quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Orca deixa corpo de filhote morto após 17 dias carregando animal



Tahlequah, a mãe orca que chamou atenção por carregar seu filhote morto durante 17 dias no mar, não está mais carregando o corpo. Segundo o jornal "The Seattle Times", a orca foi vista por pesquisadores no sábado (11) nadando sem o corpo e junto de outras orcas. Tahlequah faz parte de um grupo de orcas monitorado por pesquisadores. Ela é conhecida como J35. “J35 passou pela minha janela hoje com outras baleias J, e ela parece vigorosa e saudável”, escreveu Ken Balcomb, diretor fundador do Center for Whale Research, em um e-mail ao "The Seattle Times". Balcomb disse que J35 provavelmente perdeu dois outros filhotes desde que deu à luz um filhote em 2010. A perda do filhote mais recente "pode ​​ter sido emocionalmente difícil para ela", disse Balcomb. “Ela está viva e bem e superou essa parte de sua dor. Hoje foi o primeiro dia que eu com certeza a vi. Não está mais lá." J35 não mostrou sinais de “cabeça de amendoim”, uma condição que revela a desnutrição em uma orca, quando ossos do crânio começam a aparecer. "Ela está comendo", disse Balcomb. A falta de comida também está ligada ao fracasso destas orcas em não conseguirem se reproduzier normalmente há três anos. "A razão pela qual J35 perdeu o bebê e os outros estão perdendo seus bebês é que não há salmão suficiente", disse Balcomb sobre a principal fonte de alimento das orcas. "Espero que façamos algo sobre isso." Estas orcas residentes do sul do Canadá e dos Estados Unidos correm risco de extinção. Elas dependem para alimentação do salmão-rei, que esteve em grave declínio nos últimos anos. A comunidade, que tem cerca de 75 indivíduos, é frequentemente encontrada perto da ilha de Vancouver, no Canadá, e nas águas marítimas do Estado de Washington, nos EUA.

sábado, 11 de agosto de 2018

Família de orcas é avistada no canal de São Sebastião, SP




Uma família de orcas foi avistada na tarde desta sexta-feira (11) no canal de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. Segundo o Instituto Argonauta, o macho do grupo é visto na região desde 1993. Os cerca de oito animais, entre adultos e filhotes, foram monitorados e registrados por técnicos do instituto. Nenhum deles apresentava ferimentos. Os animais seguiram no sentido Caraguatatuba e foram flagrados por um técnico do instituto. "O macho tem uma nadadeira torta e ele tem o apelido de Almirante. Todos os anos ele vem para a nossa região. Desde 1993 fazemos o monitoramento dele", afirmou o oceanólogo Hugo Gallo. Segundo o pesquisador, não é incomum ver orcas no litoral norte de São Paulo. O primeiro registro foi feito em 1990. "Uma pesquisa recente de um pesquisador americano mostra de que as orcas vêm para o nosso litoral, onde tem água mais quente, para conseguir limpar a pele, já que no polo sul adquirem muitos parasitas e elas não conseguem limpar. A gente brinca que elas vêm para o spa", brinca.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

