Quando o sapinho-pingo-de-ouro, que vive na Mata Atlântica, canta para alguma fêmea, o som nunca atrai nenhuma pretendente. O problema não é a qualidade do som: cientistas descobriram que os machos de duas espécies do sapo, apesar de emitirem cantos, não são ouvidos nem pelo sexo oposto, nem por outros machos.
Os sapos não param para ouvir os chamados, não se orientam na direção deles e não mudam seu comportamento apesar do canto estar sendo emitido. Tetra-se do primeiro caso registrado de espécie do reino animal que não escuta a própria voz, segundo os cientistas.
Um estudo publicado na revista Scientific Reports, da Nature, nesta quinta-feira (21/09), comparou dois sapos do gênero Brachycephalus, o Brachycephalus ephippium e o Brachycephalus pitanga, que medem cerca de dois centímetros, a um sapo do mesmo tamanho, Ischnocnema parva, e chegaram à conclusão que as duas primeiras espécies não têm tímpanos.
Elas possuem órgãos auditivos na orelha interna que detectam frequências sonoras graves e agudas, mas não a da própria voz. A descoberta surpreende, pois os sistemas de comunicação animal normalmente exigem a evolução conjunta de sistemas de emissão e recebimento de mensagens. Uma análise com eletrodos no cérebro dos sapinhos também mostrou que não há resposta neurológica ao canto da própria espécie.
O estudo foi inciado pela ecóloga francesa Sandra Goutte, contou com colaborações no Reino Unido, na Dinamarca, do Instituto Butantan, em São Paulo, e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Como a seleção natural tenderia a atuar contra esse tipo de característica, já que o canto aparentemente não beneficia os animais, pode atrair predadores e ainda requer energia para ser produzido, os cientistas se depararam com a pergunta: por que esses sapos ainda cantam?
Uma das hipóteses é que a comunicação é visual, e não auditiva. O movimento do saco vocal enquanto os sapos cantam pode ser atraente para as fêmeas. Além disso, como os sapos possuem uma forte toxina na pele e em órgãos internos, eles não têm tantos problemas com os predadores. Assim, pode ser que a perda da audição para o próprio canto seja um fenômeno evolutivo relativamente recente, como parte de um processo evolutivo em andamento.
No mar profundo, nas profundezas dos oceanos, rios e lagos, peixes, crustáceos, corais, moluscos, mamíferos, peixes abissais, em um mundo ainda bastante desconhecido.
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quinta-feira, 21 de setembro de 2017
domingo, 24 de abril de 2016
Estudantes de biologia encontram animais em extinção em São José
Dois estudantes de ciências biológicas estão fazendo um levantamento das espécies de animais encontrados no Parque Natural Municipal Augusto Ruschi (PNMAR) em São José dos Campos, no interior de São Paulo.
O objetivo da pesquisa dos alunos é ter um conhecimento maior sobre os anfíbios e répteis que existem no parque, aumentando a proteção de algumas espécies em extinção que vivem na área de proteção ambiental.
O levantamento vem sendo feito desde maio de 2015 com encerramento no fim de 2016, e já foram registradas 31 espécies de anfíbios e outras 16 de répteis, no qual algumas espécies se encontram em risco de extinção, como é o caso do cágado da serra, sapinho Pingo de Ouro, gavião pega macaco, onça parda e jaguatirica, como são popularmente conhecidos.
“Quando o parque se chamava Horto Florestal e passou a ser Augusto Ruschi, se tornou uma área de proteção ambiental. Por isso, foi realizado um plano de manejo rápido, para se adaptar o parque às mudanças, e agora o plano que estamos realizando é a longo prazo, e por isso poderemos detalhar com precisão todos os tipos de espécies que lá existem”, afirmou o estudante de ciências biológicas Matheus Moroti.
A ideia de realizar as pesquisas surgiu durante as aulas da faculdade, quando os dois estudantes perceberam que o parque era uma extensa área ambiental, que não é conhecida por muitas pessoas e precisava ser mais bem explorada. As pesquisas serão usadas como trabaho para conclusão da faculdade e futuramente entregues ao parque.
“Conseguimos o apoio de ONGs e instituições e fomos desenvolvendo a nossa pesquisa. Durante o trabalho fomos encontrando diversas espécies, que não são tão fáceis de encontrar em qualquer ambiente de mata, como é o caso do papo-branco, a onça parda, o quati, entre tantos outros, que sofrem um pouco de pressão pela natureza”, disse o estudante.
Os novos estudos possibilitarão o parque a abrir totalmente as portas para os visitantes, com construção de dormitórios para os cientistas e pesquisadores, além de sanitários e todas as adaptações necessárias para o público.
“Esse novo levantamento fará uma contagem total de toda fauna do parque, e a intenção é fazer em um período de até dois anos, adaptações para que todas as pessoas possam vir até a área sem agredir o meio ambiente e sua estrutura, coisa que antes não era possível” explicou Jeferson Rocha, o gestor da unidade de conservação.
O PNMAR é a primeira unidade de conservação ambiental de São José e abrange uma área de dois milhões de metros quadrados de mata atlântica preservada. Ele é localizado na Santa Cruz da Boa Vista, na zona norte da cidade. O agendamento para ida ao parque pode ser agendada pelo telefone 12 3909-4512, e outras informações estão no site da prefeitura.
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