sexta-feira, 23 de março de 2018

Baleias encalham em massa em praia na Austrália e intrigam autoridades


Cerca de 150 baleias ficaram encalhadas em uma praia no sudoeste da Austrália, segundo informações de jornais locais. Apenas 15 delas teriam sobrevivido. Autoridades afirmam que um grande esforço de resgate está em curso na região e que um alerta sobre a presença de tubarões na área foi emitido. As baleias foram encontradas por um pescador em Hamelin Bay, cerca de 300 quilômetros ao sul de Perth, na manhã desta sexta-feira. Aproximadamente metade delas já estava morta, de acordo com autoridades do Estado da Austrália Ocidental. Autoridades disseram que os animais são baleias-piloto-de-aleta-curta, uma espécie encontrada nas águas tropicais e temperadas de todos os oceanos. A Australian Broadcasting Corporation (ABC), a rede de televisão pública da Austrália, informou que dezenas de equipes de resgate estavam na praia. O alerta de tubarão foi emitido para que as pessoas fiquem longe da área. Essas baleias-piloto costumam medir até cinco metros e são encontradas em águas tropicais e subtropicais. Especialistas disseram que o encalhe pode ocorrer quando as baleias estão doentes, feridas ou cometem erros de navegação, particularmente em praias de declive suave. Mas o que houve neste caso específico ainda não foi explicado. Por vezes, animais encalhados podem emitir pedidos de socorro que atraem outras baleias para a mesma situação. Em 1996, cerca de 320 baleias-piloto-de-aleta-longa ficaram encalhadas, naquele que foi o maior caso do tipo já registrado na Austrália Ocidental.

Corais em praias de Búzios são monitorados em etapa final de projeto do Instituto Brasileiro de Biodiversidade




Os corais de Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio, estão sendo alvos de monitoramento de equipes do Instituto Brasileiro de Biodiversidade (BrBio). As ações ocorrem nesta quarta-feira (20) e na quinta (21) em cinco pontos da cidade: o lado esquerdo e o direito da praia da Tartaruga, Ilha do Caboclo, Praia dos Ossos e Praia Azeda. A atividade faz parte da etapa final de monitoramento do Projeto Ecorais, que tem como objetivo avaliar a saúde das populações de corais da região e analisar se o estado de saúde desses animais está associado às alterações nas condições ambientais. “Essa saída de campo possui diferentes objetivos. Um deles é finalizar o acompanhamento trimestral das populações de Mussismilia hispida, popularmente conhecido como coral cérebro, e do Siderastrea stellata, o coral estrelinha, que vem sendo feito desde dezembro de 2016 em cinco pontos de Búzios. O segundo objetivo é a avaliação de características ambientais, como temperatura, quantidade de sedimento na água e luz, para descobrir se eventuais alterações nos estados dos corais estão associadas a mudanças nas condições ambientais”, explica Dr. Lelis Antônio Carlos Júnior, pesquisador de pós-doutorado do Projeto Ecorais. A coordenadora do Projeto, Simone Siag Oigman Pszczol, disse que a equipe pretende filmar as atividades de pesquisa e integrar os diferentes atores envolvidos no projeto, como o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, Chevron e Secretaria Municipal de Educação, Esportes, Ciências e Tecnologia de Búzios. De acordo com os pesquisadores, pequenos pedaços de tecido dos corais serão coletados para a realização de análises moleculares, a fim de descobrir padrões e dinâmicas dos organismos que vivem em interação com os corais, chamados de zooxantelas. Ainda segundo os pesquisadores, esta pesquisa é feita em colaboração de pesquisadores do Laboratório de Biodiversidade de Cnidaria da UFRJ. O Projeto Ecorais surgiu em 2000 a partir de uma pesquisa científica sobre a saúde dos corais da Armação dos Búzios. O trabalho foi motivado pela preocupação dos pescadores e órgãos municipais com os danos causados pela atividade humana nos ambientes marinhos costeiros da região. A iniciativa tem o apoio do Projeto de Apoio à Pesquisa Marinha e Pesqueira do Estado do Rio de Janeiro, sob responsabilidade do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – Funbio. O projeto tem ainda parcerias com UERJ, UFRJ e UFF e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Pesca da Armação dos Búzios.

terça-feira, 6 de março de 2018

Imagens do espaço revelam supercolônia desconhecida com 1,5 milhão de pinguins na Antártida



Cientistas descobriram um enorme grupo de pinguins-de-adélia (Pygoscelis adeliae) no ponto mais ao norte da península da Antártida. As mais de 1,5 milhão de aves foram notadas pela primeira vez quando grandes manchas causadas por seus excrementos apareceram em imagens feitas a partir do espaço. Os animais estão concentrados em um arquipélago rochoso, as Ilhas Danger. Os pesquisadores, que publicaram sua descoberta no periódico especializado Scientific Reports, dizem que isso os pegou totalmente de surpresa. "É um caso clássico em que se acha algo onde ninguém estava olhando. As Ilhas Danger são de difícil acesso, então as pessoas não tentavam muito chegar lá", disse Tom Hart, da Universidade de Oxford, do Reino Unido, à BBC News. Os cientistas usaram um algoritmo para buscar em imagens de satélite possíveis locais em que haveria atividade de pinguins. As imagens foram coletadas pelo programa Landsat, uma iniciativa da agência espacial americana, a Nasa, e da agência de pesquisa geológica dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), lançada no início dos 1970 e em curso até hoje. O Landsat não gera imagens de alta resolução. Por isso, quando o sistema criado pelos pesquisadores identificou possíveis colônias, foi necessário confirmar se elas de fato existiam com imagens mais detalhadas.

