terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Dourado - Salminus brasiliensis






O Dourado - Salminus brasiliensis é um peixe dos rios do Brasil e outros países da América do Sul. Ocorre na Bacia do Prata, na bacia do Rio Magdalena e nos rios do Peru da bacia do rio Amazonas. O dourado é também chamado popularmente doirado, piraju, pirajuba e saijé. Muito apreciado pelos pescadores esportivos, é lendário por sua bravura e resistência uma vez fisgado. Se o salmão é frequentemente citado como o alvo mais cobiçado da pescaria esportiva no hemisfério norte, na América do Sul impera o dourado. Aliás, o dourado, como indica seu nome científico (salminus = pequeno salmão), ocupa o mesmo nicho ecológico de trutas e salmões mesmo sendo de outra ordem (Characiformes), a qual fazem parte a piranha, o lambari, o tambaqui, o pacu, a traíra e o néon. O dourado, também chamado de pirajú e tigre de rio (por causa das listras na lateral do corpo) é um dos mais conhecidos predadores do rio Paraná. Ele está presente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil, principalmente nos rios Paraná, Prata, Paraguai e seus afluentes. Atinge grande porte, podendo alcançar 130cm de comprimento e pesar 25kg. É um peixe muito difícil de se manter no anzol, pois sua boca é muito dura, dificultando a penetração do anzol. Quando fisgado, salta para fora da água na expectativa de se livrar do anzol. Apresenta uma linda coloração amarelo ouro, com listras pretas nas laterais, as barbatanas emitem um efeito alaranjado, possui também um risco preto no meio da cauda. Tem dentes muito afiados e perigosos, são muito agressivos com outros peixes, principalmente quando estão se alimentando. Houve diversos relatos de ataques de dourado a seres humanos, inclusive um em que um garoto teve os genitais mutilados por esse peixe. Inúmeras empresas turísticas, especialmente na Argentina, Paraguai e no Brasil, oferecem pacotes turísticos a pescadores com o objetivo de pescar dourados na bacia do Rio Paraná. Também encontrado nos rios Casca e Doce em MG.

Tubarana - Salminus Hilarii






O Salminus hilarii é um peixe prateado, comumente chamado de tabarana ou tubarana e é a espécie que apresenta maior distribuição geográfica dentro do gênero Salminus, sendo encontrada na bacia do Rio São Francisco, nos rios Grande e Tietê da bacia do Rio da Prata, nos rios Tocantins e Madeira da bacia Amazônica além da Bacia do Orinoco e rios da Colômbia (Rio Magdalena) e rios do Equador. Por ter muitas semelhanças com o dourado (Salminus brasiliensis), o Salminus hilarii é também chamado, na pesca esportiva, de "dourado branco".

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Pinguins roubados de zoo são recuperados dois meses depois na Inglaterra


Dois pinguins roubados foram recuperados por policiais que receberam uma dica do paradeiro dos animais. Os pinguins, de espécie pinguim-de-humboldt (Spheniscus humboldti), desapareceram de um zoológico do Reino Unido em novembro. A polícia do condado de Nottinghmashire encontrou o par na cidade de Strelley, ao norte de Londres. As duas aves foram devolvidas ao zoológico e um jovem de 23 anos foi preso por suspeita de ser o responsável pelo furto. "Meu primeiro pensamento foi que esse era um caso para livros, uma história para contar para os meus netos, porque não pensamos que, após receber a denúncia, realmente acharíamos dois pinguins", disse o sargento Andrew Browning. "É um caso incomum." Nativos da América do Sul, os pinguins-de-humboldt receberam esse nome em referência à corrente de água que costumam percorrer, que, por sua vez, foi batizada com o nome do geógrafo alemão do século 18 Alexander von Humboldt. Esses animais são listados como espécies "vulneráveis" pela International Union for Conservation Nature, o que significa que correm risco de entrar para a categoria de espécies em ameaça de extinção.

Tubarão-branco gigante é filmado por mergulhadores no Havaí em aparição rara



Um tubarão branco gigante surpreendeu mergulhadores no Havaí com uma aparição rara na terça-feira (15). Segundo o telejornal "Hawain News Now", o tubarão fêmea seria "Deep blue" ("Azul profundo", em tradução livre), um animal famoso entre os estudiosos da espécie e que não era visto desde 2013, quando sua aparição foi registrada nas águas do México. O animal, que tem mais de seis metros, estava se alimentando de uma baleia da espécie cachalote morta a nove quilômetros da costa de Oahu, uma ilha havaiana. Melanie Hutchinson, pesquisadora de tubarões da Universidade do Havaí, disse que a fêmea foi descoberta por uma equipe de mergulhadores em busca de tubarões-tigre. "Eu tenho alguns amigos que estavam por aí. Eles estavam procurando por um tubarão-tigre, então foi uma surpresa divertida ver essa grande senhora", disse Hutchinson à agência de notícias KHON2. Segundo a pesquisadora, quando estão no Havaí, os tubarões costumam nadar em águas mais profundas, daí o apelido de "Deep blue": "E é por isso que as pessoas normalmente não interagem com eles. Eu acho que a baleia apresentou uma oportunidade e é por isso que as pessoas viram esse animal". Kimberley Jeffries, uma das mergulhadoras que encontrou o tubarão, postou no Facebook: "Se você me perguntasse há alguns dias qual a coisa mais incrível que eu já vi em águas havaianas, a resposta provavelmente seria bem diferente". A mergulhadora Kayleigh Burns, que também estava no grupo que avistou o tubarão, disse que pelo tamanho da barriga existe uma possibilidade de que ela esteja esperando filhotes: "Ou estava realmente muito cheia de comer baleia", postou no Instagram. Grandes tubarões-brancos tradicionalmente visitam as águas ao redor do Havaí para se alimentar durante o inverno. "Eles vêm aqui desde sempre. Cerca de 20% da população da Califórnia e do México migram aqui todos os anos ou a cada dois anos. Por isso, eles costumam estar aqui no inverno", explicou Hutchinson. Estima-se que "Deep Blue" tenha até 50 anos de idade. A fêmea é uma espécie de celebridade no mundo dos entusiastas de tubarões - ela tem sua própria conta no Twitter e aparece em um episódio do programa "Shark Week". No entanto, alguns pesquisadores debatem sobre se o animal identificado como "Deep Blue" é mesmo o tubarão celebridade, com especialistas dizendo que três fêmeas grandes foram flagradas na área durante dias consecutivos.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Aquecimento dos oceanos bateu recorde em 2018, dizem cientistas


Pesquisadores chineses e dos EUA constataram que a temperatura dos oceanos em 2018 foi a mais quente já registrada nos últimos 60 anos. O estudo, com base nos dados mais recentes do Instituto de Física Atmosférica, na China, foi publicado nesta quarta (16) na revista científica 'Advances in Atmospheric Sciences'. A conclusão está de acordo com a tendência de aquecimento dos oceanos registrada nos últimos cinco anos — que já eram os cinco mais quentes desde os anos 50, dizem os cientistas. O aumento na temperatura oceânica acontece desde então e se acelerou a partir da década de 90. Além do Instituto de Física Atmosférica, ligado à Academia de Ciências chinesa, a pesquisa envolveu especialistas do Ministério de Recursos Naturais e da Universidade Hohai, também na China, e do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica e da Universidade St. Thomas, nos Estados Unidos. O aquecimento visto nos oceanos em 2018 resultou em um aumento médio de 1,4mm no nível do mar ao redor do globo em comparação à média de nível registrada em 2017. Os padrões associados ao nível do mar atual devem continuar no futuro, segundo a pesquisa. O aumento de calor no oceano também aumenta as temperaturas e a umidade do ar — o que, por sua vez, intensifica as tempestades e as chuvas fortes. Em 2018, o mundo passou por várias tempestades tropicais, como os furacões Florence e Michael e os tufões Jebi, Maria, Mangkhut e Trami. Entre outras consequências listadas pelos cientistas como decorrentes do aquecimento dos oceanos estão a diminuição no nível de oxigênio presente neles, o branqueamento e a morte de corais e o derretimento de geleiras, além de consequências indiretas como a intensidade de secas, ondas de calor, e risco de incêndios. “O aquecimento global é consequência do aprisionamento de gases de efeito estufa — que mantêm a radiação do calor dentro do sistema terrestre. Devido à longevidade do dióxido de carbono e outros gases desse tipo, mitigar as mudanças e os riscos de consequências socioeconômicas causadas pelo aquecimento global e dos oceanos depende de adotar medidas para reduzir imediatamente as emissões de gases estufa”, concluem os pesquisadores.

Gelo da Antártica está derretendo seis vezes mais rápido do que há 40 anos, diz estudo


O aquecimento global está provocando um degelo mais acelerado da Antártica – uma velocidade seis vezes superior à registrada há 40 anos. Isso deve provocar uma maior elevação do nível do mar em todo o mundo, segundo anúncio feito por pesquisadores nesta segunda-feira (14). O artigo foi publicado na revista americana "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS) e aponta que o derretimento do gelo antártico elevou o nível do mar em 1,4 centímetro entre 1979 e 2017. Eric Rignot, principal autor do trabalho, espera que o ritmo do degelo leve a um aumento maior do nível do mar do que o previsto para os próximos anos. O trabalho atual mostra a avaliação mais longa da história sobre as massas de gelo da Antártica – foram analisadas 18 regiões geográficas do continente. As informações foram obtidas por meio de fotos aéreas de alta resolução capturadas por aviões da Nasa e por satélites de diversas agências espaciais. Estudos anteriores preveem um crescimento de 1,8 metro no nível do mar até 2100. Várias cidades costeiras poderão ser inundadas, lugares onde vivem milhões de pessoas. Os cientistas concluíram que entre 1979 e 1990 a Antártica perdeu, em média, 40 bilhões de toneladas de gelo por ano. Entre 2009 e 2017, essa perda subiu para 252 bilhões de toneladas por ano. Segundo os pesquisadores, até certas zonas consideradas "estáveis e imunes à mudança climática" na Antártica Oriental sofrem com o degelo. "O setor da Terra de Wilkes, na Antártica Oriental, sempre foi um participante importante na perda de gelo, inclusive nos anos 80. Essa região é provavelmente ainda mais sensível à mudança climática do que se acreditava. É importante saber porque ela tem mais gelo que a Antártica Ocidental e a Península Antártica juntas".

