domingo, 19 de julho de 2020

Lobo-marinho é visto na Praia dos Ingleses, em Florianópolis



Um lobo-marinho-subantártico (Arctocephalus tropicalis) foi visto na manhã deste domingo (19) na Praia dos Ingleses, no Norte da Ilha, em Florianópolis, usando as pedras para descansar. O mamífero marinho é juvenil e aparenta estar em boa saúde, disse a Associação R3 Animal, que executa naquele trecho o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). O lobo-marinho foi levado pela R3 Animal até um local menos movimentado para que pudesse ter melhor descanso. Uma avaliação preliminar feita com um termógrafo - aparelho que detecta a temperatura em diferentes pontos do corpo - constatou que ele está aparentemente saudável, com boa composição corporal e responsivo. As unhas do lobo-marinho foram pintadas de vermelho para facilitar a identificação caso seja avistado novamente. Caso encontre este ou outro animal marinho, a recomendação é ligar para o número de acionamento do PMP-BS, 0800 642 3341. Outras dicas são manter distância e isolar a área; não usar flash; afastar animais domésticos; e não dar alimento e nem forçar a espécie encontrada a entrar na água. O lobo-marinho-subantártico habita principalmente as ilhas ao Norte da Convergência Antártica. A espécie até pode ocorrer no litoral brasileiro, mas é uma migração errática, sendo poucos os relatos da presença desses indivíduos em nossa região.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Pesquisadores descobrem nova espécie de rã em milharal e batizam com nome da escritora Cora Coralina


Uma rã de 1,5 cm, um canto intenso no milharal e um resgate da história da literatura brasileira. Pesquisadores da Unicamp, em Campinas (SP), descobriram uma nova espécie do anfíbio em uma plantação de milho no interior de Goiás, que serviu de inspiração para batizar o animal com o nome da poetisa Cora Coralina. A escritora descreveu sapos no mesmo ambiente em "Poema do Milho" e, segundo a família, gostava mesmo de apreciar a cantoria deles. A descoberta da Pseudopaludicola coracoralinae ocorreu na cidade de Palmeiras de Goiás, no interior do estado, e foi realizada em parceria com a Unesp de Rio Claro e a Universidade Federal de Uberlândia. A publicação do estudo na revista especializada em ciência da classificação de espécies, European Journal of Taxonomy, no dia 3 de julho, tornou o feito conhecido. Apaixonado por anfíbios, Felipe Andrade idealizou a viagem em busca da nova espécie durante o doutorado em biologia animal pela Unicamp, concluído em outubro do ano passado. Junto com a colega Isabelle Haga e orientado por Luis Felipe Toledo, professor da Faculdade de Biologia e da pós-graduação em Campinas, os pesquisadores identificaram variações no canto dos machos e diferenças nas características moleculares que constataram a novidade. "Era uma população de mais de 100 indivíduos (rãs). Originalmente era cerrado, mas naquele local o cerrado virou plantação. É uma espécie menos exigente do que outras espécies do cerrado, mais resistente à mudança de ambiente. É possível que ele ocorra em outras cidades", afirma o orientador do estudo. A Pseudopaludicola coracoralinae adulta tem o tamanho inferior a 2cm e está próxima dos menores anfíbios do Brasil, segundo Toledo. "Até no canto existe sobreposição entre as espécies, mas a duração e as taxas de emissão das notas é que diferem. Então, você pode ter espécies que cantam mais rápido ou mais lento do que ele. Isso ajuda muito nesse grupo", completa o orientador. A nova rã é considerada uma espécie críptica, muito parecida com outras a olho nu e dependem de estudos genéticos para fazer a diferenciação.

