quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Voluntários se unem para salvar tartarugas da cheia do rio Guaporé em Rondônia - Brasil




Com o nível do rio Guaporé subindo rapidamente neste mês de dezembro, dezenas de moradores de São Francisco do Guaporé (RO) se uniram em uma corrente solidária para salvar os filhotes de tartarugas que nasceram nas praias formadas ao longo do rio, na divisa de Rondônia com a Bolívia. Segundo a Ecovale, entidade que acompanha o nascimento dos quelônios no Guaporé, a ação voluntária foi necessária porque a água começou encobrir a areia, alagando as praias da região. Com a areia pesada, os filhotes de tartarugas não conseguem deixar os ninhos. Para evitar a mortandade das tartarugas, os voluntários se deslocam até os bancos de areia para resgatar os quelônios. Em um resgate acompanhado pela Rede Amazônica, a reportagem registrou os voluntários salvando um ninho com mais de 200 filhotes de tartarugas. Mesmo assim alguns quelônios não resistiram à cheia do rio. "A água vem por baixo da areia e acaba matando alguns filhotes", diz Zeca Lula, presidente da Ecovale. Depois de serem resgatadas dos ninhos, as tartarugas são levadas a um cativeiro montado na margem do rio, onde ficam por 20 dias. Segundo o presidente da Ecovale, os quelônios precisam ficar no cativeiro para perder um cheiro característico, atrativo de predadores naturais, como piranhas e jacarés. "É interessante poder contribuir de alguma maneira com essa ação, pois a gente sabe que o projeto de cuidado com as tartarugas é demorado. Exige muito trabalho, então a emoção é grande em contribuir com a sustentabilidade do planeta", ressalta a professora Mara Célia, que ajudou no resgate das tartarugas.

Espécime raro de perereca-macaco é encontrado em mata de RO - Brasil


Uma perereca com "polegares opositores" – conhecida como perereca-macaco – foi encontrada em uma área de mata em Vilhena (RO), no Cone Sul do estado. A Phyllomedusa camba é uma espécie rara capaz de caminhar em vez de apenas pular. Segundo os pesquisadores que encontraram o anfíbio na semana passada, os "polegares" permitem que a perereca também consiga agarrar com mais facilidade as folhas e galhos durante o deslocamento pela floresta. Ela foi capturada por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que em conjunto com professores e estudantes de biologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifro) fizeram incursões na mata para encontrar sapos, rãs e pererecas. A ação teve auxílio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Vilhena (Semma). Para localizar os anfíbios, os pesquisadores fazem longas caminhadas por áreas de vegetação densa, rios, pântanos e cachoeiras. Um dos objetivos da ação é fazer uma lista com espécies que correm risco de extinção por causa da fragmentação da mata. Com esse levantamento, também será possível analisar se as espécies que vivem na floresta nativa são as mesmas da floresta plantada. Durante as futuras expedições, está prevista a coleta de amostras de tecido para sequenciamento de DNA.

Mergulhador vestido de Papai Noel brinca com tubarões em Malta




Um mergulhador vestido de Papai Noel brincou com tubarões no Aquário Nacional de Malta na quarta-feira (18). Além de fazer carinho, ele deu comida para os animais. As crianças que visitavam o local ficaram encantadas.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Após um mês e meio, tartaruga encontrada coberta de óleo em praia do sul da Bahia é devolvida ao mar


