas até agora acima da média”.
terça-feira, 23 de outubro de 2018
População de baleias jubarte aumenta no país, segundo instituto no ES
Pelo desenho da causa da jubarte, que funciona como uma "impressão digital", é possível saber que a população dessa espécie de baleia cresceu no país. Há 30 anos, os pesquisadores do Instituto Baleia Jubarte contavam mil animais por ano, de passagem pelo litoral capixaba. Em 2018, já foram mais de 20 mil.
Os pesquisadores que registram a passagem das baleias jubarte no litoral do Espírito Santo estão usando drones para monitorar os mamíferos. A tecnologia foi adotada pela primeira vez nesta temporada. As baleias são monitoradas desde julho, quando começou o período de reprodução delas.
O biólogo Daniel Venturini explica que esta é a primeira vez que os pesquisadores de baleia no estado usam drone com o fim científico.
As informações de como a população de baleia se distribui e como se comporta são importantes para subsidiar as ações de conservação e definir questões como de navegação e áreas de pesca que utilizam redes que podem impactar esses animais.
Navegando por quase uma hora, a 30 km da praia, duas baleias jubarte passavam por Vitória. Apesar das expedição para monitoramento serem feitas toda semana, às vezes, o diretor instituto Baleia Jubarte Eduardo Camargo, contam que elas aparecem de surpresa, como uma que ficou ao lado do barco de um pescador.
O oceanógrafo Paulo Rodrigues explica que as jubarte deixam o oceano Antártico durante o inverno para acasalamento e nascimento dos filhotes.
Os animais acasalam nas águas mais quentes, seguem para Antártica e depois de onze meses voltam para ter os filhotes. Por ano, em média 2 mil baleias jubarte nascem entre o litoral do espírito santo e da Bahia.
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
Mergulhador ganha abraço de foca em arquipélago na Inglaterra
Existe uma razão pela qual as focas são chamadas de "cachorros do oceano". Basta ver o vídeo acima feito pelo mergulhador britânico Ben Burnville, e divulgado pela NBC, para entender.
Ben mergulhou nas Ilhas Farne, situadas no Mar do Norte na costa Leste de Northumberland, na Inglaterra. Ele contou que se tornou "amigo" de um grande número de focas. Uma delas, inclusive, foi gravada dando "um abraço" e interagindo de forma muito próxima.
E o carinho não é só com os humanos. Em 2013, o G1 mostrou uma foto feita pelo fotógrafo da agência Reuters Nigel Roddis. Nela, duas focas dão um "abraço submarino" nas mesmas ilhas inglesas.
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
Família de mergulhadores salva tubarão-baleia que estava com corda ao redor do corpo no Havaí
Uma família que estava mergulhando na costa de Lanai, a sexta maior ilha do Havaí, salvou a vida de um tubarão-baleia. O animal estava com uma corda ao redor do corpo e correndo risco de ser estrangulado.
Algumas semanas antes, o Departamento de Terras e Recursos Naturais do Havaí havia publicado um anúncio pedindo informações para quaisquer pessoas que avistassem o tubarão-baleia.
Joby Rohrer e sua família não sabiam disso e quando viram o animal com a corda resolveram salvá-lo.
"Fiquei pensando que não conseguiria passar a corda, porque o animal era mais gordo", disse Rohrer ao site "Hawaii News Now".
"Então, minha esposa Kapue disse: 'bem, você deveria tentar'", contou. Segundo Rohrer, ele estava com medo de se aproximar e assustar o animal. Não queria fazer o tubarão-baleia fugir.
No final, ele fez uma tentativa de romper a corda e conseguiu o resgate.
De acordo com o Departamento de Terras e Recursos Naturais do Havaí, o tubarão-baleira é uma espécie ameaçada pela caça e pela poluição do homem. A população caiu 50% no mundo desde 1975.
Surfista leva 3h para salvar filhote de baleia preso em rede de pesca em SC
Um filhote de baleia-franca foi resgatado de redes de pesca por um surfista no Farol de Santa Marta, em Laguna, no Sul do estado, no domingo (14).
O resgate começou por volta das 16h30 e durou cerca de três horas em alto-mar. Durante todo o período, a mãe do filhote ficou nas proximidades.
