O nível do mar pode subir, neste século, 50 cm mais do que o esperado pelos cientistas, afirma um relatório publicado nesta quarta-feira (30) na revista “Nature”, que descobriu que o gelo antártico vai derreter mais rápido do que o que se pensava.
Cientistas que estudam o clima em universidades americanas afirmam que o relatório mais recente da ONU sobre os efeitos do aquecimento global subestimou a velocidade com que o gelo que cobre o continente derreteria.
Esse relatório, divulgado em 2013, dizia que no pior dos cenários o aquecimento global provocado pelo homem elevaria o nível do mar entre 52 cm e 98 cm até 2100. O novo estudo sugere que o aumento real pode ser de 1,5 metros, constituindo uma ameaça ainda maior para cidades como Nova York e Xangai.
“Isso pode ser um desastre para muitas cidades que ficam mais próximas do nível do mar”, afirma o autor principal do estudo, Robert DeConto, da Universidade de Massachusetts, em um comunicado sobre os achados publicado na “Nature”.
O estudo, parcialmente baseado nas evidências sobre nível do mar em um período naturalmente quente 125 mil anos atrás, disse que o gelo antártico sozinho poderia elevar entre 64 cm e 114 cm o nível do mar até 2100, no pior cenário de emissões de gases previsto pela ONU.
Um dos fatores que foram subestimados pelos relatórios da ONU é um processo pelo qual piscinas de água derretida formadas por cima de blocos de gelo penetram nesse gelo e voltam a congelar, forçando a quebra de grandes partes desses blocos. Com isso, o gelo em terra na Antártica escorrega mais rápido até o mar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário