Cerca de 17% dos animais marinhos (peixes, invertebrados, mamíferos) poderão desaparecer até 2100, se as emissões de CO2 seguirem o ritmo atual - adverte uma avaliação internacional inédita publicada na terça-feira (11) na revista americana PNAS.
A perda, que já começou, considera apenas os efeitos do clima, sem incluir outros fatores como a pesca predatória e a poluição, e teria grande impacto na biodiversidade e na segurança alimentar.
Agrupados no consórcio "FishMIP" (Fisheries and Marine Ecosystem Model Intercomparison Project), 35 pesquisadores de quatro continentes fizeram uma avaliação global dos efeitos do aquecimento global nos recursos pesqueiros.
Se o mundo conseguir manter o aquecimento abaixo de 2°C, a queda pode ser limitar a 5%, acrescenta o estudo.
"Seja qual for a hipótese das emissões, a biomassa global dos animais marinhos vai cair, devido ao aumento da temperatura e ao retrocesso da produção primária", diz a pesquisa.
Para cada grau de aquecimento acumulado, o oceano perderá cerca de 5% adicional de biomassa animal.
Em 2015, em Paris, vários países se comprometeram a manter a temperatura abaixo de 2°C, em relação à era pré-industrial. Em 2018, porém, as emissões e concentrações de gases causadores do efeito estufa alcançaram um novo recorde mundial, antecipando um cenário futuro de +4°C.
Segundo o estudo, o impacto na fauna marinha será maior nas zonas temperadas e tropicais, onde os homens dependem mais desses recursos, já muito debilitados.
Em muitas regiões polares, contudo, a biomassa marinha poderá aumentar, especialmente na Antártica, onde haveria "até novas oportunidades de exploração", dizem os cientistas.
"O futuro dos ecossistemas marinhos dependerá em grande parte da mudança climática", resume Yunne-Jai Shin, biólogo do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD).
"Por isso, as medidas de preservação da biodiversidade e de gestão da pesca têm que ser reconsideradas", frisou.
No mar profundo, nas profundezas dos oceanos, rios e lagos, peixes, crustáceos, corais, moluscos, mamíferos, peixes abissais, em um mundo ainda bastante desconhecido.
quinta-feira, 13 de junho de 2019
terça-feira, 11 de junho de 2019
Criados em 'berçários', 100 mil filhotes de tartarugas já foram soltos em rios no Araguaia em Mato Grosso
Mais de 100 mil filhotes de tartarugas já foram soltos nos rios da região Araguaia de Mato Grosso. O projeto 'Amigos da natureza' faz o repovoamento da tartaruga-da-amazônia por meio de berçários em locais seguros e monitorados, até em escolas e quartéis militares. O projeto tem quase 18 anos.
Na semana do Meio Ambiente, o G1 publica, em parceria com a TV Centro América, uma série de reportagens sobre o assunto e detalhes da Expedição Travessia e da Expedição Rio Paraguai – das nascentes à foz. No dia 5 de junho é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente.
Francisco de Assis Ribeiro de Sousa, que trabalha com conservação de tartarugas na região, explica que o projeto começou em 2001.
Os principais objetivos, além da conservação das tartarugas, são a recuperação e reflorestamento, soltura de peixes de espécies nativas na bacia hidrográfica do Araguaia e coleta de lixo em trechos turísticos nos rios da região.
A soltura das tartarugas já ocorreu nos municípios da região: Luciara, Santa Terezinha, Porto Alegre do Norte, Confresa e São Félix do Araguaia.
O projeto funciona com participação de voluntários e órgãos parceiros, como prefeituras, Ministério Público e colônias de pescadores.
Os filhotes rompem os ovos e nascem após um período de incubação que varia entre 45 e 60 dias, dependendo do calor do sol. A saída do ninho ocorre quase sempre à noite, estimulada pelo resfriamento da temperatura da areia. Nessa hora, são menores as chances de serem atacados por predadores.