O empresário e surfista João Alberto Schmidt, conhecido como João Baiuka, entrou na água com uma moto aquática e nadou até o animal. Ele cortou as redes com uma faca.
“Eu vi que aquele bicho realmente precisava de ajuda e teria que ser naquele momento. Eu sei que existem alguns protocolos, mas no momento teria que fazer ajuda, eu não queria ver o bicho de forma nenhuma encalhar na praia o viesse a falecer", conta Baiuka.
O surfista contou com apoio de amigo para chegar até o local do resgate. O animal estava próxima a Praia Grande.
"Não foi uma coisa fácil, também não aconselho nunguém a fazer, porque é perigoso, o bicho é gigante. A gente pegou um momento muito crítico, que foi a hora que ela já tava vindo pra praia, a gente pegou o tombo e começamos a vir com ela, foi bem dramático", lembra o surfista.
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) que funciona na Udesc de Laguna foi acionado e acompanhou o resgate das areias da praia. O resgate por pessoas não especializadas não é recomendado pelos protocolos da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca.
segunda-feira, 10 de setembro de 2018
As justificativas do Japão para liberar a caça de baleias após 30 anos de proibição
A caça às baleias é um dos debates sobre preservação do meio ambiente que mais geram reações emocionais.
A caça comercial desses animais é proibida há mais de 30 anos, depois que algumas espécies foram praticamente levadas à extinção pela pesca predatória. Agora, porém, essa restrição pode estar prestes a cair, a pedido do Japão.
Em reunião no Brasil desde o início da semana, a Comissão Internacional das Baleias (IWC, da sigla em inglês) analisa uma proposta do país para acabar parcialmente com a probição.
A decisão deve sair na próxima semana, quando se encerra a 67ª reunião anual da instituição, sediada em Florianópolis, Santa Catarina.
Em tese, o Japão permite hoje que se matem baleias apenas com fins científicos, mas essa é uma questão conversa.
O país tem capturado entre 300 e 400 por ano, incluindo animais jovens e fêmeas grávidas, sob essa prerrogativa. Os registros da IWC mostram que esse número já chegou a passar de mil nas temporadas de 2005 e 2006.
A justificativa é que, com isso, estão sendo investigandos os níveis populacionais das baleias, se elas estão ameaçadas.
Críticos contra-argumentam, porém, que as pesquisas são apenas um subterfúgio para matar baleias de olho na indústria de alimentos. E, de fato, a carne dos animais mortos para pesquisas geralmente acaba sendo vendida posteriormente.
Membros da IWC estabeleceram a proibição à caça em 1986, para possibilitar que as populações de baleias se recuperassem.
Os países a favor da caça esperavam que a medida fosse temporária, que ficasse vigente somente até se chegar a um consenso sobre cotas sustentáveis de captura dos animais.
Mas, em vez disso, a proibição se tornou quase permanente, medida que agradou os preservacionistas e decepcionou, além do Japão, países como Noruega e Islândia, que argumentam que a caça às baleias faz parte de sua cultura e deve continuar de forma sustentável.
Hideki Moronuki, o principal negociador de pescas do Japão e comissário da IWC, disse à BBC que o país quer que organização retome o objetivo que tinha originalmente - de conservar as baleias, mas também de promover seu "uso sustentável".
A caça intensa às baleias no século 19 e início do século 20 deixou esses gigantes mamíferos à beira da extinção.
Na década de 1960, métodos cada vez mais eficientes captura e enormes navios-fábrica tornaram evidente que a caça não poderia continuar sem controle, sob o risco de os animais desaparecerem por completo. Daí a proibição.
Hoje, os estoques de baleias são cuidadosamente monitorados, e, ainda que a maioria das espécies siga ameaçada, outras - como a baleia-de-minke, que o Japão caça principalmente - não estão mais.
Portanto, o Japão, que atualmente preside a IWC, está propondo um pacote de medidas, incluindo a criação de um Comitê de Pesca Sustentável e a fixação de limites de captura sustentáveis "para espécies e estoques abundantes".
Em um aceno aos países que se opõem à caça de baleias, as propostas também incluem facilitar o estabelecimento de novos "santuários", ou seja, áreas de preservação desses animais, onde a captura seria proibida.
terça-feira, 4 de setembro de 2018
Mais de 300 tartarugas morrem em redes de pesca ilegal no México
As imagens compartilhadas pela Defesa Civil de Oaxaca, no México, são devastadoras: incontáveis tartarugas mortas flutuando no mar.
