O Instituto Biota realizou a soltura de 77 filhotes de tartarugas marinhas recém-nascidos na praia do Mirante da Sereia, em Maceió, na tarde desta terça-feira (5). O Biota é uma Organização Não Governamental (ONG) que monitora mais de 100 ninhos de tartarugas na região.
As fêmeas depositam seus ovos na areia da praia e os enterram. Os filhotes levam de 45 a 60 dias para nascer, e quando chega o momento, eles saem dos ovos e seguem direto para o mar.
Mas às vezes é preciso dar uma forcinha nesse ciclo natural. De acordo com Luciana Salgueiro, voluntária do Biota, a soltura dos filhotes é parte do trabalho desenvolvido pelo instituto.
"Dentro desse trabalho de pesquisa que a gente desenvolve, acompanhamos os ninhos e, quando possível, em função de diversas condições, fazemos um trabalho de educação ambiental. Alguns ninhos a gente traz e, ao invés de aguardar o nascimento natural, que provavelmente seria na noite de hoje, damos uma forcinha e trazemos para a população ver", explica Luciana.
E esse espetáculo da natureza atrai mesmo muita gente. As mais animadas em participar da soltura eram as crianças. Os voluntários contaram com a ajuda delas para tirar os bichinhos da caixa onde estavam e colocá-los na areia.
"Achei muito legal participar. Gostei principalmente de pegar a tartaruga. Espero que ela cresça no mar, que ela volte aqui e que tenha outros filhotes", conta a Júlia Guedes, de 10 anos.
Uma vez na areia, as tartaruguinhas começavam seu primeiro grande desafio: vencer o trajeto da areia até o mar. Algumas conseguiam seguir em linha reta até a agua, já outras, precisaram de uma ajuda extra dos voluntários para achar o caminho certo.
Tudo isso foi assistido por várias pessoas, que tiraram várias fotos. A dentista Camila Vardiero levou o filho de 4 anos para acompanhar a soltura.
"Estou achando muito lindo. E o fato de as crianças terem a oportunidade de pegar a tartaruga e colocar na areia, cria um vínculo, uma conscientização de que é importante preservar tudo isso, cuidar das tartaruguinhas", afirma Camila.
O Instituto Biota reconhece a importância da participação da população, que acaba virando parceira desse trabalho.
"A população cada vez mais conhece [nosso trabalho] e até cobra a realização dessas solturas. Ficamos felizes de ver esse reconhecimento, pois as pessoas viram parceiras. Infelizmente, ainda temos muita violação de ninho, remoção de marcação. Com a ajuda da população, o trabalho de monitoramento é facilitado", afirma a voluntária Luciana.
No mar profundo, nas profundezas dos oceanos, rios e lagos, peixes, crustáceos, corais, moluscos, mamíferos, peixes abissais, em um mundo ainda bastante desconhecido.
quinta-feira, 7 de março de 2019
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019
Para preservar espécies ameaçadas, turistas em Noronha precisam respeitar espaço das tartarugas
O turista em Fernando de Noronha precisa se adaptar: existem regras de conservação da flora e fauna da ilha e a prioridade não são as pessoas. É assim que Noronha consegue preservar vidas de animais em risco de extinção, como a tartaruga-verde.
A cada mil nascimentos, estima-se que apenas um animal chega à vida adulta. Além dos predadores naturais, é a ação do homem que cada vez mais impede que este ciclo seja completo.
O G1 esteve em Fernando de Noronha como parte do "Desafio Natureza" para mostrar as questões que a ilha enfrenta com o tratamento do lixo.
Atualmente, o lixo oceânico é um dos maiores problemas para a vida das tartarugas marinhas. A cena de uma tartaruga tendo um canudo removido do nariz desencadeou uma guerra ao item, mas o problema é grande.
A bióloga Bruna Canal, do projeto Tamar, explica que o lixo costuma afetar mais a vida das tartarugas dentro d'água. Em Noronha, especificamente, são poucos os registros de tartarugas encalhadas debilitadas por causa do lixo, mas em 2018 um animal da espécie cabeçuda chegou até a ilha.
"Não é uma espécie que costuma ficar por aqui, ou seja, ela deve ter vindo debilitada com outras correntes. Estava toda emalhada em um lacre desses que prendem mercadoria em barco. Ela já estava com marcas bem profundas na pele e perto da cabeça e acabou não resistindo", disse.
Ainda segundo a bióloga, o lixo na areia pode atrapalhar a desova, caso os animais esbarrem no lixo durante a escavação do ninho. A urbanização também é um problema em outras regiões: luz, barulho e falta de espaço na areia contribuem para que a tartaruga não desove normalmente.
O projeto Tamar e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) trabalham em Noronha para evitar que a espécie entre em extinção. Por isso, a praia do Leão tem o acesso controlado e fica fechada para visitação das 18h30 às 8h.
É durante este período da noite que as tartarugas costumam deixar as águas para cavarem seus ninhos na areia e desovarem.
