quarta-feira, 26 de abril de 2017

Ministério do Meio Ambiente do Brasil adia proibição da captura e venda de guaiamum para 2018


O Ministério do Meio Ambiente adiou para 2018 a proibição da captura e comercialização de uma série de animais marinhos em risco de extinção no Brasil. A lista de animais ameaçados inclui os guaiamuns (espécie de nome científico Cardisoma Guanhumi), prato típico do litoral nordestino, que está classificado em situação crítica. A portaria que torna o manuseio desses animais crime de caça a animal silvestre foi publicada no Diário Oficial da União e vem sendo adiada desde 2014. Segundo a portaria, a captura dos guaiamuns, assim como os outros animais, vai ser permitida até o dia 30 de abril de 2018. O comércio, no entanto, é legal até 30 de junho, contanto que os estabelecimentos tenham estoques declarados ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), até 5 de maio do mesmo ano. Quem desobedecer a medida vai se enquadrar no crime de caça a animal silvestre, com multa no valor de R$ 5 mil por pessoa e se a venda ficar comprovada o valor passa para R$ 10 mil. Entre os animais que terão a captura e comércio proibidos em 2018 estão, por exemplo, seis espécies dos peixes conhecidos como 'acaris'. No Nordeste, os guaiamuns fazem muito sucesso na culinária, mas estão ameaçados de extinção. Com a destruição dos manguezais e a captura sem controle, eles quase desapareceram da natureza. Para complicar, a reprodução é muito lenta. Só acontece a partir dos quatro anos de vida e nunca em cativeiro. Quando a medida passar a vigorar, apenas o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) tem a permissão para captura, transportar e armazenar os guaiamuns para fins de pesquisa e conservação do crustáceo. Os guaiamuns são parentes dos caranguejos e chamam a atenção pela cor azulada. Em 2014 já havia sido proibido o comércio por meio da portaria 445/2014, mas o limite da data para a venda tinha sido prorrogada. Segundo o Ibama, conforme outra portaria, a 395 de 2016, o estoque declarado até o dia 6 de março de 2017 podia ser comercializado até o dia 30 de abril. Agora, os prazos seguem, respectivamente, até 30 de abril e 30 de junho de 2018. A primeira lista divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente dividia os animais em categorias, de acordo com o risco de extinção. O novo prazo para a proibição vale apenas para as espécies ameaçadas classificadas na categoria Criticamente em Perigo (CR) e Em Perigo (EN) de interesse econômico. As medidas para outros animais, classificados como Vulnerável (VU), por exemplo, compreende fiscalização e uso sustentável, desde que regulamentado e autorizado pelos órgãos federais competentes. Nessa categoria está classificado o sirigado, peixe também bastante presente na culinária nordestina. 

Confira abaixo a lista de animais marinhos que terão a captura e comercialização proibidas em 2018: Cardisoma guanhumi (guaiamum). Lutjanus purpureus (pargo). Sciades parkeri (gurijuba). Genidens barbus (bagre-branco). Scarus zelindae (peixe-papagaio-banana). Sparisoma axillare (peixe-papagaio-cinza). Sparisoma frondosum (peixe-papagaio-cinza). Scarus trispinosus (budião-azul). Leporacanthicus joselimai (acari, cascudo, onça). Parancistrus nudiventris (acari, cascudo, bola azul). Scobinancistrus aureatus (acari-da-pedra). Scobinancistrus pariolispos (acari-da-pedra). Peckoltia compta (acari, cascudo, picota ouro). Peckoltia snethlageae (acari, cascudo, aba branca). Teleocichla prionogenys (joaninha-da-pedra).

sábado, 22 de abril de 2017

Espécie de anfíbio ameaçada em SC é registrada pela 1ª vez em reserva


A perereca-de-vidro, espécie ameaçada em Santa Catarina, foi registrada pela primeira vez na Reserva Particular do Patrimônio Natural Estadual do Complexo Serra da Farofa, localizada na Serra, afirmou a empresa Klabin, que administra o local. O anfíbio mede entre 19 mm e 25 mm e é típico da Mata Atlântica. O animal, Vitreorana uranoscopa, alimenta-se principalmente de insetos e se reproduz em riachos com boa qualidade ambiental, explicou o professor do Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Selvino Neckel de Oliveira. "A espécie não está em extinção porque sua distribuição geográfica vai desde o estado de Minas Gerais até a Argentina. Porém, as populações que ocorrem em Santa Catarina estão ameaçadas devido principalmente ao desmatamento e à poluição dos riachos", afirmou. Para que a população do anfíbio não diminua, o professor defende a preservação do habitat do animal. "Essa medida só será efetiva com estudos que envolvam principalmente o sucesso reprodutivo e tamanho populacional. O registro de um individuo em uma área não significa que o local tem qualidade ambiental. Da mesma forma, essa espécie, como outras, precisam de estudos mais detalhados e com maior rigor cientifico". De acordo com a empresa que administra a reserva, o som emitido pelo anfíbio se assemelha a uma colher que bate em um copo de cristal. Seguindo essa vocalização do animal foi possível encontrá-lo. O local da reserva abrange os municípios de Painel, Urupema, Rio Rufino, Urubici e Bocaina do Sul, segundo a Associação dos Proprietários de Reservas Particulares do Patrimônio Natural de Santa Catarina.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Peixe Robalo Flecha - 02






Alguns belos exemplares de Robalo Flecha, e seus pescadores. (Fonte: Google)

Rã indiana expele muco que pode combater vírus da gripe, segundo estudo


Uma rã no sul da Índia expele um muco da sua pele que pode um dia ajudar as pessoas a combater certos tipos de vírus da gripe, disseram pesquisadores na terça-feira (18). O nome científico dessa rã, colorida e do tamanho de uma bola de tênis, é Hydrophylax bahuvistara, segundo o artigo publicado na revista científica "Immunity". "Rãs diferentes produzem peptídeos (cadeias de aminoácidos) diferentes, dependendo de onde é seu hábitat", disse o especialista em gripe e coautor do estudo Joshy Jacob, da Universidade Emory, ressaltando que os humanos também produzem proteínas que agem como defensoras do organismo. "É um mediador imune natural inato presente em todos os organismos vivos. Acabamos de encontrar um produzido pelo sapo que por acaso é eficaz contra o tipo de gripe H1", acrescentou. Os pesquisadores deram pequenos choques elétricos nas rãs para estimular a secreção dos seus peptídeos de defesa, que parecem combater a cepa H1 do vírus da gripe, e coletaram a substância. O peptídeo antiviral foi batizado de "urumin", em referência a uma espada parecida com um chicote usada no sul da Índia há séculos, disse o estudo. O urumin não é tóxico para mamíferos, mas "parece perturbar a integridade do vírus da gripe, como visto através de microscopia eletrônica", apontou. Quando os pesquisadores espremeram um pouco de urumin nos narizes de ratos de laboratório, o peptídeo os protegeu contra o que teria sido uma dose letal do vírus da gripe H1, o tipo responsável pela pandemia de gripe suína de 2009. Mais pesquisas são necessárias para determinar se o urumin pode se tornar um tratamento preventivo contra a gripe em humanos, e para analisar se outros peptídeos derivados de rãs podem proteger contra vírus como o da dengue e o da zika.