Cientistas constataram que um sistema de corais próximo ao litoral da Austrália "ressuscitou" na última década, após haver perdido de 70% a 90% de sua biodiversidade segundo medições realizadas em 1998.
O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade James Cook e do Instituto Australiano de Ciência Marinha da Universidade Western Australia, e foi divulgado nesta quinta-feira (4).
O sistema de recifes Scott, situado no litoral da região oeste do país, foi atingido pelo branqueamento, uma "doença" de corais que ocorreu devido a mudanças climáticas, segundo o estudo. No entanto, nos últimos 12 anos, a cobertura dos corais na barreira passou de 9%, em 1998, para 44% em 2010, de acordo com os cientistas.
A pesquisa, publicada nesta semana pela revista "Science", tem resultados surpreendentes porque os pesquisadores acreditavam que a recuperação do branqueamento dependia de larvas vindas de outros corais próximos. Mas o recife Scott está situado a cerca de 250 km de outros corais, em uma posição isolada.
Os pesquisadores sugerem que peixes herbívoros, que continuaram abundantes no sistema Scott, carregaram em seus corpos algas microscópicas necessárias para o ressurgimento dos corais. "Estas condições podem ter providenciado um ambiente adequado, no qual corais jovens se estabeleceram e cresceram", dizem os cientistas em nota divulgada pela "Science".
O estudo ressalta que a recuperação foi favorecida pela ausência de humanos na barreira de corais, que fica numa posição isolada. É possível que sistemas de recife se recuperem com recursos da natureza, especialmente quando os peixes são abundantes e as atividades humanas estão limitadas, apontam os cientistas.
No mar profundo, nas profundezas dos oceanos, rios e lagos, peixes, crustáceos, corais, moluscos, mamíferos, peixes abissais, em um mundo ainda bastante desconhecido.
domingo, 14 de julho de 2013
Austrália reconhece oficialmente declínio da Grande Barreira de Corais
A Austrália reconheceu oficialmente nesta quarta-feira (10) a degradação da Grande Barreira de Corais, que tem estado classificado atualmente como "medíocre" e que a Unesco ameaça incluir na lista de áreas em perigo. O ministro do Meio Ambiente, Mark Butler, divulgou um relatório que reconhece a alteração regular do recife de corais desde 2009 em consequência dos ciclones e inundações, apesar da redução da poluição agrícola. "Os episódios climáticos extremos têm impacto significativo sobre o estado geral do meio ambiente marinho, que declinou de mediano a medíocre", afirma o documento. Os ecossistemas de recife apresentam "uma tendência à degradação de seu estado pela qualidade da água, que continua sendo ruim, e ao aumento, em frequência e intensidade, dos acontecimentos (meteorológicos) extremos", completa. Os resíduos de nitratos (-7%), de pesticidas (-15%), de sedimentos (-6%) e de outros fatores que contaminam a área registraram queda, o que também reduziu a presença de uma estrela-do-mar que devora o coral. A Grande Barreira de Corais, que está lista de patrimônio mundial da Unesco desde 1981, perdeu mais da metade dos corais nos últimos 27 anos. A barreira tem 345.000 km2 ao longo da costa australiana.
sábado, 6 de julho de 2013
Baleias-bicudas-de-cuvier
A baleia-bicuda-de-cuvier (Ziphius cavirostris) é um cetáceo da família Ziphiidae, encontrado em águas tropicais e temperadas de todos os oceanos.
Estudo sugere que sonares militares prejudicam espécie de baleia
Cientistas da Universidade St. Andrews, no Reino Unido, descobriram que as baleias-bicudas-de-cuvier (Ziphius cavirostris) são muito sensíveis aos sonares militares, equipamentos que emitem frequências acústicas para auxiliar na navegação, pesca ou, ainda, em casos de guerra, para localização de submarinos.
Os dados, publicados nesta semana na revista “Biology Letters”, apontam que esses mamíferos aquáticos, quando expostos a este tipo de som, inclusive a níveis baixos, reagem de maneira extrema.
Eles interrompem sua alimentação ou nadam de forma rápida para se afastar do local de transmissão. Além disso, só retomam seu comportamento normal cerca de quatro horas após a exposição ao sonar.
Segundo um dos pesquisadores, o resultado do estudo pode ter implicações importantes para a Marinha britânica que, a longo prazo, pode trabalhar para reduzir os impactos sobre essas espécies.
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