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Lambari - Astyanax





Lambari é a designação vulgar de várias espécies de peixes do gênero Astyanax, da família Characidae, comum nos rios, lagoas, córregos e represas do Brasil. Seu tamanho médio é entre os 10 e os 15 centímetros de comprimento, possuindo um corpo prateado e nadadeiras com cores que variam conforme as espécies, sendo mais comuns os tons de amarelo, vermelho e preto. São considerados como uma iguaria e também são utilizados como iscas na pesca de peixes maiores. São peixes onívoros e a base da alimentação de diversos peixes predadores.

Oceanos se aquecem mais rápido que o esperado e batem recorde de calor em 2018, dizem cientistas


Os oceanos estão se aquecendo mais rápido do que o estimado anteriormente, tendo atingido um novo recorde de temperatura em 2018 e mantendo uma tendência prejudicial à vida marinha, disseram cientistas nesta quinta-feira (10). Novas medições, feitas com o auxílio de um rede internacional de 3,9 mil flutuantes lançados nos oceanos desde o ano 2000, mostraram o aquecimento mais acentuado desde 1971 e maior do que o calculado pela mais recente avaliação da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o aquecimento global, feita em 2013, segundo os pesquisadores. Eles acrescentaram que “registros observacionais do calor interno do oceano mostram que o aquecimento está acelerando”, escreveram cientistas da China e dos Estados Unidos em estudo publicado na revista Science, para o qual foram medidas as temperaturas até os 2 mil metros de profundidade. A emissão de gases do efeito estufa pela ação humana estão aquecendo a atmosfera, de acordo com a grande maioria dos climatologistas, e uma grande parte desse calor é absorvida pelos oceanos. Isso obriga a vida marinha a fugir para águas mais frias. “O aquecimento global está aqui e já tem grandes consequências. Não resta dúvida, nenhuma!”, escreveram os autores do estudo em um comunicado. Pelo Acordo do Clima de Paris, cerca de 200 países concordaram em reduzir o uso de combustíveis fósseis ainda neste século, com o objetivo de conter o aquecimento. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que quer promover os combustíveis fósseis produzidos nos EUA, planeja se retirar do pacto em 2020.

Tartaruga morre após ter casco destruído por moto aquática em SP



Uma tartaruga marinha foi encontrada boiando no mar após ser atropelada por uma moto aquática em Santos, no litoral de São Paulo. O registro, feito por um banhista, chamou a atenção nas redes sociais e acabou viralizando. Segundo o Instituto Gremar, ONG que realiza o resgate e reabilitação de animais marinhos, pelo menos 70% da morte de tartarugas se dá por ações humanas. O registro foi feito por Valdir Gomes, de 65 anos. Morador da Ponta da Praia, ele tem o costume de praticar stand up paddle diariamente naquela região. O flagrante da tartaruga ocorreu durante um passeio que, para ele, costuma ser comum. “Estava olhando para a praia quando percebi a moto aquática passando em alta velocidade, na área onde algumas tartarugas costumam ficar. Eu estava a uns 200 metros dela”, conta ele, que não notou que o condutor havia passado por cima do animal. Ele só o encontrou boiando e ferido alguns minutos depois. “Não imaginava que isso poderia ter acontecido. Vi a tartaruga boiando e a coloquei na minha prancha. Ela estava com dificuldade para respirar e com o casco completamente destruído”, relata. O fotógrafo também contou que tentou acionar alguém do Aquário de Santos, na intenção de tentar algum resgate ao animal. Porém, sem sucesso, decidiu depositar o corpo do animal de volta ao mar. De acordo com Gomes, na manhã de domingo (13), pelo menos cinco motos aquáticas andavam no mesmo trecho, também em alta velocidade. Para ele, a maneira como os condutores as utilizam no mar pode acabar resultando em outro acidente. “Isso não pode acontecer mais, até para evitar que aconteça um acidente com pessoas. Já ouvi relatos de um rapaz que teve a cabeça atingida. Está na hora de ter uma fiscalização”, afirma.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Lesma do Mar - Jorunna Parva


Este animal marinho chamou a atenção por lembrar um coelhinho. Ele é uma lesma do mar e seu nome científico é Jorunna parva. As "orelhas", na verdade, são órgãos que ajudam o animal a detectar mudança na corrente marinha e a identificar corpos presentes na água. O animal já foi encontrado na costa do Japão, das Filipinas e no oceano Índico. Um vídeo com cenas do bicho no mar se tornou viral em julho de 2015 Reprodução/ Youtube/Jukin Media

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Lacre plástico faz golfinho em extinção morrer de fome na costa de SP



Uma toninha (Pontoporia blainvillei), espécie de golfinho de menor porte, foi encontrada com um lacre que a impedia de se alimentar, próximo à orla de Praia Grande, no litoral de São Paulo. Segundo o instituto que o resgatou, o animal já estava morto, com sinais de desnutrição e com plásticos no sistema digestório. A localização ocorreu durante o fim de semana por um pescador, depois que a toninha, já sem vida, ficou presa acidentalmente na rede que ele havia jogado no mar. Tratava-se de um macho adulto, que foi entregue à equipe do Instituto Biopesca, responsável por fazer o monitoramento costeiro daquela região. Segundo o veterinário responsável do instituto, Rodrigo Valle, essa espécie de golfinho corre risco de extinção. Segundo ele, o animal estava visivelmente magro, o que indica que ele não conseguia se alimentar há algum tempo, em razão do lacre em forma de argola preso ao rostro (estrutura que se assemelha a um bico). Além disso, ao ser submetido a exame necroscópico, a equipe do instituto também verificou que não havia qualquer alimento, além de pedaços de plástico, no sistema digestório da toninha. Para Valle, a morte desse animal evidencia o impacto humano diante do ecossistema marinho dessa região do estado. "Tivemos [ocorrências] com diferentes espécies. O lixo é principalmente plástico, e a situação é bem preocupante", declarou. No descarte de lacres, por exemplo, recomenda-se que, além de fazê-lo em locais adequados, a pessoa também os corte, para evitar que se prendam a animais. O Biopesca integra uma rede de projetos que monitoram a costa, como condicionante para a exploração do pré-sal da Bacia de Santos. Em dias de alta temporada, 110 brinquedos e 155 óculos já foram recolhidos da orla, em um intervalo de 48 horas. Os objetos, em boas condições, foram doados para serem reaproveitados. Aproximadamente 70 animais encalham (a maior parte já sem vida) e são resgatados por mês, em 80 quilômetros de praias, em quatro cidades da região, pela equipe do instituto. Das tartarugas, um levantamento mostra que em 90% delas foram encontrados resíduos plásticos no sistema digestor.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

'Nunca esquecerei o choro delas’: o relato da jovem que encontrou 145 baleias encalhadas em praia da Nova Zelândia




"Foi a pior noite de toda a minha vida." Foi assim que Liz Carlson descreveu a descoberta de 145 baleias encalhadas em águas rasas e morrendo em uma praia remota da Nova Zelândia. Blogueira de viagem americana, com 30 anos, Liz estava com um amigo fazendo uma caminhada de cinco dias na ilha Stewart quando elas se depararam com a cena trágica. O que seria um longo e bonito trecho de praia deserta havia se tornado o local de uma desesperadora batalha pela vida: 145 baleias-piloto, encalhadas na maré-baixa, lutavam em agonia nas ondas suaves de uma área rasa. "Foi um daqueles momentos de cair o queixo", relatou para a BBC. "Nós chegamos na praia por volta do pôr do Sol e avistamos algo nas águas rasas. Quando nos demos conta de que eram baleias, nós largamos tudo e saímos correndo em direção ao mar." Liz já havia visto baleias selvagens antes, mas "nada pode prepará-lo para algo assim, foi horrível". Os dois amigos imediatamente buscaram encontrar alguma forma de ajudar, de puxar as baleias de volta para águas mais profundas. "Mas você rapidamente percebe que não pode fazer nada. Elas são muito grandes." "A futilidade da situação foi o pior. As baleias estavam chorando umas para as outras. E nós não podíamos fazer nada para ajudá-las." Incapazes de levar as baleias de volta para águas mais profundas, os amigos buscaram desesperadamente pensar em outras maneiras de ajudar. A ilha Stewart é remota, ao sul da principal e maior ilha da Nova Zelândia. E a praia específica onde eles estavam escalando é ainda mais deserta. Nos últimos dois dias de trilha, a dupla não tinha visto mais ninguém no local. Mas eles sabiam que a cerca de 15 km ali havia uma cabana onde ficavam alguns guardas-florestais. Sem sinal de celular, eles esperavam que houvesse algum rádio na cabana. Então, o amigo de Liz, Julian Ripoll, começou a correr em direção ao local para pedir ajuda. 'Meu coração ficou despedaçado' Assim, Liz ficou sozinha com as dezenas de baleias que estavam morrendo encalhadas naquela longa praia. "Eu nunca vou me esquecer do choro delas, da forma que elas me observavam enquanto eu ficava sentada ao lado delas na água, e de como elas tentavam desesperadamente nadar, mas acabavam afundando ainda mais na areia, por causa do seu peso", escreveu Liz no Instagram. "Meu coração ficou completamente despedaçado." Liz então avistou uma baleia bebê, menor e menos pesada, e tentou ajudá-la a voltar para a água. "Eu fiz tudo o que pude para colocar a bebê de volta na água, mas ela continuava a voltar para a praia por conta própria", contou para a BBC. "Depois que Julian saiu em busca de ajuda, eu fiquei ali sentada com a bebê." "Você pode sentir o medo dos animais enquanto eles olham para você. Eles observam. E seus olhos são muito humanos". Nas horas seguintes, não havia mais o que fazer, exceto esperar. "Eu sabia que elas iriam, inevitavelmente, morrer", escreveu Liz no Instagram. "Eu ajoelhei na areia, gritando de frustração e chorando, com o som de dezenas de baleiras morrendo ao meu lado, completamente sozinha". Algumas horas depois, Julian chegou com um grupo de guardas-florestais. Eles puderam avaliar a situação, mas, quando caiu a noite, estava claro que não havia mais nada que pudesse ser feito. A maioria das baleias estava na praia. A maré ainda estava subindo. Então, Liz e Julian foram para seu local de acampamento, desejando que, durante a noite, ao menos as duas baleias pequenas conseguissem voltar para o oceano. Mas, na manhã seguinte, a situação era muito pior. A maré estava baixa novamente e as baleias estavam encalhadas na areia seca. Algumas já tinham morrido e outras estavam em agonia, sendo queimadas pelo sol. "Elas tinham lágrimas nos olhos", conta Liz. "Parecia que elas estavam chorando e fazendo sons muito tristes." Estava claro que nenhuma das baleias poderia ser salva. Era preciso cinco pessoas para mover uma única baleia. Mas, como a ilha era muito remota, não havia esperança de trazer mais pessoas para ajudarem a tempo. A população da ilha inteira soma poucas centenas de pessoas. Então, os guardas-florestais tiveram que tomar uma decisão de "cortar o coração", como eles próprios definiram: fazer eutanásia nas baleias remanescentes. A única alternativa seria deixá-las morrer, uma morte lenta e dolorosa que poderia levar vários dias. O Departamento de Conservação da Nova Zelândia (DOC, na sigla em inglês) afirmou que deixaria os corpos dos animais exatamente onde eles estavam, de modo que a natureza seguisse seu próprio curso. Segundo o órgão, não está claro porque as baleias foram parar ali. É comum ver baleias encalharem sozinhas, mas um evento massivo como esse é raro, diz o departamento. Pode ser que o grupo acabe se confundindo com a inclinação muito rasa da praia e acabe se aproximando da costa. Outra possibilidade é que esteja afetado por alguma doença. As baleias-piloto são muito sociais. Então, diz o DOC, é possível que uma baleia tenha encalhado e, em seguida, "as demais tenham nadado em sua direção para ajudá-la".
Fotos: Liz Carlson