A tartaruga encontrada coberta de óleo em praia da cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, foi devolvida ao mar no domingo (15), um mês e meio após ser resgatada. O animal foi achado no momento em que eram registradas grandes quantidades da substância no litoral do Nordeste. Após ser achada, na madrugada de 30 de outubro, o animal foi levado para o hospital veterinário da Universidade Estadual da Santa Cruz, onde recebeu os primeiros socorros. Quando ela voltou a respirar normalmente, seguiu de carro para uma base do Ibama montada na península de Maraú, também no sul da Bahia. Ela ingeriu muito óleo e continuou eliminando o material por mais 30 dias. Além disso, ela precisou passar por sondagem gástrica várias vezes para receber medicações e vitaminas. Ainda por causa do contato com a substância, a tartaruga desenvolveu uma úlcera de córnea por queimadura química do óleo. Segundo o Ibama, no último exame clínico, o animal demonstrou estar alerta, ativo e resistente a contenção. A entidade ainda afirmou que a inspeção da cavidade oral não demonstrou alterações e que o animal mantinha natação, flutuabilidade, funções fisiológicas e apetite compatíveis com a espécie. Durante o tratamento, a tartaruga ainda ganhou 2,1 Kg.Os exames físico, neurológico e hematológico assim como a biometria e o comportamento da espécie também não apresentaram alterações. Com isso, a entidade atestou que o animal estava apto a retornar ao habitat.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Filhote de tartaruga com defeito genético incomum é achado por voluntários de ONG em RO - Brasil


Uma tartaruga que nasceu com menos melanina do que o normal foi encontrada por voluntários da Associação Comunitária Quilombola e Ecológica do Vale do Guaporé (Ecovale) nas praias do rio Guaporé, em São Francisco do Guaporé (RO), município a cerca de 630 quilômetros de Porto Velho. Segundo Saymon Albuquerque, biólogo e especialista em herpetologia (ciência que estuda répteis e anfíbios), o filhote nasceu "hipomelânico". "É um animal com pouca melanina. Não é um albinismo completo", explicou. O encontro da espécie ocorreu no último fim de semana em meio ao trabalho de devolução de tartarugas à natureza. A Ecovale estima que mais de 2 milhões de tartarugas tenham sido salvas em 2019. De acordo com Saymon, animais que nascem com esse tipo de defeito genético não costumam viver muito, já que são achados com mais facilidade pelos predadores. "Tanto que é extremamente raro achar um adulto. Na natureza é bem difícil de achar. Não é comum", complementou. A tartaruga com pouca melanina deve permanecer sob responsabilidade da Ecovale por um período, até que se decida se é viável a soltura do animal no rio Guaporé.

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Aumento das temperaturas tem acelerado redução do oxigênio nos oceanos, alertam cientistas


As mudanças climáticas e a chamada "poluição por nutrientes" estão reduzindo a concentração de oxigênio nos oceanos e colocando a risco a existência de várias espécies marinhas. Essa é a conclusão de um dos maiores estudos já realizados sobre esse tema, conduzido pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) e divulgado neste sábado (7) na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 25, que está sendo realizada em Madri, na Espanha. A poluição por nutrientes é conhecida há décadas e é apontada como um dos principais responsáveis pelo surgimento de "zonas mortas" nos oceanos - locais com concentrações tão baixas de oxigênio que praticamente inviabilizam a existência de vida. Ela ocorre quando substâncias contendo elementos como fósforo e nitrogênio - usados em fertilizantes agrícolas, por exemplo - são arrastados da terra pela chuva para os rios e chegam ao mar. Ali, provocam o crescimento excessivo da população de algas, fenômeno batizado de eutrofização. Quando esses organismos morrem, seu processo de decomposição consome oxigênio, diminuindo sua disponibilidade na água. A mudança climática, por sua vez, tem agravado o problema: o aumento da temperatura da água é outro fator que contribui para a redução dos níveis de oxigênio. De acordo com o estudo, cerca de 700 pontos nos oceanos vêm sofrendo com a redução da concentração de oxigênio. Na década de 1960, esse número não passava de 45. O aumento das concentrações de gás carbônico na atmosfera intensifica o efeito estufa - os gases absorvem uma parcela da radiação que deveria ser dissipada para o espaço e a mantém dentro do planeta. Os oceanos, por sua vez, absorvem parte do calor. E a concentração de oxigênio na água é sensível à temperatura: quanto mais quente, menor a concentração desse gás, que é fundamental para a manutenção de boa parte da vida marinha. Mares com menos oxigênio favorecem a proliferação de águas vivas, mas são um habitat hostil para espécie maiores e que se movimentam rápido, como o atum. Cientistas estimam que, entre 1960 e 2010, o volume de oxigênio dissolvido na água recuou em 2%. O percentual pode não parecer significativo, já que é uma média - em algumas regiões tropicais, entretanto, a queda chegou a 40%.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Baleia é encontrada morta com 100 kg de lixo no estômago


