quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Astro, o peixe-boi que sobreviveu a 13 atropelamentos e agora está sob ameaça do petróleo no Nordeste


O Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho está em luta para evitar que o primeiro peixe-boi reintroduzido na natureza, em 1994, seja afetado pelas manchas de óleo que atingem o litoral do Nordeste. Até um plano para retirar Astro do seu habitat está pronto caso a situação se agrave. O monitoramento diário é feito pelo projeto da Fundação Mamíferos Aquáticos, como mostrou o G1 Sergipe. Astro tem um chip implantado e sua história é considerada importante nos esforços de conservação do peixe-boi marinho. O mamífero vive entre os litorais de Sergipe e Bahia, área que está entre as mais afetadas pelo vazamento. O mamífero já lutava para sobreviver em meio aos atropelamentos de embarcações, às interações com turistas e, agora, enfrenta o óleo que afeta as praias nordestinas. Desde o início do surgimento das manchas, especialistas mudaram a rotina para manter Astro longe do óleo. Para isso, o animal está sendo monitorado através de um equipamento de radiotelemetria, que faz o mapeamento da área de uso e facilita as buscas pelo animal. O técnico ambiental do projeto Viva o Peixe-Boi, Allan Barreto, conta que, com a chegada das manchas, os esforços se intensificaram no intuito de preservar a vida do animal. "Com o monitoramento acompanhamos o cenário e tudo o que está ocorrendo. Nós observamos se existe óleo no animal, nas áreas de alimentação e na região onde ele bebe água. Em campo também temos uma equipe que faz esse monitoramento." Allan explicou que o equipamento que fica acoplado no mamífero também é monitorado. "O equipamento fica mais tempo flutuando. Por isso aumenta a chance de ter contato com a substância (tóxica)", comentou.

sábado, 19 de outubro de 2019

Peixe cabeça-de-cobra é ameaça por causa de 'sucesso evolutivo' e ação humana; entenda o alerta 'mate e congele'




O peixe cabeça-de-cobra, do gênero Channa, tem origem asiática, mas virou um problema na América do Norte e já se tornou uma espécie exótica invasora em oito países por causa da interferência humana. No Brasil, ele está na lista de animais cuja importação é proibida. Nos EUA, o animal não encontrou predadores e com seu apetite voraz tem potencial para destruir ecossistemas. O ministério de Interior americano entrou no caso e incumbiu dois grupos de cientistas para apresentarem propostas de controle e regulação. Em um comunicado, o governo norte-americano assegura que os animais encontrados no país não apresentam riscos para humanos, mas podem prejudicar o equilíbrio dos ecossistemas das regiões afetadas e por isso devem ser controlados. Ao menos cinco estados da região registraram a presença deste animal exótico na natureza. Recentemente, o estado da Georgia soou o alerta para a presença deste peixe; aos pescadores recomendou: se pescar, mate e congele. A recomendação para que ele seja colocado no gelo é motivada pela capacidade que o animal tem de respirar fora d'água. O congelamento garante que ele não seja devolvido vivo à natureza ou escape, já que ele também é capaz de se contorcer e tentar pular de volta à água quando deixado às margens dos rios durante as pescarias.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Pirarucu desenvolveu 'armadura excepcional' para escapar de piranhas