terça-feira, 12 de maio de 2020

Ondas azul-metálicas e brilhantes iluminam praias do sul da Califórnia




Um fenômeno natural, conhecido como "maré vermelha", iluminou as praias do sul da Califórnia na noite de segunda-feira (27). Apesar do nome, o que se viu na costa oeste dos Estados Unidos foram ondas "tingidas" com uma coloração azul-metalizada. Isso ocorre quando há uma forte concentração de algas do tipo "dinoflagelados" que irradiam um brilho azulado ao serem agitadas pelo movimento das ondas, é o que é chamado bioluminescência. Não é a primeira vez que a região recebe a visita destes seres-vivos. Em 2018 os moradores de San Diego conseguiram registrar por noites seguidas a presença destas algas. Mas desta vez não puderam se aproximar, já que as praias do estado estão fechadas pelas medidas de isolamento do coronavírus. Os EUA têm estabelecido diversos bloqueios para tentar conter o avanço da Covid-19 . Nesta terça (28) o país ultrapassou os 1 milhão de casos e já registrou mais de 50 mil mortos por complicações causadas pelo novo coronavírus. Áreas públicas como parques e praias estão fechados para evitar a aglomeração de pessoas na Califórnia, um dos estados mais populosos do país. Apenas em Los Angeles, uma das maiores cidades do estado, já são mais de 20 mil casos confirmados. Em seu site, o Instituto Scripps de Oceanografia da Califórnia afirma que as marés vermelhas são imprevisíveis e que não há como estimar a duração do fenômeno. Episódios anteriores duraram períodos variados, de uma semana a um mês ou mais. As algas que compõem o fenômeno, não estão na lista de “mais tóxicos”. No entanto, os cientistas alertam que algumas pessoas podem ser sensíveis a eles e sugerem manter distância dos organismos.

Aquário no Japão pede que pessoas conversem por vídeo com enguias-de-jardim que estão esquecendo a existência humana


As enguias-de-jardim do Aquário Sumida, em Tóquio, no Japão, estão acostumadas com visitas: quando tiram a cabeça da areia, o mais provável é que vejam olhos humanos encarando-as de volta através do vidro. Mas, com a pandemia de Covid-19 e o fechamento do aquário desde o início de março, os bichinhos estão enfrentando um problema inusitado: estão esquecendo que seres humanos existem, segundo o jornal britânico "The Guardian". As enguias também parecem estar esquecendo de como é a aparência humana. Por causa disso, o aquário está pedindo às pessoas que façam chamadas de vídeo com os pequenos animais, evitando o risco de que eles passem a ver os humanos como uma ameaça. O chamado "festival de exibição de rostos" começa domingo (03/05) e vai até terça (05/05). O aquário colocou cinco tablets de frente para o tanque. As pessoas, então, vão se conectar através do aplicativo FaceTime. Depois que as chamadas de vídeo forem iniciadas, as pessoas vão ser solicitadas a mostrar seus rostos, acenar e conversar com as enguias. Mas, dada a timidez natural dos animais, o pedido é que não levantem a voz. "Eles não veem pessoas a não ser os cuidadores, e estão começando a esquecer dos humanos", escreveu o aquário no Twitter no dia 27. "As enguias-de-jardim, principalmente, desaparecem na areia e se escondem toda vez que os cuidadores passam", disse o aquário. Por causa da natureza sensível dos bichinhos, está ficando difícil monitorar a saúde deles. O pedido do aquário atraiu bastante apoio on-line, diz o "The Guardian", com a hashtag em japonês para "Por Favor, Lembrem dos Humanos" (#PleaseRememberHumans). Embora as enguias-de-jardim sejam sensíveis e cautelosas por natureza, diz o jornal, as 300 que vivem em um dos tanques do aquário se acostumaram a visitantes humanos e raramente se escondiam quando abordadas pelas pessoas. "Eles precisam de treinamento para aprender que os humanos não são uma ameaça!" outro escreveu. "Interessante." Muitos pediram que o aquário oferecesse acesso às enguias por meio de outro aplicativo para permitir a participação de usuários que não têm produtos da Apple, informou o "The Guardian". As enguias-de-jardim são chamadas assim por causa de sua aparência quando levantam, todas ao mesmo tempo, a cabeça da areia, explicou o jornal.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Pampo - Sernambiguara




O sernambiguara (Trachinotus falcatus) é uma espécie marinha de peixe teleósteo, perciforme da família dos carangídeos. Chegando a medir até 1,20 m de comprimento, tais animais habitam as águas tropicais da parte ocidental do Atlântico. Também são conhecidos pelos nomes populares de arabebéu, arebebéu, aribebéu, garabebel, garabebéu, pampo, pampo-arabebéu, pampo-gigante, pampo verdadeiro, sarnambiguara, sernambiquara e tambó.

Carapau



Carapau é a designação vulgar de várias espécies de peixes de pequeno tamanho da família Carangidae, caracterizados por um corpo fusiforme, uma linha lateral terminada por escamas em forma de escudo, e uma camada de músculo vermelho na parte lateral do corpo. São peixes pelágicos que formam por vezes grandes populações e têm grande valor nutritivo e comercial. No Brasil, também se usa este nome vulgar (e também a variante "garapau") para algumas espécies de outras famílias, mas com aparência semelhante. Em Portugal, a designação "Carapau" está reservada ao Trachurus trachurus. Os principais géneros de carapau são: Alepes, Decapterus e Trachurus.

