quinta-feira, 13 de março de 2014

Tartaruga da Amazônia corre risco de desaparecer em rio do Amapá



 
Um levantamento do Instituto de Meio Ambiente (Ibama) no Amapá constatou que a espécie tartaruga da Amazônia (Podocnemis expansa) pode desaparecer do Rio Cassiporé, em Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá. O estudo, realizado em 2013, catalogou apenas cinco pares (macho e fêmea) de tartarugas. O número está muito abaixo do ideal para a sobrevivência estável do ciclo da cadeia reprodutiva, que seria de 200 pares do animal. O levantamento faz parte do programa "Quelônios da Amazônia", que visa promover em nove estados brasileiros a preservação de 18 espécies de quelônios. No Amapá, o projeto protege dez espécies desses animais. Um levantamento do Instituto de Meio Ambiente (Ibama) no Amapá constatou que a espécie tartaruga da Amazônia (Podocnemis expansa) pode desaparecer do Rio Cassiporé, em Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá. O estudo, realizado em 2013, catalogou apenas cinco pares (macho e fêmea) de tartarugas. O número está muito abaixo do ideal para a sobrevivência estável do ciclo da cadeia reprodutiva, que seria de 200 pares do animal. Para fomentar a reprodução da espécie em rios do Amapá, o Ibama estendeu o 'Quelônios da Amazônia' até a região do município de Oiapoque. A metodologia de preservação das espécies é baseada no uso de mecanismos considerados sustentáveis, como é o caso da transferência dos ovos depositados nas covas às margens dos rios para lugares mais altos, método chamado de 'translocação'. A transferência dos ovos tem o objetivo de proteger os ninhos de fatores ambientais e predatórios, como a incidência de inimigos naturais, principalmente de raposas e gaviões. Na Amazônia, a desova das tartarugas acontece entre os meses de agosto a dezembro. No entanto para obter resultados no Rio Cassiporé, de acordo com o analista ambiental, seria necessário um longo período. Em Afuá, por exemplo, uma das áreas abrangidas pelo Ibama no Amapá, demorou 20 anos para conseguir estabilizar a cadeia da tartaruga da Amazônia. Nesse período, houve um aumento de 40 para mais de 1 mil pares da espécie. No caso do Amapá, o tempo seria maior. A demora é decorrência do índice de sobrevivência dos animais. Somente cerca de 10% da espécie consegue chegar à fase adulta, quando elas podem alcançar mais de 80 centímetros de comprimento e 60 quilos de peso. "Partindo de cinco pares vamos precisar de algo em torno de 30 anos para chegarmos a 200 pares. Para isso, precisamos envolver o município, que também é responsável pela conservação do meio ambiente", mensurou Rubens Portal. Nas demais áreas protegidas pelo programa 'Quelônios da Amazônia' no Amapá, segundo o Ibama, foram soltos mais de 1 milhão de quelônios entre 1979 e 2012. O número é o menor entre os estados abrangidos pela iniciativa. O maior saldo é do Pará, com 23 milhões de filhotes soltos em água doce durante o mesmo período. A maior incidência de soltura realizada pelo Ibama do Amapá aconteceu na região do estado do Pará, no município de Afuá, com 600 mil tartarugas. Pracuúba a segunda maior soltura no período: 400 mil. "Em 2013, soltamos mais 105 mil filhotes, sendo 104 de tartarugas da Amazônia e mais 1 mil de tracajás", frisou o analista do Ibama Rubens Portal. A soltura acontece com conjunto com as populações que vivem às margens dos rios, chamadas de ribeirinhas. Essas comunidades são diretamente afetadas pelo fato de os animais incubados serem incorporados aos estoques naturais pré-existentes. "No fim do ciclo de incubação, 90% soltamos com a equipe de especialistas, e 10% com a população como se fosse uma espécie de prestação de contas com a comunidade ribeirinha da região onde o projeto é desenvolvido", concluiu o analista.