Uma baleia cachalote que morreu após encalhar na Ilha Harris, na Escócia, tinha 100 kg de lixo no estômago. Redes de pesca, cordas, sacolas e copos de plástico estavam entre os resíduos. De acordo com especialistas em baleias, não está claro se os detritos contribuíram para a morte do animal. A carcaça da baleia foi encontrada por moradores na praia de Seilebost na última quinta-feira. "Foi extremamente triste, especialmente quando as redes de pesca e os detritos saíam do estômago dela", declarou Dan Parry, que mora na praia vizinha de Luskentyre. "Caminhamos nessas praias quase todos os dias e sempre levo uma sacola para recolher lixo, a maior parte relacionada à pesca." Segundo ele, o incidente é uma evidência clara do problema mais amplo da poluição marinha. "Esse material poderia estar facilmente em uma rede ou ter se perdido em uma tempestade, nós simplesmente não sabemos, mas mostra a dimensão do problema que temos com a poluição marinha", acrescenta. Uma equipe do Scottish Marine Animal Stranding Scheme (Smass), organização escocesa que investiga mortes de baleias e golfinhos, dissecou o animal para tentar determinar a causa da morte. "O animal não estava particularmente em más condições e, embora seja certamente plausível que essa quantidade de detritos tenha sido um fator para encalhar, não conseguimos encontrar, na verdade, evidências de que isso tenha afetado ou obstruído seu intestino", diz uma publicação do Smass na página do grupo no Facebook. "No entanto, ter essa quantidade de plástico no estômago é terrível, deve ter comprometido a digestão e serve para demonstrar mais uma vez os perigos que o lixo nos oceanos e equipamentos de pesca perdidos ou descartados podem representar à vida marinha."

Corpo de Bombeiros captura jacaré em usina sucroalcooleira em Paulicéia




O Corpo de Bombeiros resgatou na manhã desta terça-feira (3) um jacaré com aproximadamente 1,7 metro de comprimento que estava ao lado de um dos tanques de armazenamento de combustível em uma usina sucroalcooleira em Paucélia (SP). Conforme os bombeiros, o local era de difícil acesso devido a uma lona escorregadia e a uma angulação da descida. Foram necessárias técnicas de salvamentos em altura e terrestre para efetuar a captura do animal. Depois de capturado, o jacaré foi solto em seu habitat no Rio do Peixe.

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Bombeiros capturam jacaré no perímetro de segurança da Penitenciária de Osvaldo Cruz




O Corpo de Bombeiros capturou na manhã desta segunda-feira (25) um jacaré adulto, com cerca de 1,5 metro de comprimento, no perímetro de segurança da Penitenciária de Osvaldo Cruz (SP). De acordo com os bombeiros, foi um agente penitenciário que trabalha na unidade quem solicitou o resgate do animal ao avistá-lo na área próxima ao acesso na altura do km 572 da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294). Ainda segundo as informações dos bombeiros, não há nenhum rio no local em que o animal foi encontrado, mas existe nas proximidades uma espécie de represa, onde acreditam que o jacaré costumava ficar. No momento em que foi visto, o animal estava calmo, mas apresentava ameaça à vida humana. Não há residências próximas ao local, porém, os visitantes dos presos da penitenciária costumam ficar naquela região. Depois de capturado pelos bombeiros, o jacaré foi solto em habitat natural fora do perímetro urbano. Nos últimos dois anos, foi o segundo animal da mesma espécie resgatado pelos bombeiros nas proximidades da Penitenciária de Osvaldo Cruz.