Anchova






A anchova (também conhecida como enchova, e anchoveta) é um peixe actinopterígeo da família Engraulidae, à qual pertence o biqueirão, geralmente de menor tamanho. Em várias regiões do mundo, estas espécies suportam pescarias de grandes dimensões; a mais conhecida é a anchoveta do Peru e Chile, Engraulis ringens, da qual se chegaram a capturar doze milhões de toneladas. Podem medir de 2 a 40 cm, quando adultas, e o formato de seu corpo é variável, sendo mais delgado na região Norte. A espécie Pomatomus saltatrix, da família Pomatomidae, também é conhecida pelos nomes de "anchova" e "enchova". São encontradas por todos os oceanos, mas com maior concentração em águas temperadas e em menores concentrações em águas frias ou mares muito quentes. Geralmente, sobrevivem em uma variedade grande de temperaturas e salinidade. São abundantes no Mar Mediterrâneo, particularmente no Mar de Alborão, bem como no Mar Negro. A anchova é um alimento importante para muitos peixes, incluindo o linguado-da-califórnia, o stripped bass, tubarão e o Salmão-Rei. Também muito importante para mamíferos marinhos e pássaros como o pelicano-pardo. Ctenóforo Mnemiopsis leidyi, foi introduzido acidentalmente no Mar Negro, vindo de lastros de outros navios, causando um colapso na pesca de anchova nos anos 80.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Foca resgatada com desidratação é reinserida na natureza nos EUA



Uma foca resgatada com desidratação severa foi tratada e devolvida à natureza pelo Aquário Nacional dos EUA em Salisbury, Maryland (EUA). Apelidada de Amélia Bedélia, ela foi liberta na última terça-feira (17), após 3 semanas de reabilitação no aquário, que fica em Baltimore. Amélia, uma foca harpa, foi a primeira de três focas resgatadas pelo aquário na última temporada a serem reinseridas no habitat natural. Seguem sob a atenção de cuidadores Huckleberry Finn, uma foca-cinzenta resgatada no Parque Estadual de Assateague, e Pippi Meialonga, outra foca cinzenta recolhida em Dewey Beach. O aquário apelidou os animais com nomes de personagens infantis famosos nos EUA. Assim como Amélia, Huckleberry e Pippi serão reinseridos assim que estiverem com saúde satisfatória.

terça-feira, 31 de março de 2020

O que é Pororoca?






Pororoca é um fenômeno natural caracterizado por grandes e violentas ondas que são formadas a partir do encontro das águas do mar com as águas do rio. Existem várias explicações para este fenômeno, mas a principal diz que sua causa deve-se à mudança das fases da lua, principalmente nos equinócios que aumenta a propensão da massa líquida dos oceanos proporcionando grande barulho.

Pororoca, macaréu ou mupororoca é a forma como são denominados os macaréus que ocorrem na Amazônia. Trata-se de um fenômeno natural produzido pelo encontro das correntes fluviais com as águas oceânicas. Pororoca origina-se do tupi poro'roka, que é o gerúndio do verbo poro'rog, «estrondar». O fenômeno manifesta-se, no Brasil, na foz do rio Amazonas e afluentes do litoral paraense e amapaense (rio Araguari, rio Maiacaré, rio Guamá, Rio Capim, Rio Moju) e na foz do rio Mearim, no Maranhão. Esse choque das águas derruba árvores de grande porte e modifica o leito dos rios. Recentemente, o fenômeno tem atraído praticantes de surfe, transformando-se numa atração turística regional amazônica. Em julho de 2015, foi declarado oficialmente que o fenômeno já não ocorre no rio Araguari. A ocupação irregular de áreas nativas para a criação de búfalos foi um dos principais fatores que provocaram o fim do fenômeno da pororoca na bacia desse rio do extremo leste do Amapá.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pororoca

quinta-feira, 19 de março de 2020

O que é a Piracema?