E, nesta quarta-feira, o governo do Estado de Oaxaca confirmou que pelo menos 303 tartarugas-oliva, que correm risco de extinção, morreram após ficarem presas em duas redes de pesca ilegal na costa mexicana do Pacífico.
"A Procuradoria de Proteção Ambiental de Oaxaca confirmou que a morte das tartarugas foi causada por uma rede de pesca proibida, usada para pegar o peixe garapau", disse em um comunicado.
As tartarugas-oliva - menor espécie de tartarugas marinhas - foram encontradas perto da costa da cidade de Puerto Escondido, cerca de 760 km a sudoeste da Cidade do México.
"Inicialmente, recebemos um relatório de que havia duas redes onde estavam 300 tartarugas, mas esse número pode mudar", disse à agência de notícias EFE, o diretor do gabinete de Defesa Civil na cidade de San Pedro Mixtepec, José Antonio Ramirez.
"Encontramos esta rede conhecida como tresmalho e nos disseram que os pescadores não são deste lugar. Elas não são usadas nestas praias e talvez possam ter sido abandonadas por um navio que não percebeu sua perda e matou as tartarugas", acrescentou.
Após o primeiro relato de que cerca de 300 tartarugas haviam se enroscado nas redes, os pescadores locais tentaram libertar os animais, mas sem sucesso.
Quando membros da equipe de Defesa Civil chegaram ao local, descobriram que todas as tartarugas haviam morrido.
Uma única sobrevivente, que havia sido resgatada pelos pescadores, morreu ao chegar à praia.
Ali mesmo, os pescadores cavaram um buraco e enterraram os animais.
Tanto as autoridades pesqueiras da área quanto o Estado disseram que não se tratou de um ato intencional, mas que as tartarugas se encontraram com a rede e não conseguiram escapar.
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
Aquário de Paris acolhe peixes abandonados
Os moradores de Paris que não podem mais cuidar de seus peixes podem levá-los ao aquário da cidade.
Muitos visitantes não sabem, mas, entre os 7,5 mil peixes que vivem lá, cerca de 600 foram deixados por antigos proprietários.
“Meu peixe não para de crescer, ele tenta atacar meus outros peixes, por isso, decidi deixá-lo aqui. Sei que vai ficar melhor aqui com outros peixes do que em um lago com predadores”, afirma a menina Cléophee à AFP.
Todos os peixes passam um período em quarentena para se tratar de possíveis doenças, ou mesmo de estresse, antes de seguir para um aquário maior. Neste período eles redescobrem a vida em comunidade.
Alexis Powilewicz, responsável pelo Aquário de Paris, afirma que os animais não são objetos de decoração e precisam de condições especiais para viver bem em uma casa.
Biólogos que trabalham no aquário falam com os visitantes sobre os cuidados que devem ter com os peixes.
Em aquários sem sistema de filtragem adaptado, os peixes sofrem com as trocas de água frequentes, com a mudança de temperatura da água e com a falta de oxigênio.
Os Carassius auratus, também conhecidos como peixinhos dourados, preferem viver em grupo e precisam de espaço para crescer. Em um aquário pequeno, sua expectativa de vida é de quatro anos. Porém, se criados em boas condições, eles podem chegar a 30 centímetros e viver 20 anos.
quinta-feira, 23 de agosto de 2018
Mais de 50 pinguins são achados mortos em praia de SP: 'Pena'
Pelo menos 57 pinguins foram encontrados mortos em uma praia ao Sul de Ilha Comprida, no litoral de São Paulo. O registro, feito por um morador da cidade, acontece duas semanas após mais de 200 animais da mesma espécie serem achados sem vida nas praias do município e, também, em Iguape e na Ilha do Cardoso, na mesma região.
Imagens obtidas pelo G1 mostram os animais aglomerados em uma área de restinga, conhecida como Barra do Capivaru. Segundo um morador da região, que não quis se identificar, o fato chamou a atenção, inicialmente, pela quantidade de urubus que sobrevoavam um barranco.