Como o aquecimento global está afastando filhotes de pinguim de seu alimento vital



Os pinguins-rei podem estar sob grave risco, caso nada seja feito para interromper o aquecimento global e seus efeitos. Segundo cientistas, alguns dos redutos dos pinguins-reis no oceano Antártico podem se tornar insustentáveis para a vida desses animais. O problema é o distanciamento contínuo entre as áreas de reprodução e as de alimentação. Ou seja, à medida que as temperaturas aumentam, a comida fica mais longe do local onde ficam as crias. "Nossa pesquisa mostra que quase 70% dos pinguins-rei - cerca de 1,1 milhão de casais - terão que se realocar ou desaparecerão antes do final do século, devido à emissão de gases de efeito estufa", disse Céline Le Bohec, do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica e da Universidade de Estrasburgo. Le Bohec e sua equipe estudaram quais podem ser os possíveis impactos do aquecimento global no acasalamento de pinguins-rei na Antártida nas próximas décadas. Além de modelagem climática, os pesquisadores fizeram análise genética para descobrir o histórico da espécie. As descobertas foram publicadas na revista científica Nature Climate Change. Os pinguins-rei são a segunda maior espécie de pinguins no mundo, em número de animais. Exigentes na escolha do local para criar os filhotes, preferem ilhas sem gelo marinho e que tenham areia fofa ou praia de seixo (uma espécie de cascalho). Mas também precisam de um bom suprimento de peixes e lulas. No oceano Antártico, isso pode ser encontrado ao longo de uma faixa conhecida como Frente Polar Antártica. São águas ricas em nutrientes, que abrigam grande quantidade de presas. A questão é que a Frente Polar Antártica está se movendo em direção ao polo. E, caso as temperaturas globais continuem a aumentar, como é esperado, a Frente pode se afastar do alcance de muitos pinguins, sugere a pesquisa. Setecentos quilômetros são o limite que as aves podem viajar sem expor suas crias ao risco de morrer de fome nos seus ninhos. "As ilhas Marion e Princípe Edward e a ilha Crozet enfrentarão as maiores dificuldades nos próximos 50 anos. Esses são os maiores redutos de população (de pinguim-rei)", afirma Le Bohec. "Se nós continuarmos a emitir gases de efeito estufa, as ilhas Kerguelen, Falkland e Terra do Fogo também vão enfrentar dificuldades". A análise genética relevou que o pinguim-rei já sofreu perdas populacionais no passado, sobretudo cerca de 20 mil anos atrás, quando temperaturas mais frias expandiram a faixa de gelo do mar. Sendo assim, há evidências de que os pássaros podem se recuperar. "O problema é a velocidade dessa mudança. É realmente muito rápido. E isso vai dificultar que os pinguins se adaptem", afirmou Le Bohec. Norman Ratcliffe, da Pesquisa Britânica sobre a Antártida, confirmou que a movimentação na Frente Polar Antártica é um fator muito importante para os pinguins-rei. Análises independentes de dados de reprodução nas ilhas Crozet e Kerguelen mostraram que as aves não conseguiram se alimentar nos anos em que a frente se moveu temporariamente para muito longe do sul. "A redução do acesso a locais com alimentos pode provocar a perda de colônias de pinguins-rei no futuro, mas não há evidência de que nós tenhamos atingido um ponto sem volta", afirma. "Por enquanto, as populações de pinguins-rei ainda estão aumentando, provavelmente devido à recuperação da pressão provocada pela caça no passado".

Milhares de estrelas-do-mar são encontradas mortas em praia do Reino Unido


Milhares de estrelas-do-mar mortas foram parar em uma praia na cidade de Ramsgate, no sudeste da Inglaterra no domingo (4), e as imagens foram registradas em um vídeo exibido em redes sociais. A filmagem mostrava alguns dos invertebrados marinhos quebrados após dias de temperaturas abaixo de zero que congelaram grande parte do Reino Unido entre os dias 27 de fevereiro e 3 de março. O morador de Ramsgate Chris Constantine, que filmou a cena, disse que “ver tantos milhares mortos em nossa praia foi perturbador”. Ele acrescentou que também havia lagostas, caranguejos, gaivotas e peixes mortos na praia. Constantine disse que, embora animais marinhos mortos já tenham aparecido na costa depois de outras tempestades e mudanças de temperatura, ele nunca tinha visto nada nessa escala. Na segunda-feira (5), a Sociedade de Conservação Marinha do Reino Unido informou que “a causa parece ser uma combinação de frio extremo (onde a água rasa congelou, ou chegou perto de congelar) e a profundidade em que as ondas de tempestade penetraram”. "O sul do Mar do Norte é particularmente superficial, então pode ter havido poucos locais ‘seguros’ (para a vida marinha) se refugiar", disse a organização em seu site.