segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Com seca, pescadores flagram boto rosa às margens de rio


Um vídeo gravado na quarta-feira (14) em Marechal Thaumaturgo, interior do Acre, mostra a movimentação de pescadores tentando ajudar um boto rosa, animal ameaçado de extinção, que foi flagrado às margens do Rio Juruá. Os pescadores alegam que, devido ao baixo nível do rio, o animal ficou preso em um "poço" no manancial. O Rio Juruá encontra-se com o menor nível já registrado em cinco anos, com 2,31 metros. Na imagem, é possível ver que o animal estava em uma área próxima à superfície e se debatia. O pescador Antônio Nascimento, de 35 anos, conta que eram dois botos que ficaram presos em um "poço" dentro do rio. Porém, o vídeo mostra apenas um animal. “Estava tentando passar com o barco, quando vi os moradores tirando foto. Quando cheguei lá, vi o boto, eram dois, e foi um pouco complicado levar eles até o ponto fundo”, contou. Nascimento disse ainda que um dos animais estava ferido, mas que a ferida já estava em fase de cicatrização e que nunca tinha chegado tão perto de um boto. “Eu nunca tinha chegado tão próximo assim. Para mim, foi uma boa experiência saber que salvei esses botos. É a natureza e temos que preservar ”, destacou. Uma das grandes ameaças à espécie são as redes dos pescadores armadas em rios e lagoas e a poluição das águas. Por isso, o pescador que ajudou no resgate acredita que desempenhou um papel fundamental para o meio ambiente. “Eles acabam com tudo, rasgam tarrafa, comem os peixes. Mas, fazem parte da nossa história. Me senti muito bem salvando a vida de um ser vivo”, finalizou. Após conseguir retirar o boto do "poço", Nascimento garante que os dois animais foram liberados em um local mais fundo do rio. O major do Corpo de Bombeiros Cláudio Falcão explica que durante a estiagem o rio fica bastante seco, porém, formam partes mais fundas, que podem ser chamadas de poços. Ele ressalta ainda que a orientação ao ver um animal encalhado ou com dificuldades para nadar, é chamar os Bombeiros ou um órgão ambiental. "O mais correto é chamar o Corpo de Bombeiros por termos uma técnica mais especializada para fazer esse resgate. Porque, às vezes, podem não machucar fisicamente, mas podem causar um estresse no animal. E, mesmo de volta ao seu habitat natural, o animal pode morrer devido ao estresse causado", orientou. O boto-cor-de-rosa ou boto-vermelho, como chamam os ribeirinhos, pode chegar a 2,5 metros de comprimento e pesar 160 kg. Todos nascem de cor cinza, a coloração rosa começa a sobrepor, da barriga para as costas, com o amadurecimento sexual, a partir de 6 a 7 anos. Como os demais cetáceos, os botos evoluíram de animais terrestres que se adaptaram à vida aquática há cerca de 50 milhões de anos, no Período Cenozóico. Espécie endêmica da América do Sul, o boto-cor-de-rosa ocorre numa área de aproximadamente 7 milhões de km². A bióloga Joseline Guimarães explica que esta é a espécie Inia geoffrensis. "Tem ampla distribuição na América latina, possui hábitos em grupos e por vezes solitários, principalmente na hora da alimentação. Sua alimentação é bastante diversificada, já foram registrados 50 espécies de peixes, o que torna o boto como uma espécie importante na manutenção do ecossistema", explica. A biológa diz ainda que atualmente os dados sobre a conservação da espécie são insuficientes e precisam de mais pesquisas científicas.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Pesquisadores encontram raro filhote branco de baleia franca



Pesquisadores registraram imagens de um filhote de baleia considerado extremamente raro na costa oeste da Austrália. Ele tem cor branca, mas não é um animal albino. Cerca de 5% dos indivíduos dessa espécie nascem brancos, mas depois ficam pretos em seu primeiro ano de vida. Os pesquisadores usam os drones para monitorar as populações dessa espécie, que é ameaçada.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Espécies marinhas são declaradas patrimônio natural pelo governo do PI - Brasil


