terça-feira, 31 de março de 2020

O que é Pororoca?






Pororoca é um fenômeno natural caracterizado por grandes e violentas ondas que são formadas a partir do encontro das águas do mar com as águas do rio. Existem várias explicações para este fenômeno, mas a principal diz que sua causa deve-se à mudança das fases da lua, principalmente nos equinócios que aumenta a propensão da massa líquida dos oceanos proporcionando grande barulho.

Pororoca, macaréu ou mupororoca é a forma como são denominados os macaréus que ocorrem na Amazônia. Trata-se de um fenômeno natural produzido pelo encontro das correntes fluviais com as águas oceânicas. Pororoca origina-se do tupi poro'roka, que é o gerúndio do verbo poro'rog, «estrondar». O fenômeno manifesta-se, no Brasil, na foz do rio Amazonas e afluentes do litoral paraense e amapaense (rio Araguari, rio Maiacaré, rio Guamá, Rio Capim, Rio Moju) e na foz do rio Mearim, no Maranhão. Esse choque das águas derruba árvores de grande porte e modifica o leito dos rios. Recentemente, o fenômeno tem atraído praticantes de surfe, transformando-se numa atração turística regional amazônica. Em julho de 2015, foi declarado oficialmente que o fenômeno já não ocorre no rio Araguari. A ocupação irregular de áreas nativas para a criação de búfalos foi um dos principais fatores que provocaram o fim do fenômeno da pororoca na bacia desse rio do extremo leste do Amapá.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pororoca

quinta-feira, 19 de março de 2020

O que é a Piracema?




A piracema é o movimento migratório de alguns peixes que se deslocam até a cabeceira dos rios, ou seja, rio acima. O termo piracema tem origem indígena e significa “subida do peixe” (pira: peixe e cema: subida). Este movimento migratório dos peixes é realizado porque eles buscam encontrar o local ideal para a sua reprodução, que normalmente é um local com água quente, rica em oxigênio e turva, uma vez que a água límpida facilita a predação. A piracema ocorre quando os peixes percebem mudanças no ambiente que indicam que a estação é favorável para a reprodução. Essa época é aquela em que ocorrem chuvas com mais frequência, a água torna-se mais oxigenada e os dias são mais quentes. Nesse ambiente os peixes iniciam sua migração rio acima e essa subida é extremamente desgastante para eles, uma vez que a cabeceira do rio pode estar localizada a vários quilômetros do local de partida. Os peixes podem chegar até a cabeceira ou se fixar em lagoas marginais que se formam pelo aumento de chuvas. Ao chegar ao local adequado, os peixes estão prontos para o acasalamento. Nas espécies que fazem a piracema, a fecundação é externa, ou seja, os gametas femininos e masculinos são lançados na água, onde ocorre a fecundação. Os ovos ali formados podem descer o rio, sendo levados pela correnteza ou se desenvolverem nas lagoas marginais. Em virtude da predação e outros fatores ambientais, poucos são os indivíduos que chegam à fase adulta.

Na Piracema é preciso controlar a pesca, e nessa época estabelece-se o período de defeso para rios e águas continentais. Não se pode realizar nenhuma pesca que não a de subsistência, que garante alimentação para várias pessoas que vivem próximas às áreas de rios. Durante a Piracema, é estabelecido um tamanho mínimo de peixe que pode ser capturado e a quantidade máxima por pescador. É extremamente importante controlar a pesca, uma vez que, na subida dos rios, os peixes ficam exaustos, o que facilita a ação de pescadores, que podem conseguir uma grande quantidade de peixes facilmente. Como a Piracema é um período de reprodução, a captura de adultos diminui a quantidade de indivíduos da população. A construção de barragens tem grande impacto sobre a Piracema, uma vez que elas formam uma grande barreira para os peixes. A solução encontrada em alguns locais foi a construção de degraus que facilitam a subida dos peixes, evitando que eles fiquem tentando incansavelmente ultrapassar a barragem. Entretanto, o problema é que os peixes que sobem dificilmente retornam e, além disso, o ambiente não é próprio para a reprodução e desenvolvimento de novos indivíduos, o que prejudica a manutenção da espécie. (Por Maria Vanessa dos Santos)

segunda-feira, 9 de março de 2020

Devolvida há menos de dois anos para rios da Amazônia, peixe-boi reabilitada está grávida; gestação dura 12 meses