terça-feira, 27 de novembro de 2018

A Natureza Chora - Não jogue lixo no mar!






Muito mais do que uma questão de educação, é uma questão de sobrevivência. Hoje a natureza chora, amanhã ela, certamente, cobrará com juros todo a falta de cuidados que o homem, vem tendo com ela. Não jogue lixo em lugar algum que não sejam as corretas lixeiras, mas principalmente não jogue lixo nos mares, o desastre ambiental é certo.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Como esforços na Amazônia brasileira estão salvando tartarugas da extinção



Esforços comunitários e vigilância da população local, os ribeirinhos, contra caçadores estão permitindo que as praias fluviais da Amazônia voltem a ficar cheias de tartarugas. No caso da Podocnemis expansa, gigante e sensível espécie chamada popularmente de tartaruga-da-amazônia, os números impressionam: de 1977 para cá, a cada ano são 70 mil filhotes a mais que conseguem nascer nas áreas monitoradas às margens do Rio Juruá, um importante afluente do Amazonas. Comparado a 40 anos atrás, nove vezes mais tartarugas estão realizando a desova nas areias da região. Os dados, resultados de uma pesquisa realizada pelas universidades inglesas de East Anglia e Anglia Ruskin e das federais brasileiras de Alagoas e do Amazonas, estão publicados na edição desta terça-feira do periódico científico "Nature Sustainability". "Após declínios populacionais severos e de longo prazo causados pela superexploração histórica, as praias de nidificação de tartarugas, localmente conhecidas como tabuleiros, têm sido sistematicamente protegidas da captura de ovos e adultos por guardas informais das comunidades locais e, ao mesmo tempo, monitoradas com sucesso para a nidificação, especialmente para a Podocnemis expansa, espécie de alto valor e dependente da areia", ressaltam os pesquisadores, no artigo. Além da tartaruga-da-amazônia, resultados positivos também foram observados em espécies como a tracajá (Podocnemis unifilis) e a pitiú (Podocnemis sextuberculata). E nem só quelônios têm sido recuperados. Graças aos trabalhos de conservação, populações do jacaré-açu (Melanosuchus niger), do boto (Inia geoffrensis), da iguana verde (Iguana iguana) e de muitas aves e peixes também estão sendo beneficiadas. "Nossa pesquisa destaca o valioso serviço de conservação fornecido pelas comunidades locais não apenas para as tartarugas, mas para o ecossistema mais amplo. Reconhecer a importância desse trabalho nos mostra o potencial para ações de conservações eficazes, mesmo fora de áreas formalmente protegidas", afirma o pesquisador Joseph Hawes, da Universidade Anglia Ruskin. No caso da tartaruga-da-amazônia, a população passou a ter uma quantidade consistente de exemplares sobretudo nos últimos 15 anos. No mesmo período, de acordo com os pesquisadores, 19 praias não protegidas foram reportadas como sendo locais de declínio de espécimes de tartaruga. Quanto aos ninhos recentemente verificados pelos pesquisadores, foram encontrados 584 da tartaruga-da-amazônia nas praias protegidas e apenas 10 nas não participantes do projeto de conservação. Das outras espécies de tartarugas, foram 786 contra 161.