A piracema é o movimento migratório de alguns peixes que se deslocam até a cabeceira dos rios, ou seja, rio acima. O termo piracema tem origem indígena e significa “subida do peixe” (pira: peixe e cema: subida). Este movimento migratório dos peixes é realizado porque eles buscam encontrar o local ideal para a sua reprodução, que normalmente é um local com água quente, rica em oxigênio e turva, uma vez que a água límpida facilita a predação. A piracema ocorre quando os peixes percebem mudanças no ambiente que indicam que a estação é favorável para a reprodução. Essa época é aquela em que ocorrem chuvas com mais frequência, a água torna-se mais oxigenada e os dias são mais quentes. Nesse ambiente os peixes iniciam sua migração rio acima e essa subida é extremamente desgastante para eles, uma vez que a cabeceira do rio pode estar localizada a vários quilômetros do local de partida. Os peixes podem chegar até a cabeceira ou se fixar em lagoas marginais que se formam pelo aumento de chuvas. Ao chegar ao local adequado, os peixes estão prontos para o acasalamento. Nas espécies que fazem a piracema, a fecundação é externa, ou seja, os gametas femininos e masculinos são lançados na água, onde ocorre a fecundação. Os ovos ali formados podem descer o rio, sendo levados pela correnteza ou se desenvolverem nas lagoas marginais. Em virtude da predação e outros fatores ambientais, poucos são os indivíduos que chegam à fase adulta.

Na Piracema é preciso controlar a pesca, e nessa época estabelece-se o período de defeso para rios e águas continentais. Não se pode realizar nenhuma pesca que não a de subsistência, que garante alimentação para várias pessoas que vivem próximas às áreas de rios. Durante a Piracema, é estabelecido um tamanho mínimo de peixe que pode ser capturado e a quantidade máxima por pescador. É extremamente importante controlar a pesca, uma vez que, na subida dos rios, os peixes ficam exaustos, o que facilita a ação de pescadores, que podem conseguir uma grande quantidade de peixes facilmente. Como a Piracema é um período de reprodução, a captura de adultos diminui a quantidade de indivíduos da população. A construção de barragens tem grande impacto sobre a Piracema, uma vez que elas formam uma grande barreira para os peixes. A solução encontrada em alguns locais foi a construção de degraus que facilitam a subida dos peixes, evitando que eles fiquem tentando incansavelmente ultrapassar a barragem. Entretanto, o problema é que os peixes que sobem dificilmente retornam e, além disso, o ambiente não é próprio para a reprodução e desenvolvimento de novos indivíduos, o que prejudica a manutenção da espécie. (Por Maria Vanessa dos Santos)

segunda-feira, 9 de março de 2020

Devolvida há menos de dois anos para rios da Amazônia, peixe-boi reabilitada está grávida; gestação dura 12 meses

Fotos: Diogo Souza e acervo Ampa/Inpa


Pesquisadores constataram, pela primeira vez, gravidez em uma peixe-boi da Amazônia reintroduzida à natureza, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC). A gravidez foi confirmada com análise das amostras de sangue. A fêmea "Baré" chegou ainda filhote ao Instituto, em Manaus, onde passou 16 anos e foi solta, em 2018, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (DRS) Piagaçu-Purus, no município de Anori, a 173 Km da capital amazonense. Segundo o Inpa, a detecção da gravidez aconteceu após captura de Baré, ocorrida em novembro, durante a vazante do rio Purus. A ação de monitoramento aconteceu 200 dias após a soltura de 12 animais reabilitados e levados de volta à natureza. A equipe fez a biometria e verificou que desde a soltura, a fêmea Baré cresceu 11 centímetros e ganhou aproximadamente 130 quilos. “Esta gravidez mostra que o animal está bem, adaptado e integrado nessa população de peixes-bois. Isso para nós é uma grande satisfação, e é mais uma etapa na garantia da conservação dos peixes-bois da Amazônia”, disse líder do Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA), a pesquisadora Vera da Silva, por meio da assessoria. O filhote deve nascer até junho, período de enchente do rio Purus. Segundo pesquisadores do Inpa, a reprodução da espécie está associada ao ciclo hidrológico da Amazônia. O pico de nascimento ocorre depois que as águas sobem, quando há maior abundância de alimentos. “Conseguimos verificar a eficácia das etapas de resgate, reabilitação e soltura. Claramente o animal está adaptado à natureza, e futuramente contribuirá para o aumento da população da espécie”, coordenador do Programa de Reintrodução de Peixes-bois da Amazônia, o biólogo Diogo Souza. Há mais de 40 anos, o Inpa atua com pesquisas e ações de conservação para o peixe-boi. Em 2008, o Inpa implantou o Programa de Reintrodução de Peixe-bois da Amazônia. De acordo com o Inpa, o peixe-boi da Amazônia vive em média 60 anos e só atinge a maturidade sexual e está pronto para se reproduzir com aproximadamente seis anos de idade. A gestação da fêmea de peixe-boi da Amazônia dura aproximadamente 12 meses. Nasce um filhote por vez, com raros casos de gêmeos. O cuidado da mãe perdura por aproximadamente dois anos, com o filhote sendo amamentado neste período. A caça ilegal e captura acidental em redes de pesca são as principais ameaças ao peixe-boi da Amazônia, além de sofrer com a destruição e degradação ambiental. A caça do animal é proibida desde 1967, porém sua carne ainda é apreciada na região, o que exige um intenso trabalho de sensibilização ambiental e de fiscalização.

