O fotógrafo brasileiro Daniel Botelho já havia mergulhado ao lado de tubarões-brancos no México e na África do Sul. No mês passado, conseguiu realizar um sonho antigo de voltar ao país africano e clicar o animal fora d’água, em ação predatória. Ele passou três meses em Gansbaai, a 150 km da Cidade do Cabo, e registrou os animais atacando focas no "Shark Alley", corredor lar de tubarões entre uma ilha e uma grande pedra a cerca de 5 km da costa.
As fotos feitas a partir de diferentes ângulos do ataque mostram que, ao avançar sobre a presa, o tubarão projeta seu corpo de mais de uma tonelada totalmente para fora da água. “Esse é um ataque impressionante, que considero uma das predações mais poderosas que já vi na natureza”, diz o fotógrafo.
A raridade e a agilidade desse poderoso ataque conduziram a preparação do trabalho de Daniel. Segundo o fotógrafo, um flagrante desses acontece a cada sete dias. No entanto, o tempo ruim, a agitação marítima e águas turvas fizeram com que a estatística se alongasse.
Antes das 6h da manhã e a uma temperatura média de 8ºC ele já estava a postos, com a câmera na mão e o olhar atrás do aparelho concentrado nas focas, esperando o pulo. Uma réplica de foca feita de fibra de vidro também foi rebocada pelo barco em que ele estava, na tentativa de atrair os tubarões.
“É um desafio muito grande fotografar um animal rápido. É um ataque muito rápido, então eu precisava usar uma abertura extremamente rápida em uma condição de baixíssima luz. Se esperar o tubarão subir para fazer a foto, acabou”, conta.
Se por um lado a luz do início da manhã é um desafio para o fotógrafo, de outro, para o tubarão, é uma aliada para a predação das focas. “Nesse horário, por causa do reflexo da luz [na superfície do mar], a foca não consegue ver direito o fundo, então o tubarão consegue acompanhar a foca lá do fundo 100% camuflado”, explica Botelho.
Uma das coisas que mais chamou a atenção do fotógrafo foi o inesperado silêncio durante o ataque. Diferente dos programas de TV que mostram a vida selvagem em câmera lenta e com efeitos sonoros, o ataque é rápido e silencioso, segundo conta. “Essa antítese mostra o poder do ataque do tubarão”, afirma Botelho.
No mar profundo, nas profundezas dos oceanos, rios e lagos, peixes, crustáceos, corais, moluscos, mamíferos, peixes abissais, em um mundo ainda bastante desconhecido.
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terça-feira, 15 de dezembro de 2015
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
Brasileiro clica marlim azul atacando corrida das sardinhas na África do Sul
Com uma carreira de 10 anos de mergulho e fotografia ao lado de grandes animais marinhos, o fotógrafo brasileiro Daniel Botelho conseguiu registrar um acontecimento daqueles em que é preciso estar no lugar certo e na hora certa. Na África do Sul, ele clicou uma bola de sardinhas, parte da corrida das sardinhas, atraindo diversos predadores, entre eles um marlim azul, que raramente é visto em ação predatória.
A corrida das sardinhas é um dos maiores fenômenos marinhos e ocorre na costa da África do Sul entre maio e julho, quando uma corrente marítima fria vinda do sul “empurra” milhões de sardinhas para perto da costa. Fotografar a migração dos cardumes depende de sorte para contar com alguns fatores, como um bom clima, o mar calmo e uma boa visibilidade debaixo d’água.
Para Daniel conseguir ficar três horas ao lado do cardume de milhares sardinhas, foram precisos 35 dias e uma operação terrestre, marítima e aérea. A expedição de Daniel saiu da Cidade do Cabo, cruzou a costa do sul do país para East London, passou pela região de Transkaai, e terminou no vilarejo de Ndumbi, onde, depois de três semanas de saídas para o mar, encontrou as boas condições para o clique. A expedição se deslocava rebocando um bote de acordo com o que um avião que sobrevoava o mar reportava sobre as condições para o mergulho.
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