Após se recuperarem em Rio Grande, pinguins são liberados no mar para voltarem à Patagônia



Após um longo inverno, em que se recuperaram de uma exaustiva viagem da região da Patagônia até a costa gaúcha, oito pinguins tomaram o rumo de volta para casa, liberados do Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram), na manhã desta quarta-feira (21), em Rio Grande, Litoral Sul do RS. As aves, da espécie conhecida como pinguim-de-magalhães, são migratórias e costumam aparecer nas praias do Sul e do Sudeste durante o outono e o inverno, conforme a coordenadora do Cram, Paula Canabarro. "O nosso trabalho tenta dar uma segunda chance para esses animais voltarem para o seu ciclo de vida", diz. Os animais apareceram na costa gaúcha magros, alguns com lesões e um deles coberto por óleo. No CRAM, receberam os tratamentos necessários. Agora, devem fazer o caminho de volta para a Patagônia, justamente quando inicia a época da reprodução e troca de penas, durante o verão. Conforme Paula, os oito pinguins libertados têm menos de um ano, e por isso ainda não se reproduzem. Mas mesmo assim precisam trocar as penas, segundo Paula, que é formada em Oceanologia. Outros dois pinguins seguem no centro, ainda em recuperação, segundo o diretor do Museu Oceanográfico da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Lauro Barcellos.

O peixe mexicano que pode guardar o segredo para reparar corações danificados



As taxas de sobrevida de pessoas com insuficiência cardíaca praticamente não mudaram nos últimos 20 anos, e a expectativa de vida de pacientes com esta condição é pior do que a daqueles que têm muitos tipos de câncer. A doença, que atinge milhões de pessoas e muitas vezes se manifesta depois de um ataque cardíaco, faz com que o coração não consiga bombear o sangue como deveria, causando fraqueza e fadiga - uma caminhada curta, por exemplo, pode virar uma tarefa extremamente cansativa. Uma das promessas de cura está guardada nos genes de um pequeno peixe mexicano, o Astyanax mexicanus, capaz de regenerar o tecido cardíaco sem deixar cicatrizes. Quando o coração sobrevive a um infarto, por exemplo, seu tecido é reparado, mas fica com cicatrizes que impedem que o músculo cardíaco se contraia adequadamente. Este fator reduz drasticamente a capacidade do coração de bombear sangue para o corpo - e pode gerar a insuficiência cardíaca. Os pacientes são forçados a viver com a doença por toda a vida, e os casos mais extremos exigem um transplante de coração. Um estudo financiado pela Fundação British Heart, liderado pela pesquisadora Mathilda Mommersteeg e sua equipe na Universidade de Oxford, aponta que o peixe tetra, que vive nos rios do norte do México, pode indicar um caminho para o desenvolvimento de um tratamento eficiente para essa condição. Isso porque a capacidade de regeneração do tecido cardíaco que é típica dessa espécie estaria ligada, entre outros componentes, a genes que também estão presente nos seres humanos. Os cientistas descobriram que três partes do genoma desses peixes estão envolvidas em sua capacidade de regenerar o tecido cardíaco. Para realizar a pesquisa, a equipe de Mommersteeg estudou dois tipos de peixes tetra mexicanos: aqueles que vivem nos rios e têm a capacidade de autoregenerar o coração e aqueles que viveram nas cavernas há cerca de 1,5 milhão de anos atrás e, com a evolução, perderam essa habilidade. Ao compararem os dois tipos de peixe, os pesquisadores descobriram que dois genes (lrrc10 e caveolina) se tornavam muito mais ativos nos peixes de rio após uma lesão cardíaca. Ambos os genes estão presentes em humanos, e sabe-se que a lrrc10 está relacionada a uma condição cardíaca chamada cardiomiopatia dilatada. Os autores do estudo, publicado no periódico Cell Reports, acreditam que um dia poderá ser possível regenerar corações humanos modificando artificialmente o funcionamento deste e de outros genes. Isto poderia ser feito com medicamentos ou através de técnicas de edição genética. "Acho que este peixe pode nos dizer, em algum momento, como podemos realmente reparar o coração humano. É cedo, mas estamos incrivelmente entusiasmados com esses peixes extraordinários e com o potencial para mudar a vida de pessoas com corações danificados", diz Mommersteeg. Serão necessárias ainda mais pesquisas para encontrar outros genes-chave que possam estar envolvidos na regeneração do coração.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

'Galinha monstro sem cabeça' é filmada pela 1ª vez no mar da Antártida



Um pepino-do-mar de águas profundas, também conhecido como "galinha monstro sem cabeça", foi visto pela primeira na costa leste da Antártida. A espécie Enypniastes eximia só tinha sido encontrada até agora no Golfo do México. A criatura marinha foi filmada por pesquisadores australianos, que usaram uma câmera subaquática para captar as imagens. Este pepino-do-mar raramente vive em profundidades acima de mil metros no mar. As imagens serão enviadas agora à Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos do Antártico, órgão internacional que administra o Oceano Antártico.