"O forte cheiro também despertou curiosidade. Fui até lá e vi a cena. Deu pena", diz. Segundo ele, todos os animais reunidos já estavam em estado de decomposição. Eles foram encontrados na terça-feira (21), mas o registro foi divulgado apenas na manhã desta quinta-feira (23).
De acordo com Daniela Ferro de Godoy, coordenadora do Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC), tratam-se de pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus), mesma espécie dos mais de 200 encontrados, em 8 de agosto, nas praias do Litoral Sul.
"Todos já foram registrados, porém, quando estão em um estado avançado de decomposição, como é o caso, a necropsia se torna inviável. Por isso, a pedido das Unidades de Conservação, deixamos esses animais na praia para não prejudicar o ecossistema marinho", explica.
As equipes de monitoramento do IPeC retiram não só pinguins, mas outros animais marinhos encontrados mortos nesse estado da linha da maré, removendo-os até a restinga. "Isso serve para que eles não sejam movidos pela água, e contabilizados erroneamente no monitoramento do dia seguinte", explica.
Os pinguins-de-magalhães são habitantes das zonas costeiras da Argentina, Chile e Ilhas Malvinas, migrando por vezes até o Brasil, no Oceano Atlântico, nas épocas mais frias. É neste período que eles encontram, na costa brasileira, águas mais quentes e comida mais fácil.
"Todos os animais marinhos encontrados encalhados vivos são levados para o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos do IPeC. Lá, eles passam por tratamento e, no caso dos animais mortos, passam por necropsia para tentar descobrir as causas da morte", explica.
Banhistas e moradores que avistarem animais marinhos vivos ou mortos encalhados em praias daquela região podem entrar em contato com o IPeC, que faz a coleta das espécies, no telefone 0800-6423341. O número funciona todos os dias, incluindo feriados.
quarta-feira, 15 de agosto de 2018
Orca deixa corpo de filhote morto após 17 dias carregando animal
Tahlequah, a mãe orca que chamou atenção por carregar seu filhote morto durante 17 dias no mar, não está mais carregando o corpo. Segundo o jornal "The Seattle Times", a orca foi vista por pesquisadores no sábado (11) nadando sem o corpo e junto de outras orcas.
Tahlequah faz parte de um grupo de orcas monitorado por pesquisadores. Ela é conhecida como J35.
“J35 passou pela minha janela hoje com outras baleias J, e ela parece vigorosa e saudável”, escreveu Ken Balcomb, diretor fundador do Center for Whale Research, em um e-mail ao "The Seattle Times".
Balcomb disse que J35 provavelmente perdeu dois outros filhotes desde que deu à luz um filhote em 2010.
A perda do filhote mais recente "pode ter sido emocionalmente difícil para ela", disse Balcomb. “Ela está viva e bem e superou essa parte de sua dor. Hoje foi o primeiro dia que eu com certeza a vi. Não está mais lá."
J35 não mostrou sinais de “cabeça de amendoim”, uma condição que revela a desnutrição em uma orca, quando ossos do crânio começam a aparecer. "Ela está comendo", disse Balcomb.
A falta de comida também está ligada ao fracasso destas orcas em não conseguirem se reproduzier normalmente há três anos.
"A razão pela qual J35 perdeu o bebê e os outros estão perdendo seus bebês é que não há salmão suficiente", disse Balcomb sobre a principal fonte de alimento das orcas. "Espero que façamos algo sobre isso."
Estas orcas residentes do sul do Canadá e dos Estados Unidos correm risco de extinção. Elas dependem para alimentação do salmão-rei, que esteve em grave declínio nos últimos anos.
A comunidade, que tem cerca de 75 indivíduos, é frequentemente encontrada perto da ilha de Vancouver, no Canadá, e nas águas marítimas do Estado de Washington, nos EUA.
sábado, 11 de agosto de 2018
Família de orcas é avistada no canal de São Sebastião, SP
Uma família de orcas foi avistada na tarde desta sexta-feira (11) no canal de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. Segundo o Instituto Argonauta, o macho do grupo é visto na região desde 1993.
Os cerca de oito animais, entre adultos e filhotes, foram monitorados e registrados por técnicos do instituto. Nenhum deles apresentava ferimentos. Os animais seguiram no sentido Caraguatatuba e foram flagrados por um técnico do instituto.