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Jatuarana ou Matrinxã




O Jatuarana ou Matrinxã é encontrado em Bacias Amazônicas e Araguaia-Tocantins. São onívoros (que se alimentam tanto de produtos de origem animal como vegetal) e alimentam-se de frutos, sementes, insetos e eventualmente de pequenos peixes. Realizam migrações reprodutivas e tróficas. No início da enchente, formam grandes cardumes para a desova. São muito importantes comercialmente e encontram-se entre os peixes de escamas mais esportivos da Amazônia.

Pirapitinga ou Caranha - Piaractus brachypomus




Peixe de escamas; típico do Rio Amazonas, corpo romboidal, alto e comprimido; nadadeira adiposa sem raios; cabeça pequena; dentes molariformes. A coloração é cinza arroxeado uniforme nos adultos e cinza claro com manchas alaranjadas nos jovens. Pode alcançar 80cm de comprimento total e 20kg, embora exemplares desse porte não sejam comuns. Ecologia Espécie herbívora, com tendência a frugívora. Permanece nos rios durante a época de seca e entra nos lagos, lagoas e matas inundadas durante as cheias, onde é comum encontrá-la debaixo das árvores se alimentando dos frutos/sementes que caem na água. É importante nas pescarias comerciais e na pesca esportiva.

Caparari – Pseudoplatystoma tigrinum





Peixe de couro; corpo alongado e roliço; cabeça grande e achatada. A coloração é cinza escuro no dorso, clareando em direção ao ventre, sendo esbranquiçada abaixo da linha lateral. Pode ser separada das outras espécies do gênero pelas manchas pretas irregulares, como de um tigre, que começam na região dorsal e se estendem até abaixo da linha lateral. O caparari apresenta um estreitamento da cabeça, o que também o diferencia das outras espécies do gênero. Espécie de grande porte, é a maior espécie do gênero, podendo alcançar mais de 1,30m de comprimento total. Espécie piscívora. Pode ser encontrada em vários tipos de hábitats como matas inundadas, lagos, canal dos rios e praias. Realiza migrações de desova rio acima durante a seca ou início das chuvas. É importante na pesca comercial e esportiva.

Filhote da Piraíba


O peixe Filhote da Piraíba, é uma espécie de bagre típico das águas do Amazonas, que alcança até 2,5 metros de comprimento e pode pesar até mais de 100 quilos, mas tem sido cada vez mais difícil encontrá-lo nessas condições. Um peixe dos mais apreciados pelos Paraenses no Brasil

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Pesca de mais 7 espécies de peixes é proibida em Rondônia


A pesca de mais sete espécies de peixes está proibida a partir desta sexta-feira (15) devido ao período de defeso. Segundo a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), nos próximos quatro meses a pesca fica proibida porque este é o período de reprodução dos peixes nos rios rondonienses. A partir desta sexta-feira, é crime pescar peixes das seguintes espécies: Surubim,  Filhote, Caparari, Pirapitinga, Jatuarana, Dourada e Pescada. A pescaria destas sete espécies está proibida até 15 de março de 2020. Neste período, a Policia Militar Ambiental (PMA) intensificará a fiscalização pelos rios do estado. Os peixes criados em cativeiros não são proibidos para venda. Em uma campanha nas redes sociais, a Secretaria do Meio Ambiente de Porto Velho solicita que população não compre ilegalmente os peixes de rios no período de defeso e que procurem lugares com certificados da origem do produto. Segundo a Sedam, o período de defeso para o Tambaqui já tinha iniciado no estado, em 1° de outubro, e vai seguir até 31 de março de 2020. Já a pesca do Pirarucu estava proibida em Rondônia desde 1° de novembro. Para esta espécie, o defeso só encerra em 30 de abril de 2020.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Tartaruga põe ovos na Praia da Barra da Tijuca, no Rio; ninho é cercado