Flagrados com espécie em extinção, pescadores são autuados em mais de R$ 10,4 mil em Rosana





Três homens, de 51, 24 e 22 anos, foram autuados pela Polícia Militar Ambiental em R$ 10.440 devido à prática de pesca de espécie em extinção, mediante a utilização de método não permitido, neste domingo (8), em Rosana (SP). Conforme informações da polícia, os pescadores capturaram pescados nativos da espécie jaú, com método proibido, ou seja, utilizando arbaletes, no Rio Paranapanema. Os policiais receberam denúncia de onde estavam os pescadores e seguiram ao local, onde encontraram três peixes da espécie informada no relato, com marcas de perfuração por arbaletes. Um peixe pesava 21 quilos e media 1,19 metro, o outro, de 16 quilos, media 1,14 metro, enquanto o terceiro pesava 15 quilos e media 1,10 metro. Os peixes não estavam congelados e apresentavam características de que teriam acabado de serem esviscerados, segundo a polícia. Ainda foram apreendidos dois arbaletes, duas máscaras de mergulho, dois pares de nadadeiras e uma roupa de mergulho. Diante das evidências, a polícia elaborou três autos de infração ambiental "por pescar mediante a utilização de método não permitido", com multa no valor de R$ 3.480 cada, sendo majorada devido ao peixe da espécie jaú estar em extinção. As autuações totalizaram R$ 10.440 e os pescados foram doados ao Lar do Ancião, em Teodoro Sampaio (SP). Os demais materiais permaneceram apreendidos pela polícia.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Mudanças climáticas reduzem população de pinguins de barbicha em até 77% na Antártica


Com base em números contabilizados desde a década de 1970, cientistas que estudam as mudanças do clima apontam uma redução de até 77% no número de pinguins de barbicha em algumas colônias da Antártica. O pinguim de barbicha, assim chamado por causa da faixa negra estreita que tem debaixo da cabeça, habita as ilhas e costas do Pacífico Sul e os oceanos Antárticos. A espécie se alimenta de krill, animal invertebrado semelhante ao camarão. "A diminuição que vimos é dramática", disse Steve Forrest, um biólogo conservacionista que se juntou a uma equipe de cientistas das universidades norte-americanas de Stony Brook e Northeastern em uma expedição recém-concluída. Os cientistas, que viajaram em dois barcos do Greenpeace – o Esperanza e o Arctic Sunrise – realizaram a expedição entre 5 de janeiro e 8 de fevereiro e utilizaram técnicas de inspeção manual e drones para avaliar a magnitude do dano. O número de pinguins na Ilha Elefante se reduziu em cerca de 60% desde a última pesquisa, em 1971, chegando a menos de 53 mil casais reprodutores na atualidade, segundo a expedição. "Embora haja vários fatores que podem explicá-lo, todas as provas que temos apontam para a mudança climática como responsável pelo que estamos vendo", disse Heather Lynch, professora-associada de ecologia e evolução a Universidade Stony Brook. Na semana passada, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) informou que uma base de investigação na Antártica registrou a temperatura mais alta já alcançada no continente em um contexto de preocupação crescente com o aquecimento global, que acelerou o descongelamento das calotas de gelo ao redor do polo sul. O Greenpeace está pedindo à Organização das Nações Unidas (ONU) que se comprometa a proteger 30% dos oceanos do mundo até 2030, um objetivo solicitado pelos cientistas e por um número crescente de governos como o mínimo necessário para deter o estrago causado pela atividade humana.