A estudante americana que escolheu crocodilo como parceiro de foto de formatura




Makenzie Noland, de 21 anos, é aluna da Texas A&M University e se formou na última sexta-feira em ciências da vida selvagem e da pesca. Ela estava estagiando em um centro de salvamento de animais, em Beaumont, que abriga cerca de 450 jacarés, crocodilos e outros répteis. Mas quem roubou a cena foi Big Tex - um jacaré gigante que foi adotado em 2016, depois que a superalimentação o transformou em um transtorno para os barcos locais. Noland e Tex desenvolveram um relacionamento especial desde que ela começou a trabalhar no centro, em maio deste ano. estudante diz que ele responde pelo nome e reage aos sinais da mão dela, quando entra na lagoa para alimentá-lo. "Eu entro na água com esse animal todo dia - é um dos meus melhores amigos lá!", conta a estudante à BBC, ignorando a pergunta sobre se teria medo. Ela diz que estava mais preocupada que o animal comesse acidentalmente seu anel de formatura - em uma das fotos, o jacaré aparece com o anel em cima das narinas. A jovem cresceu em Bellevue, no Nebraska, onde encontrar um jacaré no jardim não é algo comum, mas sempre mostrou afinidade com os animais. "Desde mais nova, eu estava sempre pegando cobras, segurando animais, conversando com as crianças e educando o público", afirma Noland, declarando seu amor pela vida selvagem. Inicialmente, ela pretendia que a formatura servisse de vitrine para o trabalho que ela vem fazendo neste verão. "Na verdade, não queremos ter que resgatar esses animais, queremos que eles vivam nos rios e canais nas áreas pantanosas", diz ela sobre o centro Gator Country, onde trabalha. "Mas já que ele está com a gente, é um exemplo maravilhoso de como é treinar um animal e descobrir sua personalidade. Eles são criaturas maravilhosas - não são todos devoradores de pessoas!" Noland diz que ficou impressionada com a repercussão de seus posts, que já foram compartilhados e curtidos centenas de vezes. "Eu não estava esperando isso, só queria postar umas fotos engraçadas no Instagram. Tem sido incrível." Ela espera continuar trabalhando com vida selvagem depois de se formar. "Eu só quero estar inserida no mundo animal e educar o público a respeito", diz ela.

Após serem quase extintas, ariranhas retornam a rios na Amazônia


Após serem quase extintas pela caça comercial, as ariranhas estão retornando a rios da Amazônia. Os últimos indícios da recuperação da espécie foram divulgados nesta semana pela revista científica Biological Conservation. Liderada pela bióloga Natália Pimenta, a pesquisa analisou sinais da presença de ariranhas na bacia do rio Içana, no noroeste do Amazonas, onde ela havia sido considerada extinta. O estudo foi feito após outras pesquisas apontarem uma tendência de recuperação da espécie - com nome científico Pteronura brasiliensis - em diferentes partes da Amazônia, como a bacia do Solimões e a região da hidrelétrica de Balbina. Maior carnívoro semiaquático da América do Sul, com até 1,80 m quando adulta, a ariranha é um dos dois tipos de lontra encontrados no Brasil e está na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação, entre as espécies consideradas ameaçadas de extinção. O estudo no Içana teve início após membros do povo baniwa alertarem sobre o retorno das ariranhas a seu território, dentro da Terra Indígena Alto Rio Negro. Presidente da Associação Indígena da Bacia do Içana, André Baniwa diz que moradores notaram os primeiros sinais da volta dos animais uns dez anos atrás, ao encontrar carcaças de peixes com mordidas de um bicho que não reconheciam. Os mais velhos deram o veredicto: a ñeewi (ariranha, em língua baniwa) estava de volta. Nos últimos anos, os sinais aumentaram - e vários moradores chegaram a topar com os mamíferos. Membros da comunidade participaram do estudo sobre o retorno dos animais, que contou com o apoio das fundações Capes, CNPq, The Rufford Foundation e Idea Wild. Baniwa conta que ariranhas não eram vistas na região desde os anos 1940. Na época, eram as espécies mais cobiçadas no movimentado mercado de peles amazônicas. Ao pesquisar o tema, a bióloga Natália Pimenta encontrou estudos que estimaram em 23 milhões os animais caçados na Amazônia Ocidental para a extração de peles entre 1904 e 1969. O couro de ariranha - animal amazônico que mais sofreu com a caça comercial, segundo a pesquisadora - costumava ser exportado para os Estados Unidos ou a Europa, onde viraria casacos, chapéus e echarpes. Em um catálogo de 1946 de uma loja de peles em Manaus, o couro de ariranha é vendido por 180 cruzeiros - acima do preço de peles de onça (150), maracajá (150) e caititu (47). Baniwa diz que os próprios membros da comunidade caçavam os animais para trocar as peles por armas e outros bens. Um bom couro de ariranha valia o equivalente a duas espingardas. A modernização das técnicas de caça acelerou o extermínio da espécie. A partir dos anos 1960, leis passaram a regulamentar o comércio de peles silvestres no país. Em 1975, o Brasil aderiu a uma convenção internacional que proibia o comércio de espécies ameaçadas - entre elas, as ariranhas. A demarcação de grandes terras indígenas na Amazônia a partir dos anos 1990 também golpeou a atividade. A demanda pelas peles diminuiu, permitindo que as ariranhas começassem a se recuperar.