quarta-feira, 31 de julho de 2019

Fotógrafo registra momento em que baleia-jubarte quase engole leão-marinho



O biólogo marinho e fotógrafo americano Chase Dekker registrou o momento em que uma baleia-jubarte quase engole um leão-marinho. Ele acredita ser a primeira vez que um evento desses é fotografado. Dekker fez o registro quando observava baleias em um barco na Baía de Monterey, na Califórnia, no dia 22 de julho. Foi quando avistou grupos de baleias e leões marinhos. "Não era um grupo grande. Apenas três jubartes e cerca de 200 leões-marinhos", contou o biólogo ao programa de rádio Newsbeat, da BBC, dizendo que já viu grupos de até 100 baleias com 3 mil leões- marinhos. Os animais se alimentavam de um cardume de anchovas que quando uma das baleias apareceu com algo maior na boca. "Quando a baleia subiu, tive uma fração de segundo para entender que o leão-marinho estava no topo da baleia e para fotografar a sequência." O biólogo diz estar "mais de 100% seguro" que o leão saiu nadando são e salvo depois de escapar da boca da baleia. As jubartes não têm dentes. Alimentam-se de crustáceos por um processo de filtração - usando uma série de placas de queratina na boca. O alimento é retido e a água é eliminada. O esôfago do mamífero é relativamente pequeno, incapaz de engolir um leão-marinho. Uma baleia normalmente leva menos de cinco segundos para comer, disse Dekker. Mas, nesse caso, ela afundou lentamente por 15 segundos com a boca aberta, dando ao leão-marinho tempo suficiente para fugir. "A baleia nunca fechou suas mandíbulas ao redor do leão-marinho, então este não se machucou. Ficou muito assustado, tenho certeza, mas não teve dano." De acordo com Dekker, predadores marinhos, como baleias, leões-marinhos, golfinhos e tubarões, costumam caçar o mesmo cardume de peixes. Por isso, pode acontecer de um animal maior parar, acidentalmente, na boca de uma baleia. Mas somente peixes pequenos, acredita o biólogo, tem razões para se preocupar. Quando a BBC falou com Dekker, ele estava a caminho de Tonga, na Oceania, para levar um grupo de entusiastas para nadar com baleias-jubarte - mas ele garantiu que não há risco de qualquer pessoa acabar sendo engolida nesta viagem. "Quase nunca abrem a boca enquanto estão lá." Mas é bom ficar de olho, diz o biólogo. "No ano passado, tivemos alguns encontros nos quais as baleias quase pularam em cima da gente", contou. "O perigo é quando saltam para fora da água."
Fotos: Chase Dekker

terça-feira, 23 de julho de 2019

Peixes colocados em quarentena esperam há quase 5 anos pelo Aquário do Pantanal


Peixes colocados em quarentena para o Aquário do Pantanal, em Campo Grande, esperam há quase 5 anos pela conclusão da obra que já custou mais de R$ 200 milhões. Desde que chegaram, os animais são mantidos em tanques em uma área dentro do Parque dos Poderes, na capital, que com o passar do tempo tornou-se um laboratório de pesquisas. O local é considerado o maior laboratório de peixes pantaneiros do mundo, com 150 tanques ativos que abrigam 189 espécies de peixes neotropicais, 135 espécies pantaneiras, além de 55 da Amazônia, 14 espécies africanas e outras da Oceania, Ásia e da América Central. Desde que foram colocados nos tanques, muitos peixes morreram e outros reproduziram-se. Em 2015, eram menos de 7 mil peixes na quarentena, atualmente, o número saltou para 10 mil. Os últimos filhotes que nasceram são de uma espécie de cascudo pantaneiro, é o primeiro registro dessa reprodução em laboratório no mundo. A reprodução das espécies é comemorada pelos pesquisadores não somente pela multiplicação, mas também pela certeza de que estão adaptando-se. O governo de Mato Grosso do Sul anunciou em maio que iria retomar as obras inacabadas do Aquário do Pantanal. Segundo o vice-governador e secretário estadual de Infraestrutura, Murilo Zauith, a alternativa encontrada para isso será fazer cinco licitações, uma para cada tipo de serviço que ainda demanda ser concluído, em vez de uma única para todo o empreendimento. O Centro de Pesquisa e Reabilitação da Ictiofauna, conhecido como Aquário do Pantanal, foi lançado em 2011 pelo então governador André Puccinelli (MDB). As obras começaram no mesmo ano. Esse ano foram fiscalizadas pela Justiça. O projeto é de que o empreendimento seria o maior aquário de água doce do mundo, com 6,6 milhões de litros de água, distribuídos em 24 tanques, com 7 mil animais de 263 espécies, entre elas peixes, jacarés e cobras. Contudo, as obras estão paradas desde 2015 e os gastos passaram de R$ 230 milhões. O empreendimento estava orçado, inicialmente, em R$ 84 milhões.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Peixes de água doce terão que comer mais detritos e vegetais para sobreviver ao aquecimento global, diz estudo de brasileiros