domingo, 9 de março de 2014

Ambientalistas arrecadam minissuéteres para salvar pinguins

 
Grupos de ambientalistas na Austrália, Tasmânia e Nova Zelândia pedem a voluntários do mundo todo que tricotem e enviem minissuéteres para salvar pinguins que foram vítimas de vazamentos de petróleo. O Penguin Jumper Program (Programa de Suéteres para Pinguins, em tradução livre) é mantido pela organização australiana Penguin Foundation e teve início em 2001 quando um grande vazamento de petróleo afetou 438 pinguins azuis. Naquela ocasião foram necessárias várias peças de roupas de lã sob medida pois, quando as penas de um pinguim ficam impregnadas com petróleo, elas perdem a capacidade de isolamento. A resposta dos voluntários foi ótima: os ambientalistas receberam cerca de mil suéteres de todo o mundo. E estes pequenos agasalhos eram muito necessários. Quando as penas de um pinguim perdem a capacidade de isolamento devido ao petróleo, a água gelada chega à pele, as aves sentem frio e, com as penas tão pesadas, fica muito difícil nadar, caçar e se alimentar. Uma das melhores formas de evitar que estes pinguins morram é dar um banho nas aves. Mas, os ambientalistas observaram que muitos deles, principalmente os mais fracos e os filhotes, acabavam morrendo de frio ou intoxicados antes de ser atendidos. Mas, com os minissuéteres, as aves ficam protegidas do frio e também da intoxicação. Quando os pinguins são atingidos por petróleo, eles tentam se limpar usando o bico e, com isso, acabam intoxicados. Uma das porta-vozes da organização ambientalista Tamania Conservation Trust, que participou da convocação para arrecadação dos agasalhos em 2001, afirmou à BBC que os minissuéteres fizeram a diferença entre a vida e a morte para os pinguins. A porta-voz disse que os minissuéteres eram "necessários para proteção" e que eles "evitam que as aves comecem a limpar umas as outras e engulam o petróleo tóxico antes de lavarmos as penas delas". Depois da ótima resposta do público em 2001, desde então as organizações da região, como a Fundação Para os Pinguins da Phillip Island, fazem até concursos para escolher o melhor minissuéter para pinguins. E, para facilitar o trabalho dos voluntários, o Penguin Jumper Program, fornece um modelo para tricotar os minissuéteres, com as medidas e formas certas para as aves. Os ambientalistas afirmam que grande parte dos agasalhos que recebem são distribuídos para outras associações ecológicas e as peças que sobram ou aquelas que não servem são vendidas para arrecadar fundos.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Pescadores acham tartaruga com mais de cem quilos no litoral do PR


Pescadores encontraram na manhã desta terça-feira (26) uma tartaruga com mais de cem quilos no mar do balneário de Ipanema, em Pontal do Paraná, no litoral do estado. O animal foi levado para o Laboratório de Ecologia e Conservação do Centro de Estudos do Mar, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), também em Pontal do Paraná, e morreu por volta das 13h. O animal era uma tartaruga cabeçuda do sexo masculino de grande porte e com mais de 25 anos de idade, de acordo com a coordenadora do Laboratório de Ecologia e Conservação, Camila Domit. “Um metro só de carapaça. Ela deve medir cerca de 1,35 metro e pesar bem mais de cem quilos. O peso não foi estimado porque estamos sem balança industrial”, explicou. A idade exata será confirmada após uma análise óssea. A coordenadora afirmou que o ferimento causado em uma das nadadeiras não foi a causa da morte do bicho, já que a lesão feriu apenas o tecido. “Não sabemos se ela se afogou na rede ou se já estava doente e, por isso, se enroscou. Serão coletadas amostras de tecidos para exames patológicos e de níveis de contaminação química”. Ela explicou que, por protocolo, é preciso esperar 24 horas após a morte do animal para iniciar a necropsia. Segundo Camila, a tartaruga cabeçuda é “raríssima” na região. “É raro ver machos adultos por aqui”, relatou. Também serão feitas análises com amostras de fluidos e de sangue que foram coletados duas vezes, com o animal vivo e depois de morto, para exames microbiológicos e hematológicos que irão estabelecer a causa da morte da tartaruga, ainda conforme a coordenadora.

Foca com mais de dois metros de comprimento aparece em praia do PR


 
Uma foca-caranguejeira foi encontrada na praia brava de Caiobá, no município de Matinhos, no litoral do Paraná, na noite de quarta-feira (3). O animal mede 2,10 metros e passa bem, de acordo com o analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rogério José Florenzano Júnior. “Ela se perdeu e veio com a corrente marítima. Vem para a praia para descansar e, depois, poder voltar”, explicou. O animal já havia aparecido em Joinville, no norte Santa Catarina, na segunda-feira (1º), segundo o analista ambiental. “Estamos monitorando para que a população não se aproxime. Fizemos um isolamento em volta para não ter risco de acidente. As pessoas querem tirar foto de perto, encostar no bicho”. “Agora tem que esperar ela voltar para o mar. Nesse exato momento [por volta das 17h30], ela está subindo em direção à praia, cada vez mais para o seco. Provavelmente vai passar a noite na praia”, afirmou. O Centro de Estudos do Mar (Cem) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) relatou que esta espécie de foca é comum na região da Antártica e que visita a costa brasileira nesta época do ano, quando se dispersam das colônias reprodutivas em busca de alimentos. Conforme o Centro de Estudos do Mar, as focas vão até as praias para descansarem das migrações e, por isso, não devem ser "incomodadas" pelas pessoas. Um adulto da foca-caranguejeira pode chegar a 2,6 metros de comprimento e pesar até 300 quilos, segundo o centro. Nem o Centro de Estudos do Mar nem o analista ambiental souberam informar o peso e a idade do animal encontrado no litoral paranaense.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Estudo diz que linhagem de tubarões teria sobrevivido à Grande Extinção