Eventualmente, num dia nublado ou chuvoso, pode ocorrer o nascimento durante o dia, por conta do resfriamento da areia.
terça-feira, 4 de junho de 2019
Superpopulação de algas ameaça praia paradisíaca no Caribe mexicano
Às margens da praia mexicana de Tulum, a 200 metros de uma pirâmide que os maias ergueram bem onde as ondas quebram, uma lancha jaz sobre um espesso e mal cheiroso manto de sargaço, cuja cor parda cobre suas areias brancas.
Há pouca atividade nesta e em outras praias da mundialmente famosa Riviera Maia, onde poucos turistas pegam sol por causa desta alga, cuja proliferação é favorecida pela ação humana e que desprende um cheiro desagradável, além de afetar gravemente o ecossistema e o turismo.
"Não tinha ideia de que estivesse tão ruim!", diz Chase Gladden, executivo de 28 anos de San Francisco, Estados Unidos, junto ao tapete de algas de quase 10 metros de largura.
O aumento da chegada de sargaço, nativo do Atlântico, ameaça danificar irreversivelmente este ecossistema do sudeste do México.
Livia Vendramini, de 26 anos, procedente de São Paulo, está decepcionada.
"Viemos aqui para ver um mar azul, cristalino. E ver este mar como se fosse o de um porto é muito triste", diz.
Acompanhada de duas amigas, ela se viu obrigada a sair de seu hotel em Playa del Carmen, onde diz que o sargaço não perdoou nenhuma praia, e viajar 65 km até Tulum.
"Temos que sair da cidade, vir até aqui, pegar um bote para ir a outro lugar para poder ver o que queríamos", se queixa Vendramini.
Evidências científicas apontam que o sargaço chega arrastado por ventos e correntes a partir de um novo mar dessa alga - o antigo se localiza em frente aos Estados Unidos -, detectado em 2011 na zona equatorial do Atlântico, entre a América do Sul e a África.
Lá, a desembocadura de grandes rios carregados de nutrientes - resíduos da atividade humana -, a desertificação e o aquecimento global propiciam sua proliferação.
"Tem mais nutrientes que o mar de sargaço original, além disso há os problemas de desmatamento na África e na América do Sul", explica Brigitta Van Tussenbroek, pesquisadora da Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM).
segunda-feira, 20 de maio de 2019
Baleia é encontrada morta na Itália com plástico no estômago, diz Greenpeace
Uma baleia foi encontrada morta com plástico no estômago na praia de Cefalu, na Sicília, região da Itália. A informação foi divulgada pela organização não-governamental Greenpeace.
De acordo com a organização, não é possível afirmar se a baleia morreu por causa do plástico. O animal foi encontrado durante um projeto de pesquisa e monitoramento do litoral italiano, feito em conjunto com o Blue Dream Project.
De acordo com o Greenpeace, a carcaça achada é de uma baleia cachalote macho de cerca de 6 anos. Outras cinco baleias da mesma espécie foram encontradas encalhadas na região nos últimos cinco meses.
"O que você vê nas fotos é um jovem cachalote de apenas 6 anos encontrado morto na praia de Cefalu ontem. Um monte de plástico foi encontrado em seu estômago. Não sabemos se ele morreu por isso, mas não podemos fingir que nada está acontecendo: há 5 cachalotes encalhados nos últimos 5 meses, o mar está nos mandando um grito de alarme, um SOS desesperado", escreveu a organização em uma publicação nas redes sociais.
O Greenpeace e o Blue Dream Project vão monitorar os níveis de poluição do plástico no mar durante três semanas. A expedição deve terminar em Toscana no dia 8 de junho, Dia Mundial dos Oceanos.
Em abril, outra baleia foi encontrada morta com 22 kg de plástico no estômago. De acordo com o Greenpeace, ela estava grávida.
Em março, outra baleia havia sido encontrada morta nas Filipinas, com 40 quilos de plástico no estômago. A informação foi divulgada pelos cientistas do grupo D'Bone Collector Museum, organização que visa educar as pessoas sobre a preservação do meio ambiente.
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