A Comissão Baleeira Internacional (CBI) aprovou nesta quinta-feira (18) em Portoroz (Eslovênia) um texto que endurece os critérios para a caça à baleia por motivos científicos, ante as intenções do Japão de retomar a prática no Oceano Antártico.
A resolução, não vinculante, proposta pela Nova Zelândia e debatida durante a 65ª sessão da CIB, recebeu 35 votos a favor, 20 contrários e cinco abstenções.
Os países que caçam o animal (Japão, Islândia, Noruega, Rússia) foram contrários ao texto, assim como países africanos e do Caribe. Os membros da União Europeia, Estados Unidos, Austrália, vários países da América Latina, Gabão e Austrália votaram a favor.
A Corte Internacional de Justiça (CIJ) reconheceu em março que a caça científica de baleias por parte do Japão escondia na verdade uma atividade comercial.
O texto votado nesta quinta-feira retoma os principais argumentos da decisão da CIJ sobre a avaliação dos programas científicos de caça dos cetáceos.
Os países pediram uma análise sobre se o tamanho das mostras á 'razoável' em comparação aos objetivos almejados e se estas metas podem ser alcançadas por 'meios não letais', assim como garantir que 'as informações obtidas por meios letais buscam melhorar a preservação e a gestão das baleias'.
O Japão afirmou na reunião da CBI em Portoroz que não pretende caçar baleias na temporada 2014-2015 no Oceano Antártico, mas que não renuncia à caça dos cetáceos em suas águas.
Neste sentido, as autoridades nipônicas devem apresentar até o fim do ano um novo programa científico para 2015-2016 na Antártica.
'É uma decisão importante que, se for respeitada, deveria acabar com a caça ilegal de baleias em nome da ciência', disse Aimée Leslie, da organização ecologista WWF.
De acordo com a CIB, o Japão capturou 417 baleias por motivos científicos em 2013. No total, 1.600 baleias foram caçadas no mundo no mesmo ano.