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Depois de tanto acasalar e salvar espécie, tartaruga gigante Diego se aposenta em Galápagos


A tartaruga gigante que é considerada a salvadora de sua espécie — graças a sua extraordinária libido — vai agora se aposentar, retornando à vida selvagem em sua ilha de origem. Diego, como é chamado, estava entre os 14 machos selecionados para um programa de acasalamento de tartarugas na ilha de Santa Cruz, no arquipélago de Galápagos. O programa foi considerado bem-sucedido, produzindo mais de 2 mil tartarugas gigantes desde seu início, ainda nos anos 1960, e o apetite sexual de Diego foi crucial para isso. Agora com cem anos de idade, Diego ajudou a produzir centenas de filhotes — segundo algumas estimativas, esse número talvez chegue a 800. Com o programa concluído, Diego vai retornar em março para sua ilha nativa, Española, segundo informou o serviço de Parques Nacionais de Galápagos (PNG). Assim, ele vai se somar a uma população de 1,8 mil tartarugas, das quais ao menos 40% são suas descendentes diretas. "Ele contribuiu com uma grande porcentagem da linhagem que estamos devolvendo a Española", afirmou Jorge Carrion, diretor do PNG, à agência France Presse. "Estamos felizes com a possibilidade de devolver essa tartaruga a seu habitat natural." Diego é um Chelonoidis hoodensis, espécie encontrada na natureza apenas nessa ilha ao sul do arquipélago de Galápagos, no Pacífico. O arquipélago, a 900 km da costa do Equador, ficou famoso mundialmente por ter sido palco de estudos do naturalista inglês Charles Darwin, autor da Teoria da Evolução, graças a sua grande e peculiar biodiversidade. Calcula-se que Diego tenha sido retirado de Galápagos cerca de 80 anos atrás, por uma expedição científica que o levou ao Zoológico de San Diego, nos EUA. Cerca de 50 anos atrás, sobravam apenas 2 machos e 12 fêmeas de sua espécie em Española. Para ajudar no programa de repovoamento, Diego foi identificado como um dos últimos remanescentes entre os Chelonoidis hoodensis e levado de volta para a Estação de Pesquisas Charles Darwin, em Galápagos, em 1977.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Temperatura dos oceanos cresce 450% nas últimas 6 décadas e bate terceiro recorde consecutivo em 2019, diz estudo


A temperatura média dos oceanos atingiu o maior registro da história em 2019 e bateu o terceiro recorde consecutivo, de acordo com um estudo internacional publicado nesta segunda-feira (13) na revista científica "Advances in Atmospheric Sciences". Além dos oceanos estarem mais quentes, a temperatura está se elevando a uma velocidade cada vez maior e, mesmo que as emissões de gases do efeito estufa parem, os oceanos continuarão ter temperaturas elevadas porque demoram a se estabilizar, alertam os pesquisadores. Os oceanos estiveram 0,075 °C acima da média registrada de 1981 a 2010. Nas últimas seis décadas, a temperatura das águas oceânicas aumentou 450%, afirma o estudo, o que corresponde a uma elevação de 46 mm no nível dos oceanos. A elevação da temperatura dos oceanos é medida em zetta joules – que se refere a energia acumulada ou absorvida. Em termos técnicos, em 2019 os oceanos acumularam uma energia média de 228 zetta joules acima do que havia sido registrado de 1981 a 2010. O número é 25 zetta joules acima do que registrou em 2018, até então a maior temperatura acumulada. "É como se os oceanos tivessem absorvido o calor liberado pela explosão de 3,6 bilhões de bombas atômicas como a de Hiroshima", compara Cheng, professor associado do Centro Internacional de Ciências Climáticas e Ambientais do Instituto de Física Atmosférica (IAP) da Academia Chinesa de Ciências (CAS). Segundo Cheng, a temperatura média do oceano até 2 mil metros de profundidade é de aproximadamente 5,85 °C, mas esse número, no entanto, é menos preciso para monitorar o aquecimento dos oceanos do que a análise da variação da temperatura. "Por exemplo, nos trópicos, a temperatura da superfície do mar é maior que 28 °C, mas cai para cerca de 2 °C a 2 mil metros. Já nas regiões polares, a temperatura é próxima de 0°C. Essa enorme variação dificulta a obtenção de um número exato de temperatura média global. Porém, para anomalias de temperatura (alterações relacionadas à temperatura média), elas são menos heterogêneas espaciais e alguns padrões de larga escala se formam, portanto nossa estimativa é mais confiável", afirma em entrevista ao G1.