"O macho tem uma nadadeira torta e ele tem o apelido de Almirante. Todos os anos ele vem para a nossa região. Desde 1993 fazemos o monitoramento dele", afirmou o oceanólogo Hugo Gallo.
Segundo o pesquisador, não é incomum ver orcas no litoral norte de São Paulo. O primeiro registro foi feito em 1990.
"Uma pesquisa recente de um pesquisador americano mostra de que as orcas vêm para o nosso litoral, onde tem água mais quente, para conseguir limpar a pele, já que no polo sul adquirem muitos parasitas e elas não conseguem limpar. A gente brinca que elas vêm para o spa", brinca.
terça-feira, 7 de agosto de 2018
A estudante americana que escolheu crocodilo como parceiro de foto de formatura
Makenzie Noland, de 21 anos, é aluna da Texas A&M University e se formou na última sexta-feira em ciências da vida selvagem e da pesca.
Ela estava estagiando em um centro de salvamento de animais, em Beaumont, que abriga cerca de 450 jacarés, crocodilos e outros répteis.
Mas quem roubou a cena foi Big Tex - um jacaré gigante que foi adotado em 2016, depois que a superalimentação o transformou em um transtorno para os barcos locais.
Noland e Tex desenvolveram um relacionamento especial desde que ela começou a trabalhar no centro, em maio deste ano.
estudante diz que ele responde pelo nome e reage aos sinais da mão dela, quando entra na lagoa para alimentá-lo.
"Eu entro na água com esse animal todo dia - é um dos meus melhores amigos lá!", conta a estudante à BBC, ignorando a pergunta sobre se teria medo.
Ela diz que estava mais preocupada que o animal comesse acidentalmente seu anel de formatura - em uma das fotos, o jacaré aparece com o anel em
cima das narinas.
A jovem cresceu em Bellevue, no Nebraska, onde encontrar um jacaré no jardim não é algo comum, mas sempre mostrou afinidade com os animais.
"Desde mais nova, eu estava sempre pegando cobras, segurando animais, conversando com as crianças e educando o público", afirma Noland, declarando seu amor pela vida selvagem.
Inicialmente, ela pretendia que a formatura servisse de vitrine para o trabalho que ela vem fazendo neste verão.
"Na verdade, não queremos ter que resgatar esses animais, queremos que eles vivam nos rios e canais nas áreas pantanosas", diz ela sobre o centro Gator Country, onde trabalha.
"Mas já que ele está com a gente, é um exemplo maravilhoso de como é treinar um animal e descobrir sua personalidade. Eles são criaturas maravilhosas - não são todos devoradores de pessoas!"
Noland diz que ficou impressionada com a repercussão de seus posts, que já foram compartilhados e curtidos centenas de vezes.
"Eu não estava esperando isso, só queria postar umas fotos engraçadas no Instagram. Tem sido incrível."
Ela espera continuar trabalhando com vida selvagem depois de se formar.
"Eu só quero estar inserida no mundo animal e educar o público a respeito", diz ela.
Após serem quase extintas, ariranhas retornam a rios na Amazônia
Após serem quase extintas pela caça comercial, as ariranhas estão retornando a rios da Amazônia.
Os últimos indícios da recuperação da espécie foram divulgados nesta semana pela revista científica Biological Conservation.
Liderada pela bióloga Natália Pimenta, a pesquisa analisou sinais da presença de ariranhas na bacia do rio Içana, no noroeste do Amazonas, onde ela havia sido considerada extinta.
O estudo foi feito após outras pesquisas apontarem uma tendência de recuperação da espécie - com nome científico Pteronura brasiliensis - em diferentes partes da Amazônia, como a bacia do Solimões e a região da hidrelétrica de Balbina.
Maior carnívoro semiaquático da América do Sul, com até 1,80 m quando adulta, a ariranha é um dos dois tipos de lontra encontrados no Brasil e está na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação, entre as espécies consideradas ameaçadas de extinção.
O estudo no Içana teve início após membros do povo baniwa alertarem sobre o retorno das ariranhas a seu território, dentro da Terra Indígena Alto Rio Negro.
Presidente da Associação Indígena da Bacia do Içana, André Baniwa diz que moradores notaram os primeiros sinais da volta dos animais uns dez anos atrás, ao encontrar carcaças de peixes com mordidas de um bicho que não reconheciam.