Projeto Tamar prevê recorde de ninhos de tartaruga em temporada de desova no ES


A temporada de desova das tartarugas marinhas da espécie cabeçuda (Carretta carretta) já começou e a expectativa do Projeto Tamar é que haverá recorde de ninhos no Espírito Santo. Outras áreas prioritárias de desova estão localizadas nos estados da Bahia, Sergipe e litoral norte do Rio de Janeiro. Conforme informações do Centro Tamar, do Instituto Chico Mendes (ICMBio), já houve este ano registros de ninhos ou tentativas por fêmeas na Praia da Costa, em Vila Velha, e na Ilha do Boi, em Vitória. “Mesmo sabendo que a tartaruga marinha costuma ter uma fidelidade em relação à praia onde desova, e há predomínio no caso do Espírito Santo dessas desovas se darem no Norte do estado, especialmente na região da foz do rio Doce, pode eventualmente ocorrer das fêmeas fazerem seus ninhos em outras praias, colonizando outras praias que foram perdidas no passado pela captura das fêmeas que as frequentavam ou pela alteração do ambiente”, explicou a coordenadora regional do Projeto Tamar, Ana Marcondes. Com isso, a coordenadora reforça a importância da participação social nesta temporada 2018-2019, que segundo ela “já está com desovas até agora acima da média”.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

População de baleias jubarte aumenta no país, segundo instituto no ES




Pelo desenho da causa da jubarte, que funciona como uma "impressão digital", é possível saber que a população dessa espécie de baleia cresceu no país. Há 30 anos, os pesquisadores do Instituto Baleia Jubarte contavam mil animais por ano, de passagem pelo litoral capixaba. Em 2018, já foram mais de 20 mil. Os pesquisadores que registram a passagem das baleias jubarte no litoral do Espírito Santo estão usando drones para monitorar os mamíferos. A tecnologia foi adotada pela primeira vez nesta temporada. As baleias são monitoradas desde julho, quando começou o período de reprodução delas. O biólogo Daniel Venturini explica que esta é a primeira vez que os pesquisadores de baleia no estado usam drone com o fim científico. As informações de como a população de baleia se distribui e como se comporta são importantes para subsidiar as ações de conservação e definir questões como de navegação e áreas de pesca que utilizam redes que podem impactar esses animais. Navegando por quase uma hora, a 30 km da praia, duas baleias jubarte passavam por Vitória. Apesar das expedição para monitoramento serem feitas toda semana, às vezes, o diretor instituto Baleia Jubarte Eduardo Camargo, contam que elas aparecem de surpresa, como uma que ficou ao lado do barco de um pescador. O oceanógrafo Paulo Rodrigues explica que as jubarte deixam o oceano Antártico durante o inverno para acasalamento e nascimento dos filhotes. Os animais acasalam nas águas mais quentes, seguem para Antártica e depois de onze meses voltam para ter os filhotes. Por ano, em média 2 mil baleias jubarte nascem entre o litoral do espírito santo e da Bahia.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Mergulhador ganha abraço de foca em arquipélago na Inglaterra


Existe uma razão pela qual as focas são chamadas de "cachorros do oceano". Basta ver o vídeo acima feito pelo mergulhador britânico Ben Burnville, e divulgado pela NBC, para entender. Ben mergulhou nas Ilhas Farne, situadas no Mar do Norte na costa Leste de Northumberland, na Inglaterra. Ele contou que se tornou "amigo" de um grande número de focas. Uma delas, inclusive, foi gravada dando "um abraço" e interagindo de forma muito próxima. E o carinho não é só com os humanos. Em 2013, o G1 mostrou uma foto feita pelo fotógrafo da agência Reuters Nigel Roddis. Nela, duas focas dão um "abraço submarino" nas mesmas ilhas inglesas.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Família de mergulhadores salva tubarão-baleia que estava com corda ao redor do corpo no Havaí


Uma família que estava mergulhando na costa de Lanai, a sexta maior ilha do Havaí, salvou a vida de um tubarão-baleia. O animal estava com uma corda ao redor do corpo e correndo risco de ser estrangulado. Algumas semanas antes, o Departamento de Terras e Recursos Naturais do Havaí havia publicado um anúncio pedindo informações para quaisquer pessoas que avistassem o tubarão-baleia. Joby Rohrer e sua família não sabiam disso e quando viram o animal com a corda resolveram salvá-lo. "Fiquei pensando que não conseguiria passar a corda, porque o animal era mais gordo", disse Rohrer ao site "Hawaii News Now". "Então, minha esposa Kapue disse: 'bem, você deveria tentar'", contou. Segundo Rohrer, ele estava com medo de se aproximar e assustar o animal. Não queria fazer o tubarão-baleia fugir. No final, ele fez uma tentativa de romper a corda e conseguiu o resgate. De acordo com o Departamento de Terras e Recursos Naturais do Havaí, o tubarão-baleira é uma espécie ameaçada pela caça e pela poluição do homem. A população caiu 50% no mundo desde 1975.