Uma tartaruga-cabeçuda escolheu a areia da Praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, para pôr seus ovos. A capital não costuma receber desovas, mais comuns no Norte Fluminense. O ninho foi descoberto no fim da tarde de quinta-feira (7) e desde então está cercado, com um pedido para que não mexam. Guardas municipais e bombeiros também vigiam o espaço. Suzana Guimarães, coordenadora regional do projeto Aruanã Tartarugas Marinhas, da Universidade Federal Fluminense (UFF), está monitorando os ovos diariamente. Não é certo que dali sairão tartaruguinhas, pois não se sabe se a mãe foi fecundada — o jeito será esperar. ncubação dos ovos demora de 45 a 60 dias. “Depende da temperatura neste tempo. Quanto mais alta, mais rápido”, ensina Suzana. “Estamos no pico da temporada de desova de tartaruga-cabeçuda”, explica Suzana. “O Norte Fluminense é uma das áreas prioritárias de desova desta espécie no Brasil”, prossegue. “Essa fêmea poderia estar em rota migratória e acabou colocando um ninho aqui, já que uma parte dos ovos já estava madura”, detalha. Suzana lembra que em 2015 ocorreu uma desova em Maricá, e, em 2017, na Praia de Itaipu, Niterói.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Peixe-boi ameaçado de extinção volta à natureza, em aldeia no Amapá, seis anos após resgate





Após viver 6 anos em uma piscina, o peixe-boi chamado "Victor Maracá" agora explora um novo espaço: um rio na Aldeia do Manga, em Oiapoque, no extremo Norte do Amapá. A soltura aconteceu em outubro, após um ano de mobilização de órgãos ligados à área ambiental para realizar esta etapa da reintrodução dele à natureza. O animal, que foi resgatado em 2013 em uma praia do município de Amapá após se perder da mãe, recebeu cuidados diários ao longo desses anos no Centro de Triagem de Animas Silvestres (Cetas). Agora saudável, "Victor Maracá" já ultrapassou os 300 quilos de peso distribuídos em 2,35 metros. A operação, liderada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), contou com apoio da comunidade, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Exército Brasileiro. De acordo com a superintendente do Ibama, Marinete Pantoja, a soltura aconteceu na manhã do dia 30 de outubro. "Ele está ainda se alimentando com ajuda das pessoas. Ele vivia em uma piscina, agora está no rio. Já começa a viver no habitat natural dele. Ele está se aclimatando e aos poucos vai tendo mais espaço, se sentindo mais forte, com a musculatura mais forte. Isso é importante para a gente ter certeza que ele vai ficar bem", comentou Marinete. O animal viajou cerca de 10 horas por 590 quilômetros da BR-156, entre Macapá e Oiapoque, através de uma logística arriscada, porém, cuidadosa, acompanhada por profissionais especializados. Inicialmente a ideia era fazer o transporte por avião, mas não foi possível. Até o exato local da soltura, ele também precisou ser levado em uma embarcação chamada "voadeira". O animal recebeu um cordão para a adaptação dele ser monitorada através de GPS. Ele viverá pelo período de 3 a 6 meses em um semicativeiro, que é um espaço no rio que foi cercado. Ele também é acompanhado por profissionais do Ibama, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap) e também por pessoas da aldeia. A ideia é que ele ganhe resistência para sobreviver no habitat natural. Em 2018 tentaram soltar o animal, e, apesar de ter o transporte aéreo garantido pela Força Aérea Brasileira (FAB), na última hora, um exame atestou que o peixe-boi estava com leptospirose. A viagem foi cancelada, os exames foram refeitos e ficou comprovado que ele não estava doente. Um ano depois, a soltura foi concretizada. "Houve um estudo primário para que colocássemos ele nessa área. Sentimos que o animal está seguro nesse local de aclimatação", certificou a superintendente do Ibama. Sadio e pronto para reconhecer o próprio mundo aquático, Vitor Maracá ainda tem muito tempo para aproveitar e se reproduzir, afinal a espécie vive em média 50 anos, podendo chegar até os 60. Para a equipe que o acompanhou desde filhote, a ausência será sentida.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Tartarugas marinhas reabilitadas após contato com manchas de óleo são devolvidas ao mar em Sergipe - Brasil