Os mais velhos deram o veredicto: a ñeewi (ariranha, em língua baniwa) estava de volta.
Nos últimos anos, os sinais aumentaram - e vários moradores chegaram a topar com os mamíferos.
Membros da comunidade participaram do estudo sobre o retorno dos animais, que contou com o apoio das fundações Capes, CNPq, The Rufford Foundation e Idea Wild.
Baniwa conta que ariranhas não eram vistas na região desde os anos 1940. Na época, eram as espécies mais cobiçadas no movimentado mercado de peles amazônicas.
Ao pesquisar o tema, a bióloga Natália Pimenta encontrou estudos que estimaram em 23 milhões os animais caçados na Amazônia Ocidental para a extração de peles entre 1904 e 1969.
O couro de ariranha - animal amazônico que mais sofreu com a caça comercial, segundo a pesquisadora - costumava ser exportado para os Estados Unidos ou a Europa, onde viraria casacos, chapéus e echarpes.
Em um catálogo de 1946 de uma loja de peles em Manaus, o couro de ariranha é vendido por 180 cruzeiros - acima do preço de peles de onça (150), maracajá (150) e caititu (47).
Baniwa diz que os próprios membros da comunidade caçavam os animais para trocar as peles por armas e outros bens. Um bom couro de ariranha valia o equivalente a duas espingardas.
A modernização das técnicas de caça acelerou o extermínio da espécie.
A partir dos anos 1960, leis passaram a regulamentar o comércio de peles silvestres no país. Em 1975, o Brasil aderiu a uma convenção internacional que proibia o comércio de espécies ameaçadas - entre elas, as ariranhas.
A demarcação de grandes terras indígenas na Amazônia a partir dos anos 1990 também golpeou a atividade.
A demanda pelas peles diminuiu, permitindo que as ariranhas começassem a se recuperar.
O enigma dos tubarões que apareceram sem seus fígados, extraídos com 'precisão quase cirúrgica'
Quando as carcaças de cinco tubarões brancos (Carcharodon carcharias) apareceram em uma praia na África do Sul, os corpos dos animais pareciam praticamente intactos. Mas havia algo estranho: eles estavam sem o fígado.
As marcas de dente no corpo das vítimas denunciaram quem estava por trás do massacre: as orcas (Orcinus orca), uma das poucas espécies que caçam tubarões.
As carcaças foram encontradas no ano passado, em Gansbaai, no sul do país. E, desde então, os cientistas têm tentado decifrar o mistério da ausência de fígado nos animais, e como os órgãos foram extraídos com precisão tão assustadora.
A BBC conversou com a bióloga marinha Alison Towner, da fundação sul-africana Dyer Island Conservation Trust, uma das pesquisadoras que analisou os restos mortais dos tubarões brancos.
Afinal, o que levou as orcas a removerem apenas o fígado de suas presas?
"Estamos falando de animais enormes", afirmou Towner à BBC.
"O primeiro tubarão branco em que fizemos necropsia tinha cinco metros de comprimento e pesava 1,1 tonelada."
"Ao ver os tubarões, não suspeitamos, a princípio, que faltava um órgão. Mas quando viramos os animais, observamos que havia uma grande ferida sob as nadadeiras peitorais. E à medida que continuamos nossa análise, vimos que não tinham fígado", contou a especialista.
Quando as carcaças foram encontradas, a fundação Dyer Island publicou em suas redes sociais que a remoção do fígado tinha sido feita com "precisão quase cirúrgica".
"O fígado de um tubarão branco pode pesar cerca de 90 quilos, é um órgão enorme, mas as orcas o extraíram com grande precisão", completa.
"Como conseguem tirar o fígado? Essa é a pergunta de um milhão de dólares, porque, até hoje, não vimos nem filmamos orcas fazendo isso", afirmou Towner.
A bióloga acredita que as orcas trabalham estrategicamente em equipe, imobilizando primeiramente a vítima por meio de uma emboscada.
"Imaginamos que uma orca abocanhe em seguida uma das barbatanas peitorais, e uma segunda orca faz o mesmo com a outra. As barbatanas são como asas de um avião para os tubarões".
"Na sequência, as orcas nadam em direções opostas até que rasgam o tubarão, abrindo uma cavidade", explica a bióloga.