Surfista leva 3h para salvar filhote de baleia preso em rede de pesca em SC


Um filhote de baleia-franca foi resgatado de redes de pesca por um surfista no Farol de Santa Marta, em Laguna, no Sul do estado, no domingo (14). O resgate começou por volta das 16h30 e durou cerca de três horas em alto-mar. Durante todo o período, a mãe do filhote ficou nas proximidades. O empresário e surfista João Alberto Schmidt, conhecido como João Baiuka, entrou na água com uma moto aquática e nadou até o animal. Ele cortou as redes com uma faca. “Eu vi que aquele bicho realmente precisava de ajuda e teria que ser naquele momento. Eu sei que existem alguns protocolos, mas no momento teria que fazer ajuda, eu não queria ver o bicho de forma nenhuma encalhar na praia o viesse a falecer", conta Baiuka. O surfista contou com apoio de amigo para chegar até o local do resgate. O animal estava próxima a Praia Grande. "Não foi uma coisa fácil, também não aconselho nunguém a fazer, porque é perigoso, o bicho é gigante. A gente pegou um momento muito crítico, que foi a hora que ela já tava vindo pra praia, a gente pegou o tombo e começamos a vir com ela, foi bem dramático", lembra o surfista. O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) que funciona na Udesc de Laguna foi acionado e acompanhou o resgate das areias da praia. O resgate por pessoas não especializadas não é recomendado pelos protocolos da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

As justificativas do Japão para liberar a caça de baleias após 30 anos de proibição



A caça às baleias é um dos debates sobre preservação do meio ambiente que mais geram reações emocionais. A caça comercial desses animais é proibida há mais de 30 anos, depois que algumas espécies foram praticamente levadas à extinção pela pesca predatória. Agora, porém, essa restrição pode estar prestes a cair, a pedido do Japão. Em reunião no Brasil desde o início da semana, a Comissão Internacional das Baleias (IWC, da sigla em inglês) analisa uma proposta do país para acabar parcialmente com a probição. A decisão deve sair na próxima semana, quando se encerra a 67ª reunião anual da instituição, sediada em Florianópolis, Santa Catarina. Em tese, o Japão permite hoje que se matem baleias apenas com fins científicos, mas essa é uma questão conversa. O país tem capturado entre 300 e 400 por ano, incluindo animais jovens e fêmeas grávidas, sob essa prerrogativa. Os registros da IWC mostram que esse número já chegou a passar de mil nas temporadas de 2005 e 2006. A justificativa é que, com isso, estão sendo investigandos os níveis populacionais das baleias, se elas estão ameaçadas. Críticos contra-argumentam, porém, que as pesquisas são apenas um subterfúgio para matar baleias de olho na indústria de alimentos. E, de fato, a carne dos animais mortos para pesquisas geralmente acaba sendo vendida posteriormente. Membros da IWC estabeleceram a proibição à caça em 1986, para possibilitar que as populações de baleias se recuperassem. Os países a favor da caça esperavam que a medida fosse temporária, que ficasse vigente somente até se chegar a um consenso sobre cotas sustentáveis de captura dos animais. Mas, em vez disso, a proibição se tornou quase permanente, medida que agradou os preservacionistas e decepcionou, além do Japão, países como Noruega e Islândia, que argumentam que a caça às baleias faz parte de sua cultura e deve continuar de forma sustentável. Hideki Moronuki, o principal negociador de pescas do Japão e comissário da IWC, disse à BBC que o país quer que organização retome o objetivo que tinha originalmente - de conservar as baleias, mas também de promover seu "uso sustentável". A caça intensa às baleias no século 19 e início do século 20 deixou esses gigantes mamíferos à beira da extinção. Na década de 1960, métodos cada vez mais eficientes captura e enormes navios-fábrica tornaram evidente que a caça não poderia continuar sem controle, sob o risco de os animais desaparecerem por completo. Daí a proibição. Hoje, os estoques de baleias são cuidadosamente monitorados, e, ainda que a maioria das espécies siga ameaçada, outras - como a baleia-de-minke, que o Japão caça principalmente - não estão mais. Portanto, o Japão, que atualmente preside a IWC, está propondo um pacote de medidas, incluindo a criação de um Comitê de Pesca Sustentável e a fixação de limites de captura sustentáveis ​​"para espécies e estoques abundantes". Em um aceno aos países que se opõem à caça de baleias, as propostas também incluem facilitar o estabelecimento de novos "santuários", ou seja, áreas de preservação desses animais, onde a captura seria proibida.