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quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Japão mata 177 baleias na costa do Pacífico para 'fins científicos'



Os japoneses mataram 177 baleias na costa nordeste do arquipélago no Pacífico, em uma missão que teria "fins científicos", segundo anunciou nesta terça-feira (26) a agência de pesca japonesa. Três navios especializados em caça às baleias iniciaram a missão em junho e capturaram 43 baleias Minke e 143 baleias-sei, de acordo com a agência. Segundo os japoneses, a caça às baleias seria "necessária" para calcular a quantidade de potenciais capturas a longo prazo, justificou a agência, que tem como objetivo "retomar algum dia a pesca comercial", segundo explicou o funcionário da agência Kohei Ito. O Japão é signatário da moratória da caça às baleias da Comissão Baleeira Internacional (CBI), mas afirma que recorre à medida com fins de pesquisa, no Pacífico e na Antártica. As organizações de defesa das baleias denunciam a alegação japonesa, assim como vários países, que consideram que Tóquio utiliza de maneira desonesta uma exceção da proibição da caça aos cetáceos, de 1986. Em 2014, o Tribunal Internacional de Justiça exigiu de Tóquio o fim da caça às baleias no Atlântico, por considerar que os japoneses não cumpriam os critérios científicos exigidos. O Japão cancelou a temporada de caça de inverno de 2014-2015, mas retomou a pesca no ano seguinte. O Oceano Antártico já foi cenário de confrontos entre baleeiros japoneses e defensores dos cetáceos. No mês passado, a organização ecologista Sea Shepherd anunciou a desistência de tentar impedir a ação dos baleeiros japoneses no Sul, reconhecendo seus próprios limites ante a potência marítima nipônica. A Noruega, que se opôs à moratória de 1986 e considera que esta não a afeta, e a Islândia, são os únicos dois países no mundo que praticam abertamente a caça comercial. O Japão tenta provar que a população de cetáceos é suficientemente grande para suportar a retomada da caça comercial. O consumo da baleia tem uma longa tradição no Japão, onde a caça é praticada há muitos séculos. A indústria baleeira teve seu auge depois da Segunda Guerra Mundial. Mas a demanda dos consumidores japoneses caiu consideravelmente nos últimos anos, o que provoca muitos questionamentos sobre o sentido das missões científicas.