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quarta-feira, 18 de setembro de 2019

DNA preservado em museu ajuda a identificar maior anfíbio do mundo


Um anfíbio recém-identificado é possivelmente o maior do planeta. Pesquisadores chegaram a essa conclusão com o auxílio do DNA coletado em um espécime que está preservado em um museu. Atingindo quase dois metros de comprimento, a salamandra gigante do sul da China está criticamente ameaçada na natureza. Os cientistas dizem que são necessários novos esforços de conservação para salvar o animal da extinção. Isso ocorre porque a caçada para abastecer o comércio de alimentos de luxo levou a uma queda extrema nos números do animal em toda a China. Antes considerada uma única espécie, os cientistas identificaram após uma análise de DNA de outros indivíduos - vivos e mortos - que existem de fato três espécies encontradas em diferentes partes da China. A salamandra do sul da China é a maior das três. Os pesquisadores acreditam que ela seja o maior anfíbio vivo atualmente. Mas o professor Samuel Turvey, da ZSL (Sociedade Zoológica de Londres, na sigla em inglês), disse que a queda no número de indivíduos dessa espécie na natureza foi "catastrófica". "Esperamos que esse novo entendimento da diversidade de espécies chegue a tempo de apoiar a conservação de maneira bem-sucedida, mas medidas urgentes são necessárias para proteger quaisquer populações viáveis ​​de salamandras gigantes que ainda possam existir", afirmou ele. A pesquisadora Melissa Marr, do Museu de História Natural de Londres, que participou do estudo, disse que medidas devem ser tomadas para preservar a integridade genética de cada espécie. "Essas descobertas ocorrem em um momento em que são necessárias intervenções urgentes para salvar salamandras gigantes chinesas na natureza", disse ela. Salamandras gigantes já foram encontradas em uma grande área do centro, leste e sul da China. Mas a exploração excessiva desses animais aumentou nas últimas décadas para abastecer um mercado doméstico de alimentos de luxo. Os cientistas usaram espécimes de museus para examinar a história genética da salamandra gigante chinesa, que tem uma árvore genealógica tão antiga que o animal é considerado um "fóssil vivo". A idéia de que a salamandra gigante do sul da China era uma espécie diferente foi levantada pela primeira vez na década de 1920 e depois abandonada, com base em um animal incomum que foi mantido no zoológico de Londres. A equipe usou o mesmo animal, que agora é preservado no Museu de História Natural, para definir as características das novas espécies. A pesquisa está publicada na revista Ecology and Evolution.