Nas águas da Amazônia, a batalha entre o pirarucu e a piranha é cheia de superlativos: de um lado, está um dos maiores peixes de água doce e com algumas das escamas mais resistentes do mundo natural; do outro, um peixe carnívoro com uma das mordidas mais poderosas entre os animais. Onívoro, nativo da Amazônia e com comprimento que pode chegar a 3 metros, o pirarucu (Arapaima gigas) é quem precisa escapar das piranhas (pertencentes à subfamília Serrasalminae). Estas têm dentes em formatos triangulares que agem como uma guilhotina e são um dos principais predadores nos lagos sazonais, onde outros peixes ficam "presos" com a variação do nível da água. Mas, no processo evolutivo, o pirarucu armou-se, quase literalmente, com escamas altamente resistentes e flexíveis diante do impacto externo – de uma mordida, por exemplo. Pesquisadores de universidades americanas, da Califórnia San Diego (UCSD) e Califórnia Berkeley, publicaram nesta quarta-feira um artigo no periódico Matter detalhando o funcionamento desta "armadura" – em suas palavras, as escamas deste gigante da Amazônia estão entre "os mais resistentes materiais biológicos flexíveis da natureza". Eles, da área da engenharia de materiais, vêm pesquisando este escudo do pirarucu há alguns anos, objeto de estudo que inclusive já gerou outras publicações antes. Mas, desta vez, os autores do trabalho na Matter revelam os resultados de testes de resistência observados a nível microscópico nas escamas do pirarucu. No Brasil, pesquisadores também vêm destrinchando as propriedades do pirarucu, como sua pele rica em colágeno com potencial comercial (leia mais abaixo). Já na publicação da Matter, os autores destacam que a compreensão de como funciona o "escudo" do pirarucu pode levar, no futuro, à sua imitação em itens como coletes à prova de balas. Para que as escamas dos peixes deem proteção contra os predadores sem comprometer a mobilidade, elas precisam ser leves, flexíveis e resistentes - "e as escamas do pirarucu são um excelente exemplo disso", dizem os autores. As escamas do gigante amazônico são formadas por duas camadas: a mais externa, altamente mineralizada e dura; a mais interna, composta sobretudo por fibrilas de colágeno e maleável. Nesta camada, as fibrilas de colágeno estão colocadas em um padrão chamado Bouligand, uma estrutura parecida com um compensado amplamente observada na natureza. O colágeno é uma proteína produzida naturalmente por animais e funciona como uma "cola" que junta os elementos do nosso corpo, por isso é um dos componentes mais importantes do tecido conjuntivo. Sua presença pode ser sentida nas cartilagens do nariz e das orelhas, onde podemos perceber que trata-se de um material ao mesmo tempo maleável e firme. A resistência, a força e as propriedades mecânicas das escamas do pirarucu já são conhecidas, dizem os autores da publicação, mas até então, acrescentam, era pouco compreendida sua "tenacidade à fratura" – a habilidade de um material resistir antes de quebrar ou ter algum tipo de deformação sob impacto. Assim, os cientistas colocaram amostras de escamas do pirarucu em placas, as perfuraram em laboratório e capturaram imagens microscópicas do processo. Também fizeram testes de diversas maneiras, variando por exemplo a posição da lâmina cortante em relação às escamas. Eles observaram que, sob pressão, a camada mais externa, mineralizada e dura, vai rachando e depois se fragmentando; isso protege a camada seguinte, a mais repleta de colágeno. Quando chega-se a essa etapa, as fibrilas de colágeno têm mecanismos dinâmicos de deformação, como se fosse uma dança para desviar e amortecer o impacto – elas esticam, rodam, separam-se...

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Sete baleias morrem encalhadas em praia na Indonésia



Foram encontradas 17 baleias-piloto encalhadas em uma praia da Indonésia - informou neste sábado (12) o diretor da agência de conservação marinha, Ikram Sangaji, acrescentando que sete delas não resistiram. Na sexta-feira, moradores da localidade de Menia Village encontraram 17 baleias em uma praia próxima e conseguiram salvar dez delas, de três a quatro metros de comprimento, mas sete morreram, relatou Sangaji. "Têm alguns ferimentos por seu contato com as rochas", disse ele à AFP. Sangaji acrescentou que os ferimentos nas baleias indicam que não foram tratadas da forma adequada durante o resgate. Seis dos animais foram enterrados em uma cerimônia tradicional, enquanto uma foi separada pelos moradores para aproveitarem sua carne, completou Ikram Sangaji. Amostras dos animais foram coletadas para se investigar a causa do encalhe. Segundo ele, em 2012, foram encontradas mais de 40 baleias encalhadas na praia de Kolo Udju, na costa de Menia Village, em East Nusa Tenggara. As contracorrentes dessa praia são um perigo para as baleias, que podem ficar mais facilmente encalhadas nos recifes pelo movimento das ondas, completou Sangaji.