sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Após se recuperarem em Rio Grande, pinguins são liberados no mar para voltarem à Patagônia



Após um longo inverno, em que se recuperaram de uma exaustiva viagem da região da Patagônia até a costa gaúcha, oito pinguins tomaram o rumo de volta para casa, liberados do Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram), na manhã desta quarta-feira (21), em Rio Grande, Litoral Sul do RS. As aves, da espécie conhecida como pinguim-de-magalhães, são migratórias e costumam aparecer nas praias do Sul e do Sudeste durante o outono e o inverno, conforme a coordenadora do Cram, Paula Canabarro. "O nosso trabalho tenta dar uma segunda chance para esses animais voltarem para o seu ciclo de vida", diz. Os animais apareceram na costa gaúcha magros, alguns com lesões e um deles coberto por óleo. No CRAM, receberam os tratamentos necessários. Agora, devem fazer o caminho de volta para a Patagônia, justamente quando inicia a época da reprodução e troca de penas, durante o verão. Conforme Paula, os oito pinguins libertados têm menos de um ano, e por isso ainda não se reproduzem. Mas mesmo assim precisam trocar as penas, segundo Paula, que é formada em Oceanologia. Outros dois pinguins seguem no centro, ainda em recuperação, segundo o diretor do Museu Oceanográfico da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Lauro Barcellos.

O peixe mexicano que pode guardar o segredo para reparar corações danificados



As taxas de sobrevida de pessoas com insuficiência cardíaca praticamente não mudaram nos últimos 20 anos, e a expectativa de vida de pacientes com esta condição é pior do que a daqueles que têm muitos tipos de câncer. A doença, que atinge milhões de pessoas e muitas vezes se manifesta depois de um ataque cardíaco, faz com que o coração não consiga bombear o sangue como deveria, causando fraqueza e fadiga - uma caminhada curta, por exemplo, pode virar uma tarefa extremamente cansativa. Uma das promessas de cura está guardada nos genes de um pequeno peixe mexicano, o Astyanax mexicanus, capaz de regenerar o tecido cardíaco sem deixar cicatrizes. Quando o coração sobrevive a um infarto, por exemplo, seu tecido é reparado, mas fica com cicatrizes que impedem que o músculo cardíaco se contraia adequadamente. Este fator reduz drasticamente a capacidade do coração de bombear sangue para o corpo - e pode gerar a insuficiência cardíaca. Os pacientes são forçados a viver com a doença por toda a vida, e os casos mais extremos exigem um transplante de coração. Um estudo financiado pela Fundação British Heart, liderado pela pesquisadora Mathilda Mommersteeg e sua equipe na Universidade de Oxford, aponta que o peixe tetra, que vive nos rios do norte do México, pode indicar um caminho para o desenvolvimento de um tratamento eficiente para essa condição. Isso porque a capacidade de regeneração do tecido cardíaco que é típica dessa espécie estaria ligada, entre outros componentes, a genes que também estão presente nos seres humanos. Os cientistas descobriram que três partes do genoma desses peixes estão envolvidas em sua capacidade de regenerar o tecido cardíaco. Para realizar a pesquisa, a equipe de Mommersteeg estudou dois tipos de peixes tetra mexicanos: aqueles que vivem nos rios e têm a capacidade de autoregenerar o coração e aqueles que viveram nas cavernas há cerca de 1,5 milhão de anos atrás e, com a evolução, perderam essa habilidade. Ao compararem os dois tipos de peixe, os pesquisadores descobriram que dois genes (lrrc10 e caveolina) se tornavam muito mais ativos nos peixes de rio após uma lesão cardíaca. Ambos os genes estão presentes em humanos, e sabe-se que a lrrc10 está relacionada a uma condição cardíaca chamada cardiomiopatia dilatada. Os autores do estudo, publicado no periódico Cell Reports, acreditam que um dia poderá ser possível regenerar corações humanos modificando artificialmente o funcionamento deste e de outros genes. Isto poderia ser feito com medicamentos ou através de técnicas de edição genética. "Acho que este peixe pode nos dizer, em algum momento, como podemos realmente reparar o coração humano. É cedo, mas estamos incrivelmente entusiasmados com esses peixes extraordinários e com o potencial para mudar a vida de pessoas com corações danificados", diz Mommersteeg. Serão necessárias ainda mais pesquisas para encontrar outros genes-chave que possam estar envolvidos na regeneração do coração.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

'Galinha monstro sem cabeça' é filmada pela 1ª vez no mar da Antártida



Um pepino-do-mar de águas profundas, também conhecido como "galinha monstro sem cabeça", foi visto pela primeira na costa leste da Antártida. A espécie Enypniastes eximia só tinha sido encontrada até agora no Golfo do México. A criatura marinha foi filmada por pesquisadores australianos, que usaram uma câmera subaquática para captar as imagens. Este pepino-do-mar raramente vive em profundidades acima de mil metros no mar. As imagens serão enviadas agora à Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos do Antártico, órgão internacional que administra o Oceano Antártico.

Projeto Tamar prevê recorde de ninhos de tartaruga em temporada de desova no ES


A temporada de desova das tartarugas marinhas da espécie cabeçuda (Carretta carretta) já começou e a expectativa do Projeto Tamar é que haverá recorde de ninhos no Espírito Santo. Outras áreas prioritárias de desova estão localizadas nos estados da Bahia, Sergipe e litoral norte do Rio de Janeiro. Conforme informações do Centro Tamar, do Instituto Chico Mendes (ICMBio), já houve este ano registros de ninhos ou tentativas por fêmeas na Praia da Costa, em Vila Velha, e na Ilha do Boi, em Vitória. “Mesmo sabendo que a tartaruga marinha costuma ter uma fidelidade em relação à praia onde desova, e há predomínio no caso do Espírito Santo dessas desovas se darem no Norte do estado, especialmente na região da foz do rio Doce, pode eventualmente ocorrer das fêmeas fazerem seus ninhos em outras praias, colonizando outras praias que foram perdidas no passado pela captura das fêmeas que as frequentavam ou pela alteração do ambiente”, explicou a coordenadora regional do Projeto Tamar, Ana Marcondes. Com isso, a coordenadora reforça a importância da participação social nesta temporada 2018-2019, que segundo ela “já está com desovas até agora acima da média”.