Fotos: Diogo Souza e acervo Ampa/Inpa


Pesquisadores constataram, pela primeira vez, gravidez em uma peixe-boi da Amazônia reintroduzida à natureza, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC). A gravidez foi confirmada com análise das amostras de sangue. A fêmea "Baré" chegou ainda filhote ao Instituto, em Manaus, onde passou 16 anos e foi solta, em 2018, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (DRS) Piagaçu-Purus, no município de Anori, a 173 Km da capital amazonense. Segundo o Inpa, a detecção da gravidez aconteceu após captura de Baré, ocorrida em novembro, durante a vazante do rio Purus. A ação de monitoramento aconteceu 200 dias após a soltura de 12 animais reabilitados e levados de volta à natureza. A equipe fez a biometria e verificou que desde a soltura, a fêmea Baré cresceu 11 centímetros e ganhou aproximadamente 130 quilos. “Esta gravidez mostra que o animal está bem, adaptado e integrado nessa população de peixes-bois. Isso para nós é uma grande satisfação, e é mais uma etapa na garantia da conservação dos peixes-bois da Amazônia”, disse líder do Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA), a pesquisadora Vera da Silva, por meio da assessoria. O filhote deve nascer até junho, período de enchente do rio Purus. Segundo pesquisadores do Inpa, a reprodução da espécie está associada ao ciclo hidrológico da Amazônia. O pico de nascimento ocorre depois que as águas sobem, quando há maior abundância de alimentos. “Conseguimos verificar a eficácia das etapas de resgate, reabilitação e soltura. Claramente o animal está adaptado à natureza, e futuramente contribuirá para o aumento da população da espécie”, coordenador do Programa de Reintrodução de Peixes-bois da Amazônia, o biólogo Diogo Souza. Há mais de 40 anos, o Inpa atua com pesquisas e ações de conservação para o peixe-boi. Em 2008, o Inpa implantou o Programa de Reintrodução de Peixe-bois da Amazônia. De acordo com o Inpa, o peixe-boi da Amazônia vive em média 60 anos e só atinge a maturidade sexual e está pronto para se reproduzir com aproximadamente seis anos de idade. A gestação da fêmea de peixe-boi da Amazônia dura aproximadamente 12 meses. Nasce um filhote por vez, com raros casos de gêmeos. O cuidado da mãe perdura por aproximadamente dois anos, com o filhote sendo amamentado neste período. A caça ilegal e captura acidental em redes de pesca são as principais ameaças ao peixe-boi da Amazônia, além de sofrer com a destruição e degradação ambiental. A caça do animal é proibida desde 1967, porém sua carne ainda é apreciada na região, o que exige um intenso trabalho de sensibilização ambiental e de fiscalização.

Flagrados com espécie em extinção, pescadores são autuados em mais de R$ 10,4 mil em Rosana





Três homens, de 51, 24 e 22 anos, foram autuados pela Polícia Militar Ambiental em R$ 10.440 devido à prática de pesca de espécie em extinção, mediante a utilização de método não permitido, neste domingo (8), em Rosana (SP). Conforme informações da polícia, os pescadores capturaram pescados nativos da espécie jaú, com método proibido, ou seja, utilizando arbaletes, no Rio Paranapanema. Os policiais receberam denúncia de onde estavam os pescadores e seguiram ao local, onde encontraram três peixes da espécie informada no relato, com marcas de perfuração por arbaletes. Um peixe pesava 21 quilos e media 1,19 metro, o outro, de 16 quilos, media 1,14 metro, enquanto o terceiro pesava 15 quilos e media 1,10 metro. Os peixes não estavam congelados e apresentavam características de que teriam acabado de serem esviscerados, segundo a polícia. Ainda foram apreendidos dois arbaletes, duas máscaras de mergulho, dois pares de nadadeiras e uma roupa de mergulho. Diante das evidências, a polícia elaborou três autos de infração ambiental "por pescar mediante a utilização de método não permitido", com multa no valor de R$ 3.480 cada, sendo majorada devido ao peixe da espécie jaú estar em extinção. As autuações totalizaram R$ 10.440 e os pescados foram doados ao Lar do Ancião, em Teodoro Sampaio (SP). Os demais materiais permaneceram apreendidos pela polícia.