Três tartarugas marinhas, que apareceram encalhadas e sujas de óleo no litoral de Alagoas e da Bahia, foram soltas nesta quinta-feira (31), a 23 quilômetros da costa, em Aracaju, pela Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA). De acordo com a FMA, as tartarugas tem, em média, 65 centímetros de comprimento, ficaram cerca de 21 dias em reabilitação, até estarem saudáveis e livres da substância. "As três estavam muito debilitadas e tinham pneumonia porque haviam aspirado óleo também. Então, fizemos todo o tratamento químico, e durante o tratamento elas passaram por alguns banhos para despetrolização, com óleo mineral e detergente neutro. Depois de completamente limpas, elas foram para um tanque maior, para fazer com que elas se alimentassem sozinhas, nadassem, afundassem e fizessem todos esses comportamentos normais da espécie", explicou a veterinária da Fundação, Rafaelle Monteiro. O primeiro avistamento do que se tornou o maior desastre ambiental na costa brasileira ocorreu em 30 de agosto no estado da Paraíba. Desde então, a mancha foi limpa e voltou mais de uma vez em 16 praias do Nordeste. Ao todo, mais de 280 localidades foram atingidas. No dia 10 de outubro, 1.000 filhotes de tartarugas foram soltos em alto-mar para evitar contato com manchas.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Cantarilho-tigre


O cantarilho-tigre deve o seu nome às cinco riscas verticais escuras que tem no corpo avermelhado. Habita recifes rochosos sempre abaixo dos 10 metros de profundidade. Os juvenis formam cardumes na coluna de água mas, em adultos, tornam-se solitários, territoriais e vivem em fendas até aos 270 metros de profundidade. Curiosamente, podem partilhar o seu esconderijo com outras espécies de cantarilho. O cantarilho-tigre altera rapidamente a sua coloração, quando é perturbado por intrusos ou perante alterações na luz.

Cantarilho-bolina


O cantarilho-bolina é um peixe sedentário que vive solitário ou em pequenos grupos. Alimenta-se durante a noite e aproveita o dia para descansar, refugiado entre rochas, algas e outros objetos flutuantes. Os juvenis habitam águas pouco profundas e, com o seu desenvolvimento, aventuram-se cada vez mais fundo, podendo atingir profundidades de 120 metros em adultos. Nas barbatanas dorsais e peitorais tem espinhos venenosos que provocam feridas dolorosas. Esta espécie distingue-se dos restantes cantarilhos pela mancha escura que apresenta no opérculo, que provavelmente inspirou o seu nome científico auriculatus,que significa “orelhudo”.

Cantarilho-cobre



Este cantarilho pode ter cores tão variadas como o vermelho, o creme, o castanho, ou o rosado. No entanto, independentemente da cor do corpo, todos os cantarilhos-cobre têm no dorso várias bandas acobreadas ou vermelhas e o ventre branco. Também têm espinhos venenosos nas barbatanas, que provocam ferimentos. Vive junto à costa, até aos 180 metros, mas é mais comum em enseadas pouco profundas e protegidas. Durante o dia, permanece imóvel entre rochas ou mantos de kelp e torna-se mais ativo à noite, para se alimentar. O cantarilho é um peixe extremamente resistente, que consegue sobreviver várias horas fora de água.

Cantarilho-de-listra-amarela



O cantarilho-de-listra-amarela tem, como o nome indica, uma distintiva listra amarela ao longo da linha lateral, em contraste com o corpo preto, que pode ainda apresentar manchas amarelas. Pode atingir 45 centímetros de comprimento e, quando confrontado com um intruso, expande as barbatanas dorsais para parecer maior. Na fase juvenil, vive em águas costeiras pouco profundas, em adulto é um animal solitário e territorial que ocupa fendas nas rochas, ou solos de cascalho. Em algumas regiões, como na Califórnia, a captura excessiva levou ao declínio das populações.