"Também sabemos que as orcas têm grande destreza com os lábios, diferentemente de outras espécies. Isso pode ser claramente observado em parques de shows de animais aquáticos, como o Seaworld, onde as orcas recolhem objetos com a boca."
Um elemento chave no ataque orquestrado é o trabalho em equipe que caracteriza as orcas.
"Uma orca pode medir até nove metros e pesar cerca de nove toneladas. Um tubarão branco, em comparação, pode medir até 6,4 metros e pesar até duas toneladas", pontuou Towner.
A grande vantagem das orcas na hora do ataque não é, no entanto, o tamanho, mas a estratégia de ação coordenada.
"Os tubarões brancos, diferentemente das orcas, são geralmente animais solitários. Só se juntam de vez em quando em volta de suas presas ao longo das faixas costeiras. É por isso que não têm o valor agregado das orcas de trabalhar em grupo".
E esse espírito de equipe é tão forte, que é provável, segundo Towner, que também compartilhem o fígado extraído de suas presas.
Ainda não está claro por que as orcas descartam as carcaças dos tubarões, apesar de precisarem consumir o equivalente a quase 3% de seu peso todos os dias para sobreviver.
Mas faz sentido que consumam o fígado dos animais.
Este órgão contém uma grande quantidade de esqualeno, composto natural que fornece energia e nutrientes em abundância.
Além disso, os fígados dos tubarões são ricos em lipídios e são um verdadeiro depósito de energia, que contém vitamina C, B12, A, ferro, niacina, sódio e carboidratos, entre outros nutrientes.
Ainda não se sabe muito a respeito da preferência das orcas pelo fígado de suas presas, mas os tubarões brancos também têm sua estratégia.
Enquanto as orcas estavam na costa da África do Sul, diminuiu o número de tubarões brancos na região. Mas assim que elas se mudaram para outro local em busca de presas, os tubarões brancos começaram a voltar.
quinta-feira, 2 de agosto de 2018
Colômbia descobre rã que coaxa com som semelhante ao balido de uma cabra
Ela soa como um mamífero, mas é anfíbio. Cientistas descobriram nas selvas tropicais da Colômbia uma espécie de rã endêmica com ossos verdes, que tem um coaxar que lembra o balido (berro) de uma cabra.
O Instituto Humboldt, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente colombiano, divulgou nesta quarta-feira (25) a mais recente descoberta no segundo país com maior biodiversidade do mundo, atrás do Brasil: a Scinax caprarius.
Este anfíbio deve seu nome "ao canto que emitem os machos desta espécie", que é "similar ao som das cabras", apontou o organismo em um comunicado.
Esta pequena rã tem ossos verdes, tons café-avermelhado e dourado na parte superior do corpo, e costuma medir entre 28 e 31 milímetros.
A nova espécie foi localizada no fértil vale médio do Magdalena, o principal rio da Colômbia, em florestas subandinas, selvas úmidas tropicais e floresta seca tropical.
Esta rã, de hábitos noturnos, é vista com frequência na época de chuvas.
Para a alegria dos cientistas, a Scinax caprarius é um anfíbio que abunda em habitats conservados, o que a exclui da lista de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), segundo o Instituto Humboldt.
Das 817 espécies de anfíbios documentadas na Colômbia, 56 estão criticamente ameaçadas, 89 em perigo e 85 em estado vulnerável, de acordo com as listas vermelhas da UICN.
quarta-feira, 1 de agosto de 2018
A orca que carregou seu filhote morto durante dias
Ela não queria deixar seu filhote morto.
Uma orca cujo filhote morreu na terça-feira passada, pouco depois de nascer, foi vista carregando seu corpo nas águas da costa oeste dos Estados Unidos e do Canadá.
A mãe foi vista pela última vez com o filhote morto às 19h do horário local na quinta-feira passada. O filhote havia morrido na terça próximo a Victoria, British Columbia, no Canadá.
As orcas notoriamente transportam e carregam seus filhotes mortos por até uma semana. Apesar de serem popularmente chamadas de baleias, as orcas de fato pertencem à família dos golfinhos, sendo o maior exemplar da espécie. Golfinhos e baleias são animais mamíferos e as duas espécies possuem várias caraterísticas comuns o que facilita a confusão, mas biologicamente pertencem a duas famílias distintas.