 
Uma linhagem de pequenos tubarões pré-históricos, que acreditava-se que tivesse desaparecido na Grande Extinção, ocorrida há 250 milhões de anos, pode ter sobrevivido outros 120 milhões de anos, sugere estudo publicado no periódico "Nature Communications". Cientistas encontraram amostras fósseis de seus minúsculos dentes nas proximidades de Montpellier, na França e, com isso, conseguiram verificar que os tubarões teriam vivido após a calamidade escondendo-se em mares profundos. A estranha criatura não tinha mais que 30 centímetros de comprimento e provavelmente ostentava uma protusão similar a um gancho no lugar da barbatana dorsal. A pior extinção em massa que o planeta viveu acabou com 95% das espécies marinhas e 70% das terrestres no final do período Permiano, quando se acredita que a Terra tivesse um único continente cercado por um único oceano. Entre as explicações para a catástrofe estão o impacto de um asteroide que sufocou o planeta em uma nuvem de poeira que ocultou o sol e fez a vegetação secar ou um período de intensa atividade vulcânica que causou uma mistura letal de chuva ácida e aquecimento global. Entre as criaturas que se acredita terem desaparecido nesse evento estavam os tubarões com dentição cladodonte, parentes distantes dos tubarões modernos, que tinham mandíbulas com várias fileiras de dentes minúsculos e afiados. Mas agora, uma equipe de cientistas do Museu Natural de Genebra e da Universidade de Montpellier, na França, encontrou seis dentes desse tipo, que datam do período Cretáceo inferior em sedimentos, perto da cidade dessa cidade do sul francês. Essa área pode ter ficado submersa durante esse período da história do planeta. Os dentes, com menos de dois milímetros, eram de diferentes espécies do tipo cladodontes, agora extintos, que viveram há 135 milhões de anos atrás. "Nossas descobertas mostram que esta linhagem sobreviveu a extinções em massa, mais provavelmente, por buscar refúgio no fundo do mar durante eventos catastróficos", destacou o estudo.

'Monstro aquático' mexicano é visto em lago e dá esperança a cientistas


 
Após anunciarem que o axolote (Ambystoma mexicanum), um tipo de salamandra que só vive em lagos do México, podia ter desaparecido da natureza, cientistas anunciaram ter encontrado exemplares desta espécie durante uma segunda varredura realizada este mês. No ano passado, biólogos tentaram capturar axolotes com a ajuda de redes no lago Xochimilco, na Cidade do México, mas não encontraram nenhum espécime – o que aumentou a preocupação sobre o risco de que esses animais só sobreviveriam se fossem criados em cativeiro. Contudo, o biólogo Armando Tovar Garza, da Universidade Nacional Autônoma do México, disse que na última semana ele e sua equipe encontraram duas salamandras durante sua investigação, que deve seguir até meados de abril. “Não pudemos capturá-los, mas dois avistamentos representam que ainda temos chance”, disse Garza, referindo-se à conservação desses animais.
 
Conhecido como "monstro aquático" e como o "peixe mexicano que anda", seu único habitat natural é a rede de lagos e canais Xochimilco, que sofre com a poluição trazida pelo crescimento urbano. Nos últimos anos, os arredores dos lagos onde o bicho vive passaram a abrigar favelas que lançam esgoto nas águas. A Academia Mexicana de Ciências informou que 1998 havia em média 6 mil axolotes por quilômetro quadrado, número que caiu para 1 mil em 2003 e para 100 em 2008. A criatura é importante para o mundo científico devido à sua capacidade de regenerar membros amputados. Alguns exemplares vivem em aquários instalados em laboratórios, mas os especialistas advertem que essas não são as melhores condições, pois correm risco de acasalamento entre parentes e, com isso, perder a diversidade genética da espécie. Os axolotes crescem até 30 centímetros e usam as quatro patas atarracadas para se arrastar no fundo dos lagos ou as caudas grossas para nadar. Esses animais se alimentam de insetos aquáticos, peixes pequenos e crustáceos.