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quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Espécime raro de perereca-macaco é encontrado em mata de RO - Brasil


Uma perereca com "polegares opositores" – conhecida como perereca-macaco – foi encontrada em uma área de mata em Vilhena (RO), no Cone Sul do estado. A Phyllomedusa camba é uma espécie rara capaz de caminhar em vez de apenas pular. Segundo os pesquisadores que encontraram o anfíbio na semana passada, os "polegares" permitem que a perereca também consiga agarrar com mais facilidade as folhas e galhos durante o deslocamento pela floresta. Ela foi capturada por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que em conjunto com professores e estudantes de biologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifro) fizeram incursões na mata para encontrar sapos, rãs e pererecas. A ação teve auxílio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Vilhena (Semma). Para localizar os anfíbios, os pesquisadores fazem longas caminhadas por áreas de vegetação densa, rios, pântanos e cachoeiras. Um dos objetivos da ação é fazer uma lista com espécies que correm risco de extinção por causa da fragmentação da mata. Com esse levantamento, também será possível analisar se as espécies que vivem na floresta nativa são as mesmas da floresta plantada. Durante as futuras expedições, está prevista a coleta de amostras de tecido para sequenciamento de DNA.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Cientistas brasileiros usam canto e DNA para identificar nova perereca no Cerrado


Cientistas brasileiros anunciaram a descoberta de uma nova espécie de anfíbio no Cerrado, o que evidencia, segundo eles, o potencial ainda inexplorado (e ameaçado) desse bioma no Centro-Oeste do Brasil. A perereca Pithecopus araguaius foi primeiro avistada pelos pesquisadores - ligados às universidades Unicamp, em São Paulo, e Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais - em estudos de campo em 2010. Desde então, foi possível confirmar que se tratava de uma nova espécie graças a extensos estudos de DNA e análises morfológicas (da aparência do animal), além de dados acústicos dos sons emitidos pelo anfíbio, distintos dos emitidos até mesmo por pererecas da mesma família Pithecopus. "O canto serve para que a fêmea reconheça o macho da mesma espécie. Isso nos ajudou a diagnosticar que era (uma espécie) diferente das espécies irmãs", explica à BBC Brasil o taxonomista Felipe Andrade, um dos autores da pesquisa - recém-publicada no periódico científico Plos One - ao lado de Isabelle Aquemi Haga, Daniel Pacheco Bruschi, Shirlei Recco-Pimentel e Ariovaldo Giaretta. Além disso, os pesquisadores notaram que a araguaius tem a cabeça e o corpo de tamanho um pouco menor que suas irmãs do grupo Pithecopus e um padrão diferente (que os cientistas chamam de não reticulado) de manchas no corpo. Há, agora, 11 tipos de Pithecopus documentados, sendo o araguaius o mais novo deles. Algumas pererecas dessa família preferem altitudes mais elevadas, o que também as diferencia da araguaius, que habita terras baixas. "O reconhecimento da Pithecopus araguaius é importante para o conhecimento da riqueza de anfíbios e diversificação de padrões nessa região", diz trecho do artigo publicado no site da "Plos One." A araguaius foi descoberta na cidade de Pontal do Araguaia, no Mato Grosso, à beira do rio Araguaia - daí seu nome. Posteriormente, os cientistas documentaram a existência da nova espécie também na Chapada dos Guimarães e na cidade mato-grossense de Santa Terezinha. "A descoberta mostra que em 2017 ainda temos espécies a serem descritas no Cerrado, uma região com alto índice de biodiversidade e sob forte impacto da ação humana", afirma Andrade. Seu orientador, Ariovaldo Giaretta, acrescenta à BBC Brasil que o fato de essa região do Brasil estar sob pressão - sobretudo pela expansão do agronegócio - pode colocar em risco eventuais descobertas de outras espécies. "Por acaso achamos essa nova espécie. Quantas outras podem existir? E não temos ideia de o que está sendo perdido nas áreas (de Cerrado) que estão sumindo", diz Giaretta. "Se novos vertebrados ainda estão aparecendo (nas pesquisas), pode haver outras criaturas vivas - invertebrados, plantas. (...) É estarrecedor que (muitas áreas) estejam virando pasto para boi." No estudo, os pesquisadores citam o Cerrado como "um dos mais ameaçados hotspots da Terra, sobretudo pela perda de hábitats por conta do desenvolvimento urbano e agrícola". E a própria araguaius pode estar sob perigo de extinção, por ser uma perereca que habita áreas baixas e, portanto, de interesse do agronegócio. "Ainda precisamos de muitos esforços para conhecer nossa biodiversidade do Cerrado e mais ainda da Amazônia", opina Andrade.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Pesquisadores descobrem nova espécie de perereca na Amazônia


Uma nova espécie de perereca foi descoberta por pesquisadores no Amapá e na Guiana Francesa. O animal tem como características membros em tons avermelhados e os olhos com pupilas douradas. O nome da espécie, Hypsiboas diabolicus, faz referência a um personagem do carnaval francês chamado "diable rouge". Um artigo foi publicado em fevereiro na revista internacional Zootaxa, divulgando características do animal. O amapaense Jucivaldo Lima é um dos pesquisadores que trabalharam na identificação do animal. Ele diz que o anfíbio foi encontrado nos municípios de Laranjal do Jari, Mazagão e Oiapoque, no Amapá, além da Guiana Francesa. "Em um dos estudos de campo, o pesquisador francês Antoine Fouquet detectou que tinha uma perereca que ele achava que era algo novo. Ele entrou em contato comigo e começamos a levantar essa hipótese", explicou o pesquisador do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa). O estudo iniciou em 2011 e encerrou com a publicação do artigo, em fevereiro de 2016. Segundo Lima, a partir da divulgação da descoberta da nova espécie, outras pesquisas poderão ser feitas sobre o animal. "A partir dessa divulgação, as pessoas começam a prestar mais atenção nos animais próximo de casa e quem sabe o descobrimos em novos lugares. Estamos contribuindo para aumentar a diversidade da Amazônia, divulgando informações científicas e a partir de agora podem ser feitos novos estudos para conhecer ainda mais essa espécie", disse Lima. O artigo, que descreve características como genética, descrição do girino e vocalização da espécie, teve contribuição de pesquisadores de São Paulo, Bélgica e Califórnia.