A carcaça do filhote estava afundando e sendo repetidamente resgatada pela fêmea, de acordo com o Center for Whale Research (centro de pesquisas de baleias), que trabalha pela preservação das orcas residentes do sul, comunidade de animais da porção nordeste do Oceano Pacífico.
Um membro do time do centro de pesquisas viu o filhote nadando ao lado de sua mãe, batizada pela equipe de "J35", na terça.
Mas o filhote morreu meia hora depois da equipe chegar, segundo o centro de pesquisas.
A mãe foi vista carregando o recém-nascido com sua cabeça e o empurrando em direção à ilha San Juan, perto do Estado de Washington, nos EUA.
Orcas podem viajar em média 120 km por dia.
Um morador da ilha, citado no relatório do centro de pesquisas, disse ter visto um grupo de cinco ou seis orcas no pôr do sol com o filhote morto.
As orcas residentes do sul do Canadá e dos Estados Unidos correm risco de extinção. Elas dependem para alimentação do salmão-rei, que esteve em grave declínio nos últimos anos.
A comunidade, que tem cerca de 75 indivíduos, é frequentemente encontrada perto da ilha de Vancouver, no Canadá, e nas águas marítimas do Estado de Washington, nos EUA.
Pesquisas indicam que só cerca de um terço das orcas nascidas nos últimos 20 anos sobrevivem. Segundo o centro, nenhuma gravidez nos últimos três anos produziu um filhote que tenha sobrevivido.
Berço das jubartes, Abrolhos atrai turistas para espetáculo único
Entre julho e novembro, cerca de 20 mil baleias-jubarte se deslocam para as águas temperadas e claras do litoral brasileiro, geralmente rumo ao arquipélago de Abrolhos, na Bahia, que é o maior berçário desses animais que encantam milhares de turistas todos os anos.
A chegada das baleias-jubarte a Abrolhos é uma grande atração turística. Por lá, elas iniciam a temporada de reprodução afastadas do rigoroso inverno da Antártica e permanecem por quatro ou cinco meses, até que os filhotes estejam suficientemente desenvolvidos para migrar para o continente gelado.
Com o crescimento da população - aproximadamente 10% ao ano -, o número de baleias que visita o Brasil aumentou nas últimas décadas, especialmente depois de 1996, quando a caça foi proibida.
"Acredita-se que o fim da caça provocou a recuperação natural. As jubartes são cosmopolitas, se adaptam facilmente e o fim da caça gerou o salto", disse à Agência Efe o biólogo e coordenador do Projeto Baleia Jubarte, Sergio Cipolotti.
As embarcações de turistas partem da cidade de Caravelas e, depois de quatro horas, os visitantes podem ver a exibição dos cetáceos, os seus jatos de água e o movimento da calda, um espetáculo da natureza. Protegidas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pela Marinha, as baleias se sentem à vontade para dançar nas águas cálidas da Bahia. O momento mais esperado é o salto, quando elas chegam a mostrar dois terços do corpo, em um balé que leva os turistas ao delírio.
As baleias, que podem medir até 16 metros e pesar até 40 toneladas, estão presentes em todos os oceanos, mas chegam ao Brasil nesta época do ano para a reprodução. Apesar do aumento da quantidade delas no litoral brasileiro, o risco da ação humana continua rondando, seja pela poluição do mar ou pelo perigo das redes de pesca.
O objetivo do Projeto Baleia Jubarte é exatamente potencializar a região socioeconomicamente através do turismo, o que permitirá uma consciência maior sobre o meio ambiente.
"Com o crescimento da população, os cuidados são outros. É preciso manter o bem-estar do animal", afirmou Cipolotti.
As baleias são a principal atração do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, mas o local também serve de ninho para muitas espécies de aves. O atobá-grande e o atobá-pardo frequentam a Ilha Siriba, enquanto as fragatas estão na Ilha Redonda esperando uma oportunidade de roubar peixes capturados por outras espécies. Além disso, em águas praticamente cristalinas, a vida marinha preservada se torna uma atração à parte para mergulhadores. Por lá, esses têm a oportunidade de contemplar diferentes tipos de corais e peixes em um ambiente privilegiado.