Cantarilho


O CANTARILHO tem um corpo robusto, avermelhado no dorso e rosa-esbranquiçado no ventre com bandas vermelhas nos flancos. Possui espinhos característicos e a boca é grande e escurecida por dentro. É encontrado no Atlântico Nordeste e nos Arquipélagos da Madeira e dos Açores, onde habita no fundo marinho de 200 a 1000 m, muitas vezes associado a destroços submarinos. É uma espécie solitária e agrega-se apenas na altura da reprodução que ocorre no Verão. Alimenta-se de peixes, crustáceos e alguns cefalópodes durante o dia, ficando inactivo durante a noite. É pescado com arrasto e com palangre de fundo. O cantarilho tem fertilização interna; a fêmea armazena o esperma dentro dos ovários durante meses, libertando de forma faseada os embriões dentro de uma matriz gelatinosa.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Astro, o peixe-boi que sobreviveu a 13 atropelamentos e agora está sob ameaça do petróleo no Nordeste


O Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho está em luta para evitar que o primeiro peixe-boi reintroduzido na natureza, em 1994, seja afetado pelas manchas de óleo que atingem o litoral do Nordeste. Até um plano para retirar Astro do seu habitat está pronto caso a situação se agrave. O monitoramento diário é feito pelo projeto da Fundação Mamíferos Aquáticos, como mostrou o G1 Sergipe. Astro tem um chip implantado e sua história é considerada importante nos esforços de conservação do peixe-boi marinho. O mamífero vive entre os litorais de Sergipe e Bahia, área que está entre as mais afetadas pelo vazamento. O mamífero já lutava para sobreviver em meio aos atropelamentos de embarcações, às interações com turistas e, agora, enfrenta o óleo que afeta as praias nordestinas. Desde o início do surgimento das manchas, especialistas mudaram a rotina para manter Astro longe do óleo. Para isso, o animal está sendo monitorado através de um equipamento de radiotelemetria, que faz o mapeamento da área de uso e facilita as buscas pelo animal. O técnico ambiental do projeto Viva o Peixe-Boi, Allan Barreto, conta que, com a chegada das manchas, os esforços se intensificaram no intuito de preservar a vida do animal. "Com o monitoramento acompanhamos o cenário e tudo o que está ocorrendo. Nós observamos se existe óleo no animal, nas áreas de alimentação e na região onde ele bebe água. Em campo também temos uma equipe que faz esse monitoramento." Allan explicou que o equipamento que fica acoplado no mamífero também é monitorado. "O equipamento fica mais tempo flutuando. Por isso aumenta a chance de ter contato com a substância (tóxica)", comentou.

sábado, 19 de outubro de 2019

Peixe cabeça-de-cobra é ameaça por causa de 'sucesso evolutivo' e ação humana; entenda o alerta 'mate e congele'




O peixe cabeça-de-cobra, do gênero Channa, tem origem asiática, mas virou um problema na América do Norte e já se tornou uma espécie exótica invasora em oito países por causa da interferência humana. No Brasil, ele está na lista de animais cuja importação é proibida. Nos EUA, o animal não encontrou predadores e com seu apetite voraz tem potencial para destruir ecossistemas. O ministério de Interior americano entrou no caso e incumbiu dois grupos de cientistas para apresentarem propostas de controle e regulação. Em um comunicado, o governo norte-americano assegura que os animais encontrados no país não apresentam riscos para humanos, mas podem prejudicar o equilíbrio dos ecossistemas das regiões afetadas e por isso devem ser controlados. Ao menos cinco estados da região registraram a presença deste animal exótico na natureza. Recentemente, o estado da Georgia soou o alerta para a presença deste peixe; aos pescadores recomendou: se pescar, mate e congele. A recomendação para que ele seja colocado no gelo é motivada pela capacidade que o animal tem de respirar fora d'água. O congelamento garante que ele não seja devolvido vivo à natureza ou escape, já que ele também é capaz de se contorcer e tentar pular de volta à água quando deixado às margens dos rios durante as pescarias.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Pirarucu desenvolveu 'armadura excepcional' para escapar de piranhas


