quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Colômbia descobre rã que coaxa com som semelhante ao balido de uma cabra


Ela soa como um mamífero, mas é anfíbio. Cientistas descobriram nas selvas tropicais da Colômbia uma espécie de rã endêmica com ossos verdes, que tem um coaxar que lembra o balido (berro) de uma cabra. O Instituto Humboldt, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente colombiano, divulgou nesta quarta-feira (25) a mais recente descoberta no segundo país com maior biodiversidade do mundo, atrás do Brasil: a Scinax caprarius. Este anfíbio deve seu nome "ao canto que emitem os machos desta espécie", que é "similar ao som das cabras", apontou o organismo em um comunicado. Esta pequena rã tem ossos verdes, tons café-avermelhado e dourado na parte superior do corpo, e costuma medir entre 28 e 31 milímetros. A nova espécie foi localizada no fértil vale médio do Magdalena, o principal rio da Colômbia, em florestas subandinas, selvas úmidas tropicais e floresta seca tropical. Esta rã, de hábitos noturnos, é vista com frequência na época de chuvas. Para a alegria dos cientistas, a Scinax caprarius é um anfíbio que abunda em habitats conservados, o que a exclui da lista de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), segundo o Instituto Humboldt. Das 817 espécies de anfíbios documentadas na Colômbia, 56 estão criticamente ameaçadas, 89 em perigo e 85 em estado vulnerável, de acordo com as listas vermelhas da UICN.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

A orca que carregou seu filhote morto durante dias



Ela não queria deixar seu filhote morto. Uma orca cujo filhote morreu na terça-feira passada, pouco depois de nascer, foi vista carregando seu corpo nas águas da costa oeste dos Estados Unidos e do Canadá. A mãe foi vista pela última vez com o filhote morto às 19h do horário local na quinta-feira passada. O filhote havia morrido na terça próximo a Victoria, British Columbia, no Canadá. As orcas notoriamente transportam e carregam seus filhotes mortos por até uma semana. Apesar de serem popularmente chamadas de baleias, as orcas de fato pertencem à família dos golfinhos, sendo o maior exemplar da espécie. Golfinhos e baleias são animais mamíferos e as duas espécies possuem várias caraterísticas comuns o que facilita a confusão, mas biologicamente pertencem a duas famílias distintas. A carcaça do filhote estava afundando e sendo repetidamente resgatada pela fêmea, de acordo com o Center for Whale Research (centro de pesquisas de baleias), que trabalha pela preservação das orcas residentes do sul, comunidade de animais da porção nordeste do Oceano Pacífico. Um membro do time do centro de pesquisas viu o filhote nadando ao lado de sua mãe, batizada pela equipe de "J35", na terça. Mas o filhote morreu meia hora depois da equipe chegar, segundo o centro de pesquisas. A mãe foi vista carregando o recém-nascido com sua cabeça e o empurrando em direção à ilha San Juan, perto do Estado de Washington, nos EUA. Orcas podem viajar em média 120 km por dia. Um morador da ilha, citado no relatório do centro de pesquisas, disse ter visto um grupo de cinco ou seis orcas no pôr do sol com o filhote morto. As orcas residentes do sul do Canadá e dos Estados Unidos correm risco de extinção. Elas dependem para alimentação do salmão-rei, que esteve em grave declínio nos últimos anos. A comunidade, que tem cerca de 75 indivíduos, é frequentemente encontrada perto da ilha de Vancouver, no Canadá, e nas águas marítimas do Estado de Washington, nos EUA. Pesquisas indicam que só cerca de um terço das orcas nascidas nos últimos 20 anos sobrevivem. Segundo o centro, nenhuma gravidez nos últimos três anos produziu um filhote que tenha sobrevivido.