O governador Wellington Dias (PT) sancionou na terça-feira (29) uma lei que institui o Dia Estadual de Conservação da Biodiversidade Marinha e Costeira no Piauí. No documento, também foram declarados como patrimônio natural do estado as espécies peixe-boi, tartaruga-marinha e o cavalo-marinho. Conforme a lei publicada no Diário Oficial do Estado na quarta-feira (31), o dia estadual será comemorado anualmente em 28 de agosto. O governo justifica a medida destacando a importância de promover ações e atividades que divulguem o potencial socioeconômico e ambiental do estado resultantes da proteção do ambiente natural, da história das comunidades e de suas relações com a biodiversidade marinha. De acordo com o documento, o governo terá que promover agendas ambientais comuns que integrem poder público, centros de pesquisas, organizações não governamentais e outras representações da sociedade civil. O Executivo estadual também destaca a necessidade de coibir práticas que causem danos às espécies contempladas na nova lei. O governo promete divulgar por meio de ações promocionais de turismo o status de patrimônio natural conferido aos animais. O Dia Estadual de Conservação da Biodiversidade Marinha e Costeira passará a constar no calendário oficial de eventos do estado. A proposta sancionada pelo governador Wellington Dias foi de autoria do deputado estadual Antônio Félix (PSD). Segundo Werlanne Magalhães, bióloga e vice-presidente do Projeto Biodiversidade Marinha do Delta (Biomade), a sanção da nova lei é um reconhecimento das espécies e também contribui para o engrandecimento do setor do turismo na região. Ele destaca que zelar o meio ambiente significa cuidar da qualidade de vida tanto dos animais como das pessoas. "Nós ficamos muito felizes com a sanção da lei. Participamos das discussões juntamente com o ICMBio para que essa reivindicação fosse atendida. O reconhecimento desses animais, que estão em extinção, valoriza o turismo e traz visibilidade para a nossa região. O setor de turismo e a comunidade ganham com essa lei", falou. A bióloga destacou ainda que a tartaruga marinha já havia sido contemplada com uma data alusiva à espécie em duas cidades do litoral piauiense.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Obama cria no Havaí a maior reserva marinha do mundo


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ampliou na sexta-feira (26) o seu legado ambiental ao criar a maior reserva marinha do mundo, lar de milhares de criaturas raras nas ilhas do noroeste do Havaí. O anúncio de Obama mais do que quadruplicou o tamanho da área protegida existente, conhecida como Monumento Nacional Marinho Papahanaumokuakea, que passou a ter 1,5 milhão de quilômetros quadrados - cerca de quatro vezes o tamanho da Califórnia. As águas são o lar de recifes de corais e centenas de animais que não são encontrados em nenhum outro lugar na Terra, incluindo uma nova espécie de polvo 'fantasma' descoberta neste ano e o organismo vivo mais antigo do mundo, o coral negro, com uma idade estimada em 4.265 anos. Cerca de 14 milhões de aves marinhas voam sobre a área e fazem seus ninhos nas ilhas, incluindo um albatroz de 65 anos de idade chamado Wisdom. No local também vivem tartarugas-verdes ameaçadas e focas monge do Havaí, em perigo de extinção. O monumento marinho foi criado em 2006 pelo então presidente George W. Bush, e em 2010 foi declarado Patrimônio Mundial da Unesco. "Ao expandir o monumento, o presidente Obama aumentou a proteção de um dos lugares mais significativos do planeta, biológica e culturalmente", disse Joshua Reichert, vice-presidente da ONG Pew Charitable Trusts. O Greenpeace também saudou o que chamou de uma "decisão corajosa", que irá proibir a pesca comercial e a extração mineral na região. O senador Brian Schatz, um democrata do Havaí, disse em um comunicado que a expansão vai criar "uma zona de segurança que irá repor os estoques de atum, promover a biodiversidade e combater as mudanças climáticas". Obama "deu aos nativos havaianos mais voz na gestão deste recurso precioso", disse Schatz. Mas alguns expressaram decepção com a medida, que expande a zona protegida até 320 km da costa, dizendo que isso põe em risco a capacidade dos pescadores de ganhar a vida. "Fechar 60% das águas do Havaí para a pesca comercial, quando a ciência está nos dizendo que isso não vai levar a uma maior produtividade da indústria de local, não faz sentido", disse Edwin Ebiusi Jr., presidente do Conselho de Gestão da Pesca Regional do Pacífico. "Hoje é um dia triste na história da pesca do Havaí e um golpe negativo para a nossa segurança alimentar local", acrescentou. Mas Matt Rand, diretor do projeto Legado do Oceano Global no Pew Charitable Trusts, afirma que a mudança deve ter "um impacto econômico mínimo" sobre a pesca na área.