Nas águas da Amazônia, a batalha entre o pirarucu e a piranha é cheia de superlativos: de um lado, está um dos maiores peixes de água doce e com algumas das escamas mais resistentes do mundo natural; do outro, um peixe carnívoro com uma das mordidas mais poderosas entre os animais. Onívoro, nativo da Amazônia e com comprimento que pode chegar a 3 metros, o pirarucu (Arapaima gigas) é quem precisa escapar das piranhas (pertencentes à subfamília Serrasalminae). Estas têm dentes em formatos triangulares que agem como uma guilhotina e são um dos principais predadores nos lagos sazonais, onde outros peixes ficam "presos" com a variação do nível da água. Mas, no processo evolutivo, o pirarucu armou-se, quase literalmente, com escamas altamente resistentes e flexíveis diante do impacto externo – de uma mordida, por exemplo. Pesquisadores de universidades americanas, da Califórnia San Diego (UCSD) e Califórnia Berkeley, publicaram nesta quarta-feira um artigo no periódico Matter detalhando o funcionamento desta "armadura" – em suas palavras, as escamas deste gigante da Amazônia estão entre "os mais resistentes materiais biológicos flexíveis da natureza". Eles, da área da engenharia de materiais, vêm pesquisando este escudo do pirarucu há alguns anos, objeto de estudo que inclusive já gerou outras publicações antes. Mas, desta vez, os autores do trabalho na Matter revelam os resultados de testes de resistência observados a nível microscópico nas escamas do pirarucu. No Brasil, pesquisadores também vêm destrinchando as propriedades do pirarucu, como sua pele rica em colágeno com potencial comercial (leia mais abaixo). Já na publicação da Matter, os autores destacam que a compreensão de como funciona o "escudo" do pirarucu pode levar, no futuro, à sua imitação em itens como coletes à prova de balas. Para que as escamas dos peixes deem proteção contra os predadores sem comprometer a mobilidade, elas precisam ser leves, flexíveis e resistentes - "e as escamas do pirarucu são um excelente exemplo disso", dizem os autores. As escamas do gigante amazônico são formadas por duas camadas: a mais externa, altamente mineralizada e dura; a mais interna, composta sobretudo por fibrilas de colágeno e maleável. Nesta camada, as fibrilas de colágeno estão colocadas em um padrão chamado Bouligand, uma estrutura parecida com um compensado amplamente observada na natureza. O colágeno é uma proteína produzida naturalmente por animais e funciona como uma "cola" que junta os elementos do nosso corpo, por isso é um dos componentes mais importantes do tecido conjuntivo. Sua presença pode ser sentida nas cartilagens do nariz e das orelhas, onde podemos perceber que trata-se de um material ao mesmo tempo maleável e firme. A resistência, a força e as propriedades mecânicas das escamas do pirarucu já são conhecidas, dizem os autores da publicação, mas até então, acrescentam, era pouco compreendida sua "tenacidade à fratura" – a habilidade de um material resistir antes de quebrar ou ter algum tipo de deformação sob impacto. Assim, os cientistas colocaram amostras de escamas do pirarucu em placas, as perfuraram em laboratório e capturaram imagens microscópicas do processo. Também fizeram testes de diversas maneiras, variando por exemplo a posição da lâmina cortante em relação às escamas. Eles observaram que, sob pressão, a camada mais externa, mineralizada e dura, vai rachando e depois se fragmentando; isso protege a camada seguinte, a mais repleta de colágeno. Quando chega-se a essa etapa, as fibrilas de colágeno têm mecanismos dinâmicos de deformação, como se fosse uma dança para desviar e amortecer o impacto – elas esticam, rodam, separam-se...