Berço das jubartes, Abrolhos atrai turistas para espetáculo único


Entre julho e novembro, cerca de 20 mil baleias-jubarte se deslocam para as águas temperadas e claras do litoral brasileiro, geralmente rumo ao arquipélago de Abrolhos, na Bahia, que é o maior berçário desses animais que encantam milhares de turistas todos os anos. A chegada das baleias-jubarte a Abrolhos é uma grande atração turística. Por lá, elas iniciam a temporada de reprodução afastadas do rigoroso inverno da Antártica e permanecem por quatro ou cinco meses, até que os filhotes estejam suficientemente desenvolvidos para migrar para o continente gelado. Com o crescimento da população - aproximadamente 10% ao ano -, o número de baleias que visita o Brasil aumentou nas últimas décadas, especialmente depois de 1996, quando a caça foi proibida. "Acredita-se que o fim da caça provocou a recuperação natural. As jubartes são cosmopolitas, se adaptam facilmente e o fim da caça gerou o salto", disse à Agência Efe o biólogo e coordenador do Projeto Baleia Jubarte, Sergio Cipolotti. As embarcações de turistas partem da cidade de Caravelas e, depois de quatro horas, os visitantes podem ver a exibição dos cetáceos, os seus jatos de água e o movimento da calda, um espetáculo da natureza. Protegidas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pela Marinha, as baleias se sentem à vontade para dançar nas águas cálidas da Bahia. O momento mais esperado é o salto, quando elas chegam a mostrar dois terços do corpo, em um balé que leva os turistas ao delírio. As baleias, que podem medir até 16 metros e pesar até 40 toneladas, estão presentes em todos os oceanos, mas chegam ao Brasil nesta época do ano para a reprodução. Apesar do aumento da quantidade delas no litoral brasileiro, o risco da ação humana continua rondando, seja pela poluição do mar ou pelo perigo das redes de pesca. O objetivo do Projeto Baleia Jubarte é exatamente potencializar a região socioeconomicamente através do turismo, o que permitirá uma consciência maior sobre o meio ambiente. "Com o crescimento da população, os cuidados são outros. É preciso manter o bem-estar do animal", afirmou Cipolotti. As baleias são a principal atração do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, mas o local também serve de ninho para muitas espécies de aves. O atobá-grande e o atobá-pardo frequentam a Ilha Siriba, enquanto as fragatas estão na Ilha Redonda esperando uma oportunidade de roubar peixes capturados por outras espécies. Além disso, em águas praticamente cristalinas, a vida marinha preservada se torna uma atração à parte para mergulhadores. Por lá, esses têm a oportunidade de contemplar diferentes tipos de corais e peixes em um ambiente privilegiado.

terça-feira, 10 de julho de 2018

Baleia de 7,5 metros morre após encalhar em praia da Grande Florianópolis



Uma baleia foi encontrada morta no mar na praia de Tijucas, na Grande Florianópolis, na tarde de segunda-feira (9). A causa da morte ainda é analisada por especialistas da Universidade do Vale do Itajaí (Univali). O animal da espécie Mink tinha 7,5 metros e era uma fêmea. Conforme o coordenador da Unidade de Estabilização de Animais Marinhos da Univali, Jeferson Dick, a morte foi confirmada por volta das 16h. No horário, veterinários começaram o processo para retirada do animal da água e início da necropsia na praia. A coleta de material se estendeu até as 22h, conforme o pesquisador. "Esse procedimento é uma corrida contra o tempo, porque os órgãos do animal se decompõem muito rápido e isso dificulta as análises", explica Dick. Segundo o especialista, são feitos laudos laboratoriais para identificar a causa da morte. No entanto, foi constatado que o animal não se alimentava há muito tempo e estava com alguma doença no intestino. "Ela provavelmente encalhou porque estava debilitada. É uma espécie que ocorre em nossa região, vive em mar aberto e dificilmente aparece próximo da costa", esclarece Dick. A espécie tem o nome científico de Balaenoptera acutorostrata. Os pesquisadores ainda verificam se o animal é de subespécie conhecida como Minke anã. A idade do animal não foi confirmada, mas foi considerado como juvenil. Além dos pesquisadores da Univali, ligados ao projeto da Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), a Polícia Militar Ambiental, prefeitura, bombeiros e comunidade de Tijucas prestaram apoio no local.