A elevação das temperaturas do planeta por causa do aquecimento global fará com que algumas espécies de peixes de água doce tenham que alterar seus hábitos alimentares e comer mais vegetais e detritos para sobreviver, prevê um estudo de pesquisadores brasileiros publicado na revista "Ecography" na segunda-feira (8). Eles estudaram peixes de grande porte que vivem em ambientes de água doce tropicais. Essas espécies precisam de mais energia e têm uma alimentação diferente dos peixes de mesmo tamanho que vivem no mar ou em ambientes temperados, mais frios. São peixes que terão de se adaptar a temperaturas mais altas. O estudo observou a influência da temperatura na relação entre o tamanho do organismo dos peixes e a sua função na teia alimentar. Após analisar 3.635 espécies de peixes, pesquisadores preveem que, entre outros possíveis impactos, o aquecimento global pode influenciar a dieta das espécies num futuro não muito distante. O estudo foi realizado por uma equipe liderada pelo professor José L. Attayde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e por Danyhelton Dantas, pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (Cepam). Um dos co-autores, o pesquisador Ronaldo Angelini, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), explicou ao G1 que "os ecossistemas marinhos permitem às suas espécies se deslocarem mais e encontrarem outras fontes de energia, o que as afetaria menos comparativamente às espécies de água doce". Ele conta que a diversificação alimentar deve se tornar uma vantagem para os peixes, assim como já é para os humanos. Por isso, as espécies de água doce serão as mais impactadas nesse aspecto. Aquelas que não se adaptarem às novas condições, correm sérios riscos. Conforme o estudo, o clima não afeta na mesma proporção a posição dos peixes de água salgada na cadeia alimentar. Segundo Rafael Guariento, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), os peixes de água doce não têm muita opção: "usam a energia dos estratos mais baixos da cadeia alimentar, incluindo em sua dieta alimentos ricos em carbono como folhas, frutos e sementes, possivelmente provenientes do ambiente terrestre”. O carbono é a fonte de energia para o metabolismo dos organismos vivos. Como os peixes maiores basicamente "engolem" peixes menores para se alimentar, eles têm uma posição mais alta na cadeia alimentar. "Mas aí temos outro problema: quanto maior o corpo, maior a necessidade de energia”, explica Dantas. Em águas com temperatura mais alta, como nos ambientes tropicais, os peixes tendem a gastar mais energia. Portanto, precisam comer mais carbono do que aqueles peixes de mesmo tamanho que vivem em climas temperados, mais frios. Por isso, eles acabam se alimentando de plantas e detritos ricos em carbono. Uma evidência disso é o fato de que há mais espécies aquáticas herbívoras e onívoras nos trópicos. Em outras palavras: a temperatura tem um impacto na comida aquática disponível para os peixes.

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Depois de mais de 30 anos o Japão libera a caça comercial às baleias



A primeira caça comercial de baleias no Japão após mais de 30 anos de proibição foi considerada um sucesso pelos pescadores, o que provoca temores a respeito do futuro desses animais e inquieta os ambientalistas. Horas depois de saírem para o mar, os navios retornaram com duas baleias minke. As embarcações, que devem passar a maior parte do verão em atividade, poderão capturar 227 animais, sendo 150 baleias-bicudas-de-baird, 52 baleias minke e 25 baleias-sei, de acordo com a cota estabelecida pela Agência de Pesca. Entre as três, apenas baleias-sei estão listadas como ameaçadas de extinção, de acordo com a CNN. Em dezembro, o Japão deixou a Comissão Baleeira Internacional (IWC, na sigla em inglês) da qual era membro desde 21 de abril de 1951. A organização foi criada para garantir a preservação desses cetáceos e impedir sua caça indiscriminada nos oceanos. A decisão de sair da comissão foi resultado de anos de campanha de defensores da indústria e do primeiro-ministro, Shinzo Abe, que conta em sua base eleitoral com o apoio de uma cidade que manteve a pesca por muito tempo. Em 1986, a Comissão impôs a proibição da caça comercial, depois que algumas espécies foram praticamente levadas à extinção pela pesca predatória. Em 1987, o país iniciou pescas com “fins científicos”, visando reunir o que classificou com dados populacionais cruciais. O Japão suspendeu a caça comercial em 1988. Porém, a carne dos animais mortos sob essa prerrogativa acabava sendo comercializada- algo que era amplamente criticado por ambientalistas. O Japão iniciou a caça às baleias para pesquisas científicas um ano após uma proibição de 1986 à caça comercial, visando reunir o que classificou com dados populacionais cruciais, mas abandonou a caça comercial em 1988. As autoridades japonesas dizem que comer baleias é parte da cultura local. Algumas comunidades na costa do país caçaram-nas por séculos, mas o consumo só cresceu no país após a Segunda Guerra Mundial, quando os animais eram a principal fonte de carne.