"No horário que as fêmeas escolhem para vir desovar, a praia do Leão é fechada para o turista. Não pode ter visitação porque poderia prejudicar a desova. Um turista andando por aqui poderia assustar uma tartaruga e ela deixaria de desovar. Essas limitações em algumas praias são muito importantes para conservação da fauna, flora e da tartaruga marinha", explica a bióloga.
Mas durante o dia a praia é aberta ao público. Os ninhos são marcados e checados diariamente pelos biólogos e o guarda-parque avisa aos que chegam: "É proibido se aproximar da área dos ninhos".
Em Sergipe, por exemplo, alguns lugares na praia em Pirambu as tartarugas sobem para desovar em área que tem bares. Para preservar o ninho, o Tamar faz uma cerquinha de proteção e a própria comunidade ajuda a cuidar desses ovos.
Fonte, reportagem completa e acesso ao vídeo em: https://g1.globo.com/natureza/desafio-natureza/noticia/2019/02/24/para-preservar-especies-ameacadas-turistas-em-noronha-precisam-respeitar-espaco-das-tartarugas.ghtml
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019
Encontrada no Equador tartaruga gigante considerada desaparecida há um século
Um exemplar de uma das espécies endêmicas de tartaruga gigante do arquipélago equatoriano de Galápagos, considerada extinta há um século, foi encontrada em uma expedição na Ilha Fernandina, informou nesta terça-feira (19) o ministro do Meio Ambiente, Marcelo Mata.
"NOTÍCIA MUNDIAL | Na ilha Fernandina - #Galápagos, a expedição liderada por @parquegalapagos e @SaveGalapagos, localizaram um exemplar da espécie da tartaruga Chelonoidis Phantasticus, que se acreditava estar extinta há mais de 100 anos", apontou o funcionário em sua conta no Twitter.
Mata não deu mais detalhes sobre a descoberta da tartaruga pela equipe do Parque Nacional de Galápagos (PNG) e da Galapagos Conservancy, sediada nos EUA, que apoia a preservação das ilhas encantadas no Pacífico equatoriano.
A Chelonoidis phantasticus, própria da ilha Fernandina, é uma das 15 espécies de tartarugas gigantes de Galápagos, das quais já desapareceram exemplares da Chelonoidis spp (ilha Santa Fe) e da abigdoni (Pinta).
Galápagos faz parte da reserva da biosfera e serviu para que o naturalista inglês Charles Darwin desenvolvesse a teoria sobre a evolução das espécies.
As tartarugas gigantes chegaram há três ou quatro milhões de anos à região vulcânica de Galápagos. Acredita-se que as correntes marinhas dispersaram seus exemplares ao redor das ilhas, e foi assim que 15 espécies diferentes foram criadas - das quais no momento dois estão formalmente extintas -, cada uma adaptada ao seu território.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
Ambientalistas alertam para número recorde de encalhe de golfinhos na França
Mais de 400 golfinhos foram encontrados mortos na costa atlântica francesa desde o fim de dezembro de 2018 e o início de janeiro, informou o observatório Pelagis, especializado em mamíferos e aves marinhas, lamentando um fenômeno alarmante.
O número é recorde se comparado ao mesmo período de anos anteriores, segundo a associação para a conservação da natureza "France Nature Environment".
"A maioria dos animais examinados tinha traços de captura acidental e, portanto, morreu em redes de pesca", explicou à AFP Hélène Peltier, pesquisadora do observatório Pelagis.
"Desde o início de janeiro, mais de 400 corpos de golfinhos foram encontrados encalhados na costa oeste da França, entre o sul da Bretanha e a fronteira espanhola", disse ela.
A associação para a conservação da natureza "France Nature Environment" lamentou em um comunicado o número que "já bate os recordes de invernos anteriores para o mesmo período observado".
"No mesmo período, houve mais (encalhes) este ano do que no ano passado. No ano passado, os maiores encalhes ocorreram em fevereiro-março, quando contabilizamos 800. Mas esse ano já temos 400 no início de fevereiro. Então a grande questão é saber se a situação vai se acalmar ou não", apontou Peltier.
A France Nature Environnement pede "uma redução imediata" do número de embarcações de pesca, alertando para o fato de que, todos os anos, "mil carcaças de golfinhos aparecem na costa francesa. E isso é apenas a ponta do iceberg, já que a maioria dos corpos simplesmente afunda no oceano".
O Observatório Pelagis estima que o número total de golfinhos capturados em redes de pesca seria de mais de 4000 por ano, incluindo aqueles que simplesmente afundam no mar sem encalhar nas praias. A longo prazo, é a sobrevivência das populações de golfinhos comuns (uma espécie que se reproduz lentamente) no Golfo da Biscaia, que está sob ameaça.
Medir a extensão do fenômeno é particularmente complexo, de acordo com Hélène Peltier, porque durante as outras estações do ano, "mesmo se houvesse esses eventos, não os veríamos porque os ventos não nos trariam necessariamente os cadáveres".
Além disso, é difícil identificar as causas. Em parte, porque eles "se alimentam das mesmas presas que o robalo e a pescada, que são alvos de alguns pescadores", ressalta Peltier. Os cetáceos ficam "presos nas redes e depois